Pecuária

Pastagem é nome da vegetação que serve como alimento para o gado

Pastagem é nome da vegetação que serve como alimento para o gado

Cerca de 95% da carne bovina no Brasil é produzida em regime de pastagem

O Brasil é privilegiado quanto à alimentação de seu gado, pois o território brasileiro conta com cerca de 167 milhões de hectares de pastagem. Essa graminácea de crescimento natural proporciona alimentação saudável ao pasto e a custo bem baixo.

A alimentação de pastagem traz, além da vantagem econômica, menos riscos do gado contrair a chamada doença da vaca louca, enfermidade que o animal está mais passível de adquirir ao consumir proteína animal na sua alimentação. Tal segurança se mostra como outra vantagem competitiva em relação a outros países que exportam carne bovina.

Pastagem

O que é pastagem?

Pastagem é o mesmo que pasto, é uma vegetação rasteira, uma gramínea tropical de crescimento natural comumente usada para alimentação de gado.

O Brasil, por ser um país tropical e de terras férteis, é privilegiado por ter à disposição milhões de hectares de pasto. Dessa forma, possibilita que a maioria de sua população de gado bovino consiga se prover satisfatoriamente e sem grandes dificuldades.

Esse tipo de alimentação proporciona três vantagens comerciais muito importantes para a agropecuária brasileira e para economia como um todo, considerando o peso fortíssimo do setor para a produção nacional.

A primeira vantagem é econômica. Ter à disposição inúmeras áreas com vegetação natural que cresce espontaneamente sempre que necessário desobriga produtores a investirem muitos recursos para cuidar da alimentação de seus rebanhos.

Então, vem a alimentação rica. A pastagem proporciona uma alimentação rica para os bovinos, suficiente para que se desenvolvam em boa forma e livre de ameaças como a famosa doença da vaca louca.

Como a pastagem é composta de vegetação natural e com nutrientes necessários para garantir uma boa alimentação do gado, não é necessário fazer uso de proteína animal na alimentação do rebanho (evitando-se contrair a enfermidade). Em termos de mercado, tal segurança se mostra como uma vantagem competitiva considerável.

A terceira vantagem está relacionada à alimentação humana. Caso o Brasil não tivesse à sua disposição farto e rico território de pastagem para garantir o nutrimento de boa parte do rebanho de gado, seria necessário usar campos de plantações para provê-los.

Esses campos de plantação disputariam território com os destinados à alimentação humana ou seria necessário até repassar parte da produção de alimentos humanos para o gado.

Sem dúvida, geraria muitos desafios e dificuldades para a produção nacional de alimentos.

O desafio da preservação do recurso natural x necessidade de nutrição do rebanho

Os agropecuaristas precisam lidar com o desafio de como garantir alimentação farta e de qualidade a seu rebanho, pois apesar da abundância de territórios com pastagem, os recursos naturais são limitados, são finitos.

Uma vez que a gramínea é consumida, leva tempo para que cresça a ponto de ser consumida uma vez mais.

Considerando que a necessidade de nutrição do gado é diária e o ideal de crescimento dos produtores é contar com estrutura e rebanho cada vez maiores, como garantir a oferta?

Conta ainda que por mais hectares que existam de pastagem, nem todos são acessíveis ou viáveis de se alcançar, naturalmente.

Cada produtor conta com uma área de pastagem e precisa administrá-la para que renda sempre alimentação adequada e saudável aos seus animais.

Outro fator a se considerar é que pastagem muito utilizada, com gramíneas muito baixas, pode fazer o gado degradar o solo, erodindo ao tentar arrancar e ingerir o máximo possível da vegetação disponível.

Em termos de produtividade do solo, isso é péssimo.

Para evitar esses transtornos, esses contratempos, executa-se o chamado manejo de pastagem.

Pastagem

Manejo de pastagem

O manejo de pastagem nada mais é do que a administração da área de pastagem à disposição para garantir que esta sempre renda alimentação farta e saudável ao rebanho e que este não provoque desgastes no solo.

Para fazer esse manejo, utilizam-se alguns sistemas que alternam de forma racional períodos de tempo e espaços de consumo de pasto com períodos de tempo e espaços para crescimento das gramíneas.

Esses sistemas podem dividir a área de pastagem de acordo com o número de gado, e o tempo necessário de crescimento, ou selecionar grupos de animais a entrar em uma área antes ou depois em relação ao outro.

Veja mais detalhes a respeito desses sistemas.

Sistema de pastejo contínuo

Também chamado de lotação contínua, o sistema de pastejo contínuo trabalha com a ideia de colocar o gado na mesma área de pastagem durante o ano inteiro.

É o sistema mais tradicional, porque é utilizado quando as pastagens são nativas da região ou são naturais. Essa metodologia, entretanto, tem produtividade inferior, principalmente se o crescimento da pastagem for vagaroso.

Sistema de pastejo rotacionado

Esse sistema se vale da lógica da divisão da área de pastagem em piquetes, onde cada piquete é utilizado por vez. Ou seja, durante um período do ano, o rebanho se alimenta apenas em determinado piquete.

Quando este for bem consumido, o rebanho é mudado para outro piquete de modo a preservar o solo do primeiro e possibilitar o crescimento do pasto.

Esse sistema é o mais indicado ao se utilizar de gramíneas forrageiras de alta produção, pois o tempo de crescimento desse tipo de vegetação é mais rápido.

Este sistema de pastejo rotacionado tem algumas modalidades.

Lotação rotativa convencional

É o método mais simples e que acabamos de descrever. Área dividida em piquetes em quantidade suficiente para o ciclo de pastejo.

Pastejo em faixas

Neste sistema, usam-se cercas que podem ser móveis. Ou seja, delimitam-se as faixas da pastagem com as cercas, obrigando os animais a comerem apenas nestes trechos do campo, deixando as outras áreas intactas.

Quando a faixa de consumo se exaurir, move-se a cerca para outro setor da pastagem.

Pastejo ponta-repasse

Nesta modalidade, se utiliza dois grupos de animais. Um que necessita de alimentação reforçada, como os mais jovens e animais em período de lactação, e outro com exigência nutricional inferior, como vacas secas.

A lógica é que os animais com mais necessidade de alimentação terão ao seu dispor campo com gramíneas mais altas para garantir o seu sustento.

Os animais de baixo consumo entram depois para terminar de consumir a vegetação sem prejuízo da dieta padrão.

Pastagem

Creep-grazing

É a mesma lógica do ponta-repasse, mas neste os bezerros são os primeiros do grupo e depois suas mães entram.

Pastejo diferido

Este sistema segue lógica parecida da rotativa convencional.

Divide-se a pastagem em piquetes para alternar os trechos de consumo e de preservação. No entanto, no pastejo diferido, ao menos um piquete segue sistema de preservação diferente.

Enquanto os demais são resguardados durante período comum de crescimento, este só é consumido na época seca. Ele fica guardado para ser usado no período de escassez da produção forrageira.

Pastagem para cavalos

Pastagem para cavalo, dependendo do tipo, também é composta por gramíneas.

Mas é importante saber quais são as categorias de cavalo, pois o tipo de pastagem muda conforme a classe. Os cavalos de lazer se alimentam de gramíneas, leguminosas e ração no cocho. Já os chamados cavalos de esporte têm uma suplementação volumosa, sendo basicamente ração e feno.

ACESSO RÁPIDO
    Mayk Alves
    Fundador do Portal Vida no Campo e Agro20, Mayk é neto de Lavradores. Desde cedo esteve envolvido com as atividades do campo e, em 2014, uniu sua paixão pela comunicação com o tradicionalismo do campo. Tem como missão levar informações sobre o agronegócio de forma dinâmica, interativa e sem filtros.

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