Sem dúvida, a garoupa é um dos peixes mais famosos do Brasil. Essa espécie robusta e de carne saborosa pode ser encontrado com facilidade nas rochas e corais do litoral brasileiro.
Contudo, por causa dos seus hábitos e biologia, é muito difícil criar a garoupa em cativeiro. Por isso, sua pesca ainda é a melhor forma de comercializar o peixe. Confira os detalhes a seguir e saiba mais sobre essa espécie.
O que é garoupa?
Garoupa é o peixe de água salgada que está estampado na nota de cem reais. Eles são encontrados com facilidade no litoral das regiões Sudeste, Norte e Nordeste do Brasil, onde se escondem em rochas e corais.
Embora as características do peixe garoupa variem de uma espécie para outra, eles têm coloração bem brilhante e podem atingir até um metro e meio de comprimento, pesando cerca de sessenta quilogramas. Além disso, eles têm a cabeça e boca grandes, corpo largo e pedúnculo caudal grosso e curto.
Por causa da sua carne saborosa, esse peixe é muito apreciado na culinária. Assim, a pesca de garoupa tem grande importância econômica nas regiões costeiras.
Características do peixe garoupa
Atualmente, existem quatro espécies registradas de peixe garoupa. Embora cada uma tenha características únicas, todas elas apresentam escamas pequenas e são hermafroditas. Nos estágios iniciais da maturação sexual, a garoupa é fêmea. Então, mais tarde, se transforma em macho.
Entretanto, por ter capacidade de natação limitada na fase adulta, a garoupa precisa encontrar um lugar adequado para a metamorfose. Ademais, a espécie é um predador ativo e se alimenta de camarão, lagosta, ouriços, lulas, moluscos e peixes menores.
Condira as principais características de cada espécie de garoupa:
- Epinephelus marginatus: tem coloração parda avermelhada, com faixas esverdeadas nas laterais e tons amarelos no ventre. Suas nadadeiras têm formato arredondado, cor escura e margem clara. Ademais, ela também é chamada de garoupa verdadeira;
- Epinephelus guttatus: também conhecido como garoupa pintada, ele tem coloração que varia entre marrom claro e verde acinzentado, além de ter cinco faixas verticais escuras no seu corpo. Assim como o seu nome sugere, a espécie tem pintas vermelhas espalhadas por todo o corpo. Em média, a garoupa pintada pesa vinte e cinco quilogramas e mede setenta e cinco centímetros de comprimento;
- Epinephelus morio: tem corpo bem desenvolvido, chegando a medir cerca de oitenta centímetros de comprimento. Também conhecida como garoupa São Tomé, ela tem espinho na nadadeira dorsal que diminui em tamanho em direção à cauda;
- Epinephelus status: igualmente chamado de garoupa de trindade, tem coloração marrom esverdeada e manchas claras verticais. Além disso, ela também tem espinho na nadadeira dorsal que descresse em direção à cauda.
Onde vive o peixe garoupa?
O peixe garoupa é uma espécie de água salgada que vive no fundo de corais e pedras do litoral brasileiro, especialmente no Rio de Janeiro. Além disso, também é possível encontrá-los em estuários, ou seja, regiões de transição entre o rio e o mar. Geralmente, quando atinge a fase adulta, a garoupa vive em profundidades de quinze a vinte metros.
A espécie Epinephelus marginatus, considerada a garoupa verdadeira, está presente no oceano Atlântico, principalmente perto da África do Sul, ao leste das Ilhas Britânicas e até a próximo à Ilha de Madagascar, alcançando a região do oceano Índico. Ela também pode ser encontrada no Mar Mediterrâneo e na Patagônia.
Contudo, devido às condições que o peixe garoupa vive, a sua criação em cativeiro é bem complexa. Vejamos mais detalhes sobre esse assunto a seguir.
Como criar garoupa?
A criação do peixe garoupa em cativeiro ainda é pouco comum, pois os seus hábitos reprodutivos, alimentares e biológicos são difíceis de manejar.
Em primeiro lugar, as condições de reprodução dessa espécie são muito difíceis de replicar em cativeiro, pois são bastante complexas.
Em resumo, é necessário uma grande coluna de água para que o peixe possa realizar a desova e a posterior fecundação, o que envolve muito esforço físico. Por isso, é preciso indução hormonal e fertilização in vitro para que o piscicultor reproduza esse animal em cativeiro.
Então, após a fertilização e eclosão do ovo, o manejo da fase larval também é bem complexo. Além de serem muito exigentes quanto a alimentação, as larvas de garoupa são frágeis e sensíveis ao estresse.
Outro desafio da larvicultura é a baixa densidade que essa espécie exige. Depois de dez dias de vida, as larvas desenvolvem espinhos e se engancham umas nas outras com facilidade.
Além disso, após a metamorfose, a espécie começa a praticar canibalismo. Assim, é preciso fazer gradeamento a cada dois dias para reduzir o índice de mortalidade.
De fato, a criação em cativeiro do peixe garoupa é bem difícil. Por isso, a pesca tem sido a melhor forma para comercialização desse animal.
Como pescar garoupa?
A pesca de garoupa exige equipamentos e linhas resistentes, pois esse peixe é pesado e forte. Além disso, eles têm o hábito de se esconder quando são fisgados.
Dessa forma, o mais indicado é usar uma vara dura e linhas resistentes à abrasão entre vinte e setenta libras, ou seja, que suporte entre nove e trinta quilogramas. Ademais, o tamanho de anzol mais recomendado é de 6/0 a 12/0, de forma que não e preciso encastoá-lo.
Com relação às iscas, as melhores artificiais são plugs de barbela longa, grandes shads e jigs, pois trabalham bem no fundo. Já as iscas naturais mais apreciadas pelo peixe garoupa são os peixes das espécies bonito, sardinha e atum, especialmente quando estão estragadas.
Para evitar que a garoupa se esconda nas rochas ou nos corais, o ideal é puxar o peixe de uma vez, usando a fricção bem apertada. Como eles chegam à superfície com a bexiga natatória inchada, é preciso fazer um furo na metade do corpo, atrás da nadadeira peitoral. Caso contrário, o peixe garoupa não vai conseguir afundar se for solto.
Por ser um peixe resistente, já foi observado que o mesmo peixe marcado já foi pescado quatro vezes. Assim, a pesca esportiva também aprecia bastante a espécie.
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