Antígenos podem ser introduzidos por agentes externos ou já se encontrarem no interior de células do próprio organismo. Os antígenos são responsáveis pela ativação da resposta natural do corpo contra a ação de agentes nocivos que podem vir a debilitar o organismo. Quando a proteção natural dos seres se encontra fragilizada, ocasiona o agravamento do estado de saúde.
Se, por um lado, os antígenos são responsáveis por provocar reações alérgicas e outros problemas de saúde, também são a chave para prevenir organismos da contaminação de vírus e bactérias perigosas.
O que são antígenos?
Antígenos são moléculas presentes em vírus, bactérias, toxinas, células de superfície, pólen, entre outros.
São moléculas desconhecidas no organismo que se destacam de células estranhas, normalmente invasoras, que são introduzidas por meio de ingestão e inalação.
Essas moléculas provocam reação do sistema imunológico que acaba produzindo reagentes para combater a ação desses agentes nocivos. Como esses antígenos são muito específicos, o corpo produz respostas específicas para cada molécula considerada estranha.
Por isso, uma forma de definir o que são antígenos é: toda substância capaz de promover uma resposta por parte do sistema imunológico.
No entanto, nem todo antígeno é capaz de produzir uma reação instantânea por parte do sistema de defesa natural, mas estes também não são capazes de provocar danos à saúde.
Isto porque são moléculas pequenas demais para chegar a despertar a reação do organismo ou provocar algum mal.
Contudo, quando essas pequenas moléculas se acoplam a moléculas carreadoras, isto é, moléculas que têm como função transportar substâncias, passam a se tornar uma ameaça real e a exigir ação do sistema de defesa.
Uma ilustração
Para ilustrar a explicação descrita acima, imagine que você está em um campo de batalha e tem como objetivo proteger o seu território da invasão do inimigo.
Imagine que o adversário usou a tática do Cavalo de Troia, usou de um ardil, um artifício, no caso, um cavalo de madeira gigante, para se introduzir no terreno inimigo e atacá-lo de surpresa quando conseguisse adentrar as suas terras.
O cavalo em questão pode ser uma comida contaminada, a inalação de alguma substância nociva, etc.
Quando os invasores se revelam, o sistema imunológico elabora um plano de ataque para conter os danos causados pelos adversários, o que pode levar horas ou dias.
Imagine os antígenos como espiões e que, sozinhos, não provocam danos e não fazem o sistema imunológico reagir. No entanto, na presença de ameaças, entram na surdina, estudam o terreno e aguardam a melhor oportunidade para atacar porque enfrentam uma clara desvantagem numérica e de forças.
Antígenos e anticorpos
Sabe as tais moléculas produzidas pelo sistema imunológico para responder à entrada, à ação, dos antígenos? Elas se chamam anticorpos, também chamadas de imunoglobulinas.
São a tropa de choque do sistema de defesa do corpo. São moléculas de glicoproteínas que têm a função de identificar, neutralizar e marcar os antígenos para que estes sejam eliminados.
Os anticorpos são produzidos por linfócitos B. Conseguem reconhecer e combinar-se com moléculas estranhas ao corpo para inutilizá-las.
Portanto, sobre a diferença de antígenos e anticorpos, o primeiro se trata de moléculas estranhas ao organismo que provocam a reação do sistema de defesa natural para eliminá-las. Já os anticorpos são moléculas produzidas pelo organismo para identificar, infiltrar e inutilizar agentes nocivos.
Antígenos intracelulares
Os antígenos podem ser identificados dentro do próprio organismo, em células e moléculas. Em condições normais, o sistema imunológico não promove ações de defesa, mas quando há falhas no sistema imune, ocasiona a identificação do que viria a ser antígenos intracelulares.
Como dito anteriormente, os anticorpos têm a tarefa de identificar os agentes estranhos nocivos atuando internamente no organismo e inutilizá-los. Ou seja, uma de funções básicas é identificar o “próprio” do “não próprio”.
Quando há uma falha nesse sistema de reconhecimento, o sistema de defesa pode acabar classificando como “não próprio” moléculas que antes eram consideradas inofensivas, passando então a tentar inutiliza-las. Essa situação ocasiona as chamadas doenças autoimunes.
Alguns exemplos dessas doenças são:
- Lúpus;
- Síndrome de Sjögren;
- Tireoidite de Hashimoto.
Antígenos e vacinação
Os antígenos são usados na produção de vacinas para combater epidemias, doenças perigosas e de rápida disseminação. São sintetizados e inseridos dentro dos organismos dos seres vivos, tanto humanos como animais.
Mas qual a lógica desse processo? Como vimos, os antígenos são responsáveis pela produção de anticorpos, uma reação do sistema de defesa natural do corpo para combater agentes estranhos e nocivos que podem provocar mal-estar à saúde dos seres.
Não é um contra senso introduzir no corpo essas moléculas estranhas que ele mesmo luta tanto para inutilizar?
De fato, as vacinas são perigosas?
Não crie histórias infundadas na sua cabeça. Vacinas são importantíssimas para a preservação da saúde de humanos e de animais. A negligência quanto ao calendário de vacinas implica em grandes riscos à saúde e aos negócios.
Através de uma vacina, introduz-se no corpo versões mais inativas e atenuadas dos antígenos, ou seja, antígenos mais fracos cuja função é estimular a produção de anticorpos.
Ao habituar o organismo a gerar anticorpos para lidar com determinada espécie de antígeno que libera essas moléculas, as toxinas dessas moléculas (lembrando que são bem específicos, necessitando da produção de anticorpos próprios) tornam o corpo mais fortalecido e preparado para lidar com a versão mais potente da doença.
A lógica está em aplicar uma versão menos potente para estimular o corpo a gerar anticorpos de modo a formar uma espécie de barreira de proteção que bloqueia a eventual exposição aos vírus e bactérias mais agressivos.
Por isso, algumas pessoas sentem reações adversas nos primeiros dias após a aplicação da vacina, porque o corpo está se adaptando, gerando soluções para combater o problema, o que pode levar algum tempo, mas como se trata de uma versão atenuada, a recuperação é mais que certa.
Perdas e doenças mais recorrentes na criação de bovinos
Estima-se que o prejuízo anual provocado por mortes de animais em razão de doenças bovinas ultrapasse mais de 1 bilhão de reais. Isso representa mais de 400 mil animais mortos por ano. Uma das razões é a falta de vacinação e qualidade das vacinas aplicadas.
As doenças mais comuns em gado:
- Mastite;
- Brucelose;
- Tuberculose;
- Febre aftosa;
- Clostridioses.
Muitas dessas perdas seriam reduzidas se houvesse maior consciência da importância da vacinação e da sua lógica de aplicação de antígenos atenuados para fortalecer o sistema imunológico das espécies.