Meio Ambiente

Plástico leva até 400 anos para se decompor e prejudica o meio ambiente

Plástico leva até 400 anos para se decompor e prejudica o meio ambiente

Apenas 9% do plástico do planeta é reciclado

Nos dias de hoje, imaginar um cotidiano sem a presença de plástico é uma tarefa árdua. Afinal de contas, ele faz parte da composição de objetos indispensáveis no nosso dia a dia, seja em peças de celulares, de carros ou de computadores.

Além disso, nosso contato com o plástico é mantido diariamente por meio de diversos objetos. Ele acontece tanto através de utensílios de cozinha, quanto através de brinquedos infantis, garrafas pet, sacolas de supermercado e outras embalagens. Não é por acaso que tudo hoje leva plástico na sua produção. Atualmente, o setor brasileiro de produção do produto logra de aproximadamente 4% do petróleo usado no país.

Plástico

O que é plástico?

Plástico é um material orgânico polimérico sintético, química e tecnologicamente falando. Sua constituição é macromolecular, tendo assim uma significativa maleabilidade. Ou seja, as propriedades do plástico permitem que o material se adapte e se molde às mais distintas formas.

Essa característica maleável aos diferentes moldes e transformações ocorre mediante uma exposição à pressão e ao calor. Tal processo é usado como matéria-prima na produção de diversos objetos, entre eles: embalagens de plástico, roupas, sapatos, bijuterias, sacolas, vasos, cortinas, toalhas e mais.

História do plástico

Poucos imaginam que o plástico não existia na rotina da sociedade até o século XIX. Afinal de contas, o primeiro exemplar de plástico sintético só foi desenvolvido no início do século seguinte. Em outras palavras, foi apenas a partir da segunda década do século XX que o desenvolvimento do material registrou aceleração.

Quando comparado a materiais como o papel e o vidro, percebemos como seu surgimento e ascensão são recentes na nossa rotina. Em contrapartida, em pouco menos de um século, o material superou os seus predecessores, aparecendo na maioria dos utensílios atuais.

Derivado das resinas decorrentes do petróleo, seu nome carrega origens gregas. Em suma, “plástico” significa “aquilo que pode ser moldado”. Afinal de contas, uma das suas características mais marcantes e valorosas é sua capacidade de preservar a forma depois da moldagem. Você faz ideia de como isso é feito?

Como é feito o plástico?

A maioria esmagadora das pessoas não sabe responder como é feito o produto. Ao contrário do que tendemos a acreditar, ele não é uma matéria-prima natural, autônoma ou auto-fabricada. O plástico, bem como os objetos feitos através dele, precisa ser fabricado.

E, para isso, o petróleo é a matéria-prima primordial na fabricação do produto. Esse combustível natural não renovável é largamente utilizado pelo homem nos mais diversos empregos e atividades. Infelizmente, essa aplicação está também diretamente relacionada à terrível poluição ambiental.

Plástico

Durante o processo de fabricação do plástico tradicional, a matéria-prima – isto é, o petróleo – é convertida no que é chamado de resina plástica. Em seguida, estas resinas estão passíveis de atravessar processos específicos. Afinal, tudo estará a depender do tipo de plástico almejado para a fabricação.

Além do mais, é realizada uma modificação nos componentes químicos do petróleo. Isso acontece para disponibilizar uma variedade de materiais voltados à fabricação de plásticos coloridos e transparentes.

Em outras palavras, para que o material seja fabricado, é necessário que o petróleo seja extraído e posteriormente enviado a uma refinaria. Uma vez lá, as substâncias presentes na composição do combustível são devidamente separadas.

Para a produção do plástico, é empregado um derivado do combustível conhecido como “nafta”. Isto é, o plástico é composto por moléculas de nafta e sujeito a um delicado e cauteloso processo para refinamento.

A matéria-prima, por sua vez, serve tanto para produzir os materiais plásticos mais rígidos e densos quanto serve à produção dos maleáveis e pastosos. Em resumo, as características plásticas citadas são divididas em dois distintos grupos, chamados respectivamente de termorrígidos e termoplásticos.

Tipos de plástico

Como podemos observar no nosso dia a dia, são diversos os tipos de plásticos existentes. São comuns os transparentes, os coloridos, os grossos e rígidos, os finos e flexíveis, que cedem facilmente.

Em suma, essas diferentes características de derretimento e fusão podem ser separadas em dois grupos correspondentes. Estes grupos, como visto, são chamados de termorrígidos e termoplásticos. Mas você faz ideia do que isso significa?

O grupo termoplástico contempla os plásticos que, ao serem expostos ao calor, amolecem, dando vazão para serem moldados. Contudo, ao resfriarem e se tornarem sólidos, assumem um novo formato. A repetição de tal processo pode ainda ocorrer diversas vezes. Assim sendo, o termoplástico como, por exemplo, o polietileno e polipropileno, correspondem a 80% do consumo plástico.

Já os plásticos termofixos, ou simplesmente termorrígidos, são a variante que não derrete quando passa pelo processo de aquecimento. Essa inflexibilidade reflete a longo prazo, na hora da reciclagem sustentável. Afinal de contas, devido a isso, a reutilização por meios convencionais e recicláveis é impossibilitada. Como exemplo do plástico termofixo pode ser citado o poliuretano rígido.

O plástico na natureza

A problemática do plástico no meio ambiente é, provavelmente, o maior desafio ambiental que a sociedade enfrenta no século XXI. Afinal de contas, a natureza é amplamente prejudicada pelo plástico em excesso acumulado no planeta.

De fato, a preocupação é mais que cabível, visto que a decomposição do plástico no meio ambiente leva cerca de quatro séculos. Além disso, estima-se que, dentro de trinta anos, o número de plástico no oceano será maior que o de peixes.

Plástico

Todo ano, cerca de oito milhões de toneladas plásticas são descartadas nas águas do oceano. Tragicamente, essa ação desencadeia desequilíbrio marinho no ecossistema. Afinal, ao ingerirem o material, aves marinhas, peixes e demais animais, incapacitados de digerir, acabam morrendo de modo doloroso e lento.

Infelizmente, os índices de reciclagem consciente não ajudam. De todo plástico produzido no mundo, 91% não é reciclado. Desde a década de cinquenta, a produção de material sintético à base de plástico atingiu largas escalas. Isto é, estima-se que, em um curto período de sessenta e cinco anos, o planeta produziu bilhões, mas só reciclou 9%.

Porém, parece ainda existir esperança para o meio ambiente. Uma das medidas inventadas para tentar atenuar os impactos negativos do plástico foi a criação do plástico biodegradável, produto com capacidade de se decompor em muito menos tempo: cerca de 2 anos.

Entende-se, portanto, que o plástico, embora amplamente utilizado, traz graves consequências ao meio ambiente e precisa, com urgência, ser substituído por alternativas menos agressivas.

ACESSO RÁPIDO
    Joana Gall
    Joana Gall é técnica em agropecuária pelo Instituto Federal Catarinense e atua na pesquisa sobre as mulheres rurais de Camboriú, em Santa Catarina.

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