Como o mormo deixou de ser doença extinta e voltou a prejudicar a saúde dos bichos
O mormo, ou lamparão, é uma das doenças que mais atinge os equídeos. A doença foi marcada como extinta no Brasil até que estudos sorológicos, realizados em alguns animais, identificaram a sua presença em alguns estados do Nordeste.
Assim, a falta de cuidado e de prevenção da doença tem feito com que muitos animais venham a óbito infectados com mormo. Portanto, consequentemente, ela impacta direta e indiretamente na economia do país.
O que é mormo?
O mormo, também conhecido como lamparão, é uma doença que atinge frequentemente os equídeos (como os cavalos, mulas e asnos), podendo ser contraída por alguns outros mamíferos (como o gato, cachorro, bode e, até mesmo, o ser humano). A doença é causada pela bactéria Burkholderia mallei – um bacilo gran-negativo.
Transmissão do mormo
A transmissão do mormo ocorre através do contato com fluídos corporais dos animais contaminados, como a secreção nasal, fezes, urina e pus. Dessa forma, a bactéria pode penetrar o organismo dos animais pela via respiratória, digestiva, cutânea (por meio de algum ferimento) e genital, podendo assim alcançar a circulação sanguínea e penetrar nos pulmões e fígados, por exemplo.
Sintomas do mormo
O mormo, ou lamparão, se apresenta de forma crônica e aguda. Então, quando ele se manifesta em cavalos e em outros animais, seus principais sintomas são:
- Febre
- Anorexia
- Tremores
- Fraqueza
- Dor no peito
- Perda de peso
- Suor excessivo
- Rigidez muscular
- Sensibilidade a luz
- Surgimento de crostas na mucosa nasal, podendo acarretar em úlceras
- Formação de cistos nos linfonodos, podendo comprometer as vias respiratórias
Diagnóstico do mormo em cavalos
O diagnóstico do mormo é realizado através de testes em cobaias, isolamento bacteriano e exames laboratoriais. Dessa forma, as pesquisas desenvolvidas de anticorpos também são usadas como meios para o diagnóstico, uma vez que os sintomas são parecidos com os de outras doenças de cavalo.
No entanto, há no país diversos laboratórios e veterinários habilitados para a realização do exame. A coleta do material é feita na própria propriedade e encaminhada para mais de 10 laboratórios para que o resultado sejo altamente preciso.
Tratamento da doença mormo
O tratamento do mormo, assim como outras doenças de cavalo, não é totalmente recomendado para os animais. Uma vez que a bactéria se aloja no organismo por toda a vida, faz com que o animal infectado transmita a doença para animais sadios. Porém, quando o tratamento é realizado, a medicação a base de sulfas (como sulfadiazina ou tetraciclinas, por exemplo) ,é utilizada por um período de 20 dias.
Prevenção do mormo
A prevenção e o controle do mormo destaca diferentes etapas, incluindo, por exemplo, o isolamento da área em que os animais doentes estão presentes e o sacrifício dos que estão infectados. O isolamento e a realização de testes nos suspeitos, a cremação dos corpos infectados, a desinfecção do ambiente e dos materiais que tiveram contato com os doentes também são atitudes necessárias que obedecem as regras de vigilância sanitária. Portanto, suspender e bloquear o trânsito de animais da propriedade também é importante.