A palma forrageira é uma excelente fonte de água para os animais que vivem em regiões que enfrentam longos períodos de seca. Suprir todas as necessidades nutricionais dos animais pode ser um desafio em climas áridos e semiáridos. Entretanto, a palma forrageira pode ser um excelente complemento, já que tem cerca de 90% de água e ajuda na absorção de outros nutrientes.
Confira a seguir como plantar e usar a palma forrageira na alimentação de caprinos, ovinos e bovinos, além conhecer as melhores espécies!
O que é palma forrageira?
Palma forrageira é uma planta consumida por diversas espécies de animais. Ela pertence à mesma família dos cactos (Cactaceae), onde encontramos mais de 170 gêneros e cerca de 2 mil espécies. As palmas utilizadas como forrageiras pertencem aos gêneros Opuntia e Nopalea.
Essa planta cresce em forma de arbusto e pode ter entre 1,5 e 5 metros de altura, dependendo da espécie. Seus ramos são verde-acinzentados e lembram raquetes, de forma que são mais compridos do que largos, podendo ou não ter espinhos.
As suas folhas são pequenas e sua flores variam entre amarelo e laranja. Por fim, seus frutos têm a cerca de 8 cm de comprimento. De forma geral eles têm cor amarela, levemente avermelhado, além de bastantes espinhos.
A palma, que é utilizada como forrageira sem espinho, é original do Texas, Estados Unidos. Ela foi introduzida no Brasil em 1880, em Pernambuco. Desde então, a planta tem ganhado um papel importante na região semiárida do país.
Devido à sua alta concentração de água e fácil adaptação ao clima da região, a palma forrageira no Nordeste tem feito parte da dieta de 80% dos animais, seja in natura ou na produção de farelo e emoliente para a alimentação.
Espécies de palma forrageira
No Brasil, três variedades de palma forrageira são predominantes: a gigante, a redonda e a miúda. Isso acontece porque essas espécies têm bastante resistência ao clima semiárido do Nordeste e mantêm os animais nutridos durante os longos períodos de seca.
Entretanto, o principal fator que deve ser levado em consideração na escolha de uma espécie para alimentação é a sua resistência às doenças da palma forrageira, como a cochonilha do carmim ou a de escama.
De forma geral, a palma mais resistente a essa praga é a miúda, além de ser a mais nutritiva e apreciada pelos animais. Entretanto, essa é a espécie que apresenta a menor resistência à seca e é mais exigente quando o assunto é a fertilidade do solo.
Por outro lado, a palma forrageira gigante é a espécie mais resistente à estiagem, embora seja a que menos agrada ao paladar do gado, tenha menor valor nutricional e sendo também mais sensível à cochonilha do carmim. Em contrapartida, seu crescimento ereto facilita o consórcio com outros tipos de culturas anuais.
Por fim, a palma redonda tem porte médio e crescimento lateral. Contudo, mesmo não sendo resistente a doenças, essa espécie tem grande rendimento de material e é mais palatável em comparação com a palma forrageira gigante.
Nutrição e produtividade
Dentre as palmas forrageiras, a espécie que mais apresenta potencial de produtividade e nutrição é a miúda. A colheita dessa espécie pode ser realizada anualmente, o que não acontece com as espécies redonda e gigante.
Entretanto, as três variedades de palma forrageira apresentam eficiência superior a qualquer outra planta. De acordo com estudos, essas espécies têm cerca de 65% de Nutrientes Digestíveis Totais. Esse valor é superior a um dos melhores alimentos para gados, a silagem de milho. Além disso, ela é uma das maiores fontes de energia e de água para os animais do clima semiárido.
Palma forrageira na alimentação animal
A palma forrageira pode ser usada na alimentação de bovinos, caprinos e ovinos. Entretanto, é importante que ela seja oferecida misturada com alimentos ricos em proteínas e matéria seca. Oferecer somente a palma forrageira na alimentação animal pode causar diarreias, já que ela contém uma concentração alta de água.
De fato, a palma forrageira no Nordeste é uma excelente opção para complementar a dieta, pois contribui para suprir a necessidade de água dos animais. Além disso, quando participa em até 50% da nutrição, a espécie melhora o consumo de fibras e outros nutrientes.
Em resumo, essa planta é um excelente alimento para as regiões semiáridas do país!
Como plantar palma forrageira?
Em primeiro lugar, para iniciar o plantio da palma forrageira, é preciso selecionar as raquetes. Elas devem ser retiradas de plantas saudáveis, sempre tomando cuidado para não colher amostras muito novas ou muito velhas. Para isso, o ideal é retirar a raquete do meio da planta mãe.
Depois de escolher a raquete, deve-se cortá-la na junta da planta com um facão bem afiado e desinfetado em uma mistura de duas partes iguais de água e água sanitária. Em seguida, as raquetes devem ser dispostas à sombra por cerca de 15 dias, para que ocorra a cicatrização. É importante que o local seja bem arejado e que não esteja sujeito a encharcamento. Caso contrário, as raquetes apodrecerão!
O momento ideal para começar o plantio da palma forrageira é um mês antes do início da época das chuvas. Para isso, a preparação do solo pode ser feita da forma convencional, com aração e gradagem, ou então com subsolagem.
Contudo, a adubação vai depender das características do solo. Dessa forma, então, é necessário enviar uma amostra do solo para determinar qual é a melhor conduta a ser adotada. No geral, a adubação é feita com esterco no mesmo período de corte da palma, o que pode ocorrer a cada um ou dois anos.
Por fim, o plantio pode ser feito em covas ou em sulcos com profundidade de 20 cm a 30 cm, enterrando cerca de 2/3 das raquetes no solo. Em relação ao espaçamento, para ajudar no controle de pragas, é recomendado uma distância mínima de 1,8 m entre as linhas. Dessa forma, é possível caminhar entre as linhas e controlar a saúde das plantas mais de perto.
Considerações finais
De fato, cultivar palma forrageira para complementar a alimentação de animais que vivem no clima árido e semiárido é fundamental. Não deixe de considerar essa alternativa!