Curió preseiro é territorialista, mas fazê-lo adquirir essa característica demanda paciência e cuidado
Um dos pássaros mais populares do Brasil é o curió, ou curió preseiro, quando se acostuma com a caça. O curió, inclusive, é um pássaro muito livre e que nem sempre possui o instinto da caça, portanto, é sempre preciso muita paciência para torná-lo preseiro.
Após virar um curió preseiro, o pássaro se acostuma com seu novo lar e passa a ter maior proximidade e familiaridade com o ambiente, o que o torna altamente territorialista e um verdadeiro protetor. É um treino que é feito aos poucos para não estressar e nem machucar o pássaro.
O que é curió preseiro?
Curió preseiro é um pássaro brasileiro pertencente ao grupo passeriformes. O mesmo é conhecido já que recebe esse nome a partir do momento em que aprender a caçar suas presas. Com personalidade muito marcante e territorialista, o curió preseiro aprende rapidamente a defender o seu espaço.
Além disso, o pássaro possui aproximadamente 13 centímetros de comprimento e possui dimorfismo sexual.
O macho é todo preto nas costas, cabeça e pescoço, possuindo apenas uma cor vinho escuro no peito. A fêmea é completamente marrom e conhecida como curió preseiro pardo. Justamente por isso, é muito fácil identificar e diferenciar o macho da fêmea.
Em geral, é um tipo de pássaro que começa a adquirir as plumas a partir de 1 ano ou 18 meses. A partir desse momento, é muito comum ver o curió preseiro atingindo sua maturidade sexual e já sendo dono de si.
O curió preseiro cantando é considerado um dos mais belos pássaros. É muito atento e dificilmente ficará muito tempo parado sem fazer nada. É muito comum seus donos sempre colocarem músicas clássicas em um volume bem baixo.
Dessa forma, ele aprende a cantar com muito mais facilidade, despertando uma admiração imensa por parte de quem os ouve.
Além disso, o pássaro curió também é considerada uma das mais capturadas aves de canto. A finalidade é se utilizar do comércio de animais vivos, responsável pela sua virtual extirpação na região Sudeste.
O pássaro curió preseiro possui um bico que, olhando fisicamente, não é tão proporcional com o seu tamanho. Porém, é extremamente eficaz e forte para triturar sementes duras, que é um dos seus alimentos e passatempos preferidos.
Curió preseiro
Existem algumas formas de tornar o curió preseiro. Uma delas consiste em colocá-lo na gaiola e atiçá-lo, sem assustar, com um pássaro curió de pano ou qualquer outra miniatura falsa de pássaro. A partir do momento em que ele quiser atacar, deixe-o.
É uma espécie inteligente e pode sentir quando está sendo repreendido. Caso ouça estalar de dedos, repreensões ou demais barulhos enquanto tenta atacar a falsa presa, pode se tornar altamente manhoso e dependente.
Outra dica é ter dois curiós, um em cada gaiola, e soltar um deles para que vá até a parte externa da gaiola do outro pássaro.
Não deixe-o entrar, mas deixe-o ir até a gaiola vizinha. Isso fará com que um tente dominar o território do outro. Assim, atiçará e criará no pássaro um instinto caçador, que tornará mais fácil caso o mesmo precise encontrar alguma presa.
Um erro muito grande de quem inicia com a criação do curió preseiro do Pará, como também é conhecido, é mudá-lo rapidamente e frequentemente de local.
Afinal, como dito anteriormente, é um pássaro de personalidade extremamente dominadora e que briga ferozmente para defender a família e o território. Portanto, tirá-lo do seu prego, como se chama sua gaiola, é uma das piores formas de adaptá-lo ao local e transformá-lo em um pássaro preseiro.
Até mesmo porque, dessa forma, em vez de se tornar preseiro, se tornará um pássaro estressado, amedrontado e sem saber exatamente o que ou como defender. Além disso, na natureza, o curió preseiro demarca seu território cantando, seja quando escolhe um lugar para ficar ou quando está acasalando.
Onde criar o curió?
O curió preseiro pode ser criado, até mesmo, dentro de um apartamento. Porém, somente até dois exemplares. Os mesmos não podem ser expostos a grandes correntes de vento, grande poluição sonora e nem mesmo ao ar frio ou quente.
O ambiente deve ser um local normal e agradável, sem grande quantidade de barulho, vento ou qualquer movimentação exacerbada. A temperatura deve ser agradável também.
A gaiola é outro fator que requer atenção. Ela deve ser da seguinte forma:
- De madeira, com malha de arame ou fibra;
- Com aproximadamente 22 cm de largura, 49 cm de comprimento e 51 cm de altura a partir do arco.
Além disso, deve haver uma porta lateral ou uma espécie de caminho, chamado de passador, que o curió preseiro consiga caminhar livremente e se encontrar com a fêmea em épocas de acasalamento. Dessa forma, é possível manter seu espírito sempre alegre.
Um curió preseiro alegre é uma das coisas mais belas de se ter por perto. Com o tempo, começa a cantar para agradar o dono e chama muita atenção por conta do seu timbre afinado de uma forma quase que inacreditável.
Entretanto, é importante frisar que o curió vive até 30 anos quando em cativeiro e bem cuidado, e até 10 anos na vida selvagem. É delicado, porém, é muito ágil e adora fazer acrobacias mirabolantes.
Tipos de curió
Existem alguns tipos de curió cujo canto não mais é ouvido na natureza. Assim, essa é a preocupação de muitos criadouros, a fim de evitar a extinção do animal.
Entre as espécies de curió que estão sendo observadas de perto, estão:
- Curió Praia Grande (não se ouve mais o seu canto há algum tempo);
- Sporophila angolensis angolensis;
- Sporophila angolensis torridus.
Os dois últimos são subespécies do curió preseiro, mas são extremamente semelhantes, porém, em tamanho menor. Quem conhece o animal, sabe diferenciá-los. Porém, quem não possui a mínima convivência, pode se confundir.
Além disso, o nome do curió significa “Amigo do Homem”, na língua dos índios Tupi-Guaranis. Afinal, adora viver perto de aldeias indígenas e demais locais onde se sente confortável e seguro perto do ser humano.
Com essas características, somadas à sua elegância, competitividade, canto e dominação, o curió preseiro se torna um dos pássaros mais apaixonantes de todo o território brasileiro.