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Agronegócio

Produtos orgânicos ganham cada vez mais popularidade

Está comprovado que o interesse por produtos orgânicos vem crescendo em todo o mundo, inclusive no Brasil. Em uma pesquisa realizada pela agência internacional Euromonitor, cerca de 79% das pessoas entrevistadas em todo o planeta estão substituindo itens convencionais por produtos orgânicos. A intenção é ter uma alimentação com mais nutrientes, acostumando-se a fazer isso como um hábito.

E a tendência já é mais que compreendida pelo comércio, que conta com uma série de lojas especializadas espalhadas pelo país. Os produtos orgânicos são altamente recomendados não só pela movimentação interna que gera na economia, como também pela qualidade e pelo sabor que oferecem.

O que são produtos orgânicos?

Produtos orgânicos são todos aqueles que são cultivados em um local que atende todos os requisitos de sustentabilidade social, econômica e ambiental. Ou seja, a plantação é feita de forma totalmente natural, evitando o acréscimo de compostos químicos para conservação ou que sirva como aditivo.

A agricultura orgânica é realizada em diversas comunidades rurais e não faz uso de drogas, adubos químicos, agrotóxicos, antibióticos e outros elementos. A ideia é produzir respeitando a atividade natural do espaço, sem nenhum acréscimo de item artificial.

Com o equilíbrio de ecossistema, é possível produzir plantas mais resistentes e que não disseminem doenças. O uso de ervas daninhas, por exemplo, é feito para atrair todas as pragas e liberar a atividade do solo para o restante do cultivo. Toda essa atividade só é possível ao contar com um solo extremamente saudável.

Dentro do processo que gera os produtos orgânicos, há uma série de diversificações de culturas, o que gera uma série de grãos e plantas diferenciados para consumo. Além disso, é válido afirmar que todos os procedimentos são profundamente pensados, pois a plantação nunca pode se prejudicar pela ausência de aditivos químicos.

Para obter sucesso neste tipo de ação, é preciso recorrer a alternativas como a adubação verde, que torna a atividade do solo ainda mais rica. O adubo orgânico é um dos grandes responsáveis pela geração de alimentos ainda mais nutritivos, pois dá suporte para que a terra se desenvolva da maneira mais completa possível, equilibrando o sistema.

Produtos orgânicos no Brasil e na economia

O que já foi tratado como modismo se confirmou como uma tendência de comportamento em todo o país. Mesmo em épocas de crise, a procura por produtos orgânicos no Brasil continuou crescendo. Tudo por conta da intenção do brasileiro buscar uma alimentação saudável, que traga mais nutrientes. A busca pelo emagrecimento também foi um fator relevante.

Ao se adequar a um estilo de vida saudável, o brasileiro começa a preterir os alimentos processados e começa a ficar mais próximo de uma série de grãos, como é o caso da quinoa, do arroz integral, da aveia e da linhaça. O ano de 2016 estabeleceu um marco, já que foram contabilizados cerca de R$ 94 bilhões de reais gerados deste tipo de produção.

E os resultados desta mudança de comportamento começam a gerar uma série de reflexos sociais. A procura por produtos orgânicos segue crescendo principalmente entre a população de renda mais baixa. É um efeito que mostra o quanto as pessoas passaram a se preocupar mais com a qualidade da alimentação, fazendo com que o país apostasse ainda mais neste segmento.

Por contar com poucas produções orgânicas de larga escala, quem movimenta essa economia é o produtor familiar. É muito mais simples manter uma produção orgânica em espaços menores, onde não há a necessidade de grandes maquinários para a observação de todo o contexto. É este pequeno agricultor que movimenta um dos principais fatores econômicos da atualidade.

Diferenças entre orgânicos e hidropônicos

O processo pelo qual passam os produtos hidropônicos é totalmente diferente ao proposto para o orgânico. Neste segmento, é possível fazer uso dos agrotóxicos, mas em cultivo aplicado diretamente na água. Ou seja, a aplicação é de fertilizantes que se diluem no líquido, itens que são totalmente proibidos em uma plantação orgânica.

Os produtos orgânicos são exclusivamente trabalhados em solo, sem nenhum aditivo ou conservante aplicado. Não é necessário colocar nenhuma substância para que as raízes das plantas precisem absorver novos elementos. O único elemento normalmente trabalhado é o adubo orgânico.

Certificações do Ministério da Agricultura

Hoje, o Ministério da Agricultura conta com oito instituições oficiais que podem certificar a veracidade do produto orgânico. São institutos de tecnologia, certificadoras, institutos de agropecuária e de controle de qualidade espalhados por diversos estados do país.

O trabalho deles é fiscalizar se o produto realmente passou por todos os processos orgânicos, acompanhando todas as etapas até o envio ao consumidor final. Os alimentos contemplados ganham um selo, garantindo os benefícios dos produtos orgânicos.

Há outras organizações presentes no país com o trabalho de verificar as produções, mas elas respondem diretamente aos oito órgãos citados do Ministério da Cultura.

Também existe o sistema participativo de garantia, onde produtores, técnicos e consumidores se unem para fazer avaliações. A ideia deste grupo é aprender mais sobre todo o controle do processo, além de poder apontar possíveis inconformidades no plantio em avaliação.

Produtos orgânicos industrializados

É comum encontrar elementos orgânicos dentro de processos de industrialização. A única norma a ser respeitada é de que a indústria não pode interferir na composição daquele alimento, evitando o acréscimo de aditivos ou adulterando qualquer uma de suas características originais. Nenhuma substância indesejada pode ser identificada em um processo de análise posterior.

Mas é fundamental destacar que, para ser considerado um produto orgânico, o elemento deve contar com pelo menos 95% de sua composição totalmente natural. Isso inclui todos os ingredientes aplicados no processo de cultivo, colheita e preparação para vendas. Isso representa um alimento totalmente apto ao consumo, gerando os mínimos riscos de fazer mal ao comprador.

Se os produtos contarem apenas com uma porcentagem proporcional menor do que 95%, é possível chamá-los de “produtos naturais” ou “produtos com ingredientes orgânicos”. Outrossim, vale destacar que os itens com um valor ainda menor aos 70% não podem obter nenhum tipo de reconhecimento, não sendo considerados parte do grupo de produtos orgânicos.

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