Atividades da piscicultura impactam economia em âmbito nacional
Voltada para a criação de peixes de forma controlada e adequada, a piscicultura está englobada nos segmentos agropecuários.
Assim, sendo praticada de forma extensiva, semi-intensiva e intensa, a piscicultura permite que lucros e rendas sejam gerados aos pequenos e médios produtores.
O que é piscicultura?
Piscicultura é o nome dado à criação de peixes, geralmente de águas doces. Esta atividade faz parte de um dos segmentos da aquicultura e também é responsável pela criação de outros organismos aquáticos, como os alevinos. Além disso, toda a criação de peixes é controlada, ou seja, os animais são vigiados desde que nascem até quando já estão crescidos e adequadas para consumo.
Nela, substâncias específicas, constante acompanhamento e uso de ferramentas são empregados para que o crescimento e desenvolvimento dos peixes sejam incentivados de modo saudável.
A qualidade do peixe possui um nível elevado e torna-se ainda mais adequado para consumo humano, devido aos cuidados alimentares dos bichos, o acompanhamento e as propriedades e características da água utilizada nos viveiros e tanques onde são manejados.
Além disso a piscicultura possibilita a criação de espécies que sofrem risco de extinção, resultando na conservação e preservação da fauna. Isso também contribui para a renda dos produtores rurais, sejam eles pequenos ou médios, devido às atividades da piscicultura sustentável.
História da piscicultura
A história da piscicultura é contada e apontada por registros históricos com suas primeiras práticas realizadas por egípcios, que criavam a tilápia do Nilo há mais ou menos 4 mil anos. Além de chineses que começaram a cultivar muitos séculos antes de a prática tornar-se popular.
As atividades da piscicultura propagaram-se devido a pesca superabundante em rios e mares, resultando na eliminação de grande parte da fauna. Dessa forma, visando melhorar as atividades de pesca e consumo dos peixes, passou-se a pensar em meios de criação feitos em açudes, lagos e represas.
Assim, as atividades de piscicultura foram sendo especializadas e tanques para a criação foram surgindo. Além disso, houve o implemento de tecnologias e novos recursos foram aprimorados. Isso faz com que as atividades gerassem uma indústria propícia, enviesada na comercialização e produtividade em larga escala.
A piscicultura corresponde a metade da produtividade aquicultura, sendo que grande parte das produção é realizada em extensos viveiros. No entanto, a possibilidade de aumento da produtividade é grande, uma vez que a população global está em constante crescimento.
Assim, o nível de produtividade tende a crescer devido os limites da retirada dos peixes usados para consumo e devido a grande contribuição que a atividade tem nas produções, principalmente por ser um produto de baixo custo rico em proteínas e minerais.
As atividades são realizadas visando a sustentabilidade, ou seja, a piscicultura sustentável, está voltada para a obtenção do lucro com abordagens de conservação e preservação do meio ambiente, dos ecossistemas, da fauna, flora e dos recursos naturais.
Piscicultura: viveiros e criadouros
O lugar onde os peixes são manejados recebe o nome de viveiro. Consiste em um tanque escavado em área natural que tenha drenagem e abastecimento de água. Ele permite que as atividades de abastecimento sejam realizadas em um tempo curto. Os principais tipos de viveiros são:
- Viveiro de barragem: escavado em um vale, com presença de curso d’água provindo de um córrego, sendo abastecido conforme o aumento de pequenas barragens;
- Viveiro de derivação: cavado em uma superfície natural, sendo abastecido por água da nascente, açude ou represa, em que a água é conduzida através de canais ou por bombeamento.
Além disso, há também o uso de tanques de criação. A escolha do tanque deve ser feita pensando em qual será a etapa de criação que o tanque será utilizado. Por exemplo, para acasalamento, criação de alevinos, cuidado de reprodutores, etc.. No entanto, eles possuem formatos menores se comparados aos viveiros.
Tipos de piscicultura
Os principais tipos de criação de peixe são:
- Piscicultura extensiva: são atividades ligadas à práticas tradicionais e básicas. Faz uso da técnica de cerco em áreas usadas para armazenar água, bebedouros de animais, energia elétrica e outras finalidades. Nela a criação é voltada principalmente para as espécies originais daquela região. A alimentação dos animais é a base do que os próprios animais fertilizam na água que vivem. Possui baixo investimento e produtividade proporcional à área em que realiza-se.
- Piscicultura intensiva: são atividades com intuito de otimizar e facilitar a criação e o lucro obtido, de forma ponderada e sistemática. Ela faz uso de tanques-rede, feitos a partir de arames revestidos de PVC submersos na água, ideal para criar os animais em represas ou açudes. Nela a criação é voltada principalmente para o atum, tilápia e salmão.
- Piscicultura semi-intensiva: são atividades que visam o tratamento químico da água, mecanização de algumas etapas do manejo e a utilização de suplementos alimentares.
No entanto, entre os três tipos, as atividades intensivas são as que mais possuem evolução nos países em desenvolvimento, possibilitando a circulação progressiva de água, que garante oxigênio necessário para os animais. Além disso, ela simplifica o manejo e retirada deles, diminuindo os custos, principalmente em relação ao tratamento de algumas doenças. Ou seja, a produtividade da piscicultura também possui um nível elevado.
História da piscicultura no Brasil
A piscicultura no Brasil é responsável por movimentar grande parte da economia no atual mercado brasileiro. A extensa área litorânea presente no país possibilita uma grande produção regional e local. Isso faz com que o Brasil seja classificado um dos países mais consumidores de peixe.
Devido ao grande recurso hídrico e alta porcentagem de água doce, o Brasil é muito propício para o desenvolvimento tanto da aquicultura como da pesca artesanal e da pesca industrial. Os Estados que mais realizam as atividades são:
- Amazonas;
- Bahia;
- Mato Grosso;
- Mato Grosso do Sul;
- Minas Gerais;
- Paraná;
- Santa Catarina;
- São Paulo.
Entre os oito Estados citados, o Paraná é o Estado que mais utiliza os sistemas intensivos da piscicultura. O restante faz, principalmente, a utilização do sistema semi-intensivo com as espécies nativas. Já o sistema extensivo é usado geralmente para subsistência familiar.
Segundo a Food and Agriculture Organization (FAO), até o ano de 2030 o Brasil será um dos maiores criadores e produtores de atividades voltadas para a piscicultura. O país pode igualar-se a classificação da China, primeiro produtor de peixe mundialmente.