Apicum e mangue possuem características semelhantes, porém, ainda assim, são diferentes
O Brasil tem vários biomas em seu território, cada um com seus ecossistemas próprios. Tanto o apicum como o mangue são biomas brasileiros. Além disto, eles também têm em comum as inundações costeiras, e o fato de terem regiões alagadas. No entanto, a diferença entre eles está nas características do seu ecossistema, pois cada um deles abriga um tipo de vegetação, animais e salinidade próprios.
Uma vez que o manguezal tem como característica principal a existência de uma vegetação típica chamada mangue e este, por sua vez, é composto por árvores e raízes que resistem aos alagamentos e inibem a erosão do solo, podemos dizer que manguezal é um ecossistema com vegetação mais densa se comparado ao apicum.
O que é apicum?
Apicum – ou salgado –, como é chamado no Nordeste, é uma região que fica exposta a inundações intermediárias em luas cheias. A salinidade deste tipo de bioma é altíssima, portanto, não abriga árvores como no caso do mangue. Sua vegetação é composta por herbáceas que crescem na areia.
Para ajudar a entender o que é apicum, é importante saber que, neste bioma, a vegetação é rasa e o chão é normalmente desnudo, predominando a areia.
Além disso, apicuns estão relacionados a climas que têm uma estação seca de pelo menos 3 meses no ano. Por conseguinte, é um ambiente normalmente seco e hipersalino.
Fauna e flora dos apicuns
A fauna e a flora dos biomas brasileiros são riquíssimas. No entanto, pelo fato de o apicum ter características áridas, sua fauna e sua flora acabam sendo mais restritas.
A flora, como já dito, se constitui de herbáceas rasas que resistem à salinidade e períodos de secas.
Já a fauna, por se tratar se um ambiente quase desértico, não existe ou não se abriga diretamente neste bioma. A fauna mais próxima deste bioma são as provenientes do mar, dos marquesais e também das encostas.
Onde este bioma se localiza?
Os apicuns estão normalmente localizados entre as os manguezais e encostas em regiões litorâneas. Para se ter uma ideia, na Baía de Todos-os-Santos, os manguezais ocupam 117,6 km² quadrados. Enquanto que os apicuns ocupam apenas 10,2 km² no mesmo território.
Zona de preservação
Por ser uma zona de transição entre mar e áreas arbóreas, a importância de sua preservação está ganhando espaço. Já existe um projeto de lei, o PL 108/19, que está em votação. Segundo este projeto de lei, a importância de proteger este bioma é o fato dele estar ligado ao manguezal de forma direta.
Atualmente o código florestal permite a carcinicultura, que nada mais é do que a criação de lagostas, siris e camarões nas áreas de apicuns. Isto, segundo o deputado Rodrigo Agostinho, é um erro.
Esta permissão interfere no andamento natural deste ecossistema. Por conseguinte, isto acaba interferindo no manguezal do qual é indissociável.
Por fim, entendemos que o apicum é diferente do mangue em vários aspectos, mas que, no entanto, eles estão intimamente ligados. Assim, ao mexer em um, o outro é atingido de forma reflexa.