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Aruanã é peixe valorizado no mercado de pescados

Aruanã é peixe valorizado no mercado de pescados

Os peixes aruanã são populares nas culturas asiáticas

O peixe aruanã é uma espécie nativa de água doce e muito cultivada em diversos locais da Ásia. O preço por peixe, em algumas regiões, dependendo do tipo de tratamento que o cardume recebe, pode chegar a R$ 300 mil.

A espécie aruanã é carnívora e de caráter saltador. Quando atinge sua fase adulta pode chegar a medir o mesmo que uma espada samurai e saltar até 2 metros em busca de insetos e outros animais. Em alguns lugares do mundo este peixe é considerado uma espécie de divindade, e existem diferentes mitos a respeito dele.

Peixe aruanã

O que é aruanã?

Aruanã é um peixe de água doce da família Osteoglossidae. Eles também são chamados de “línguas de ossos”, pois tem um osso dental no centro do céu da boca. Este conjunto de peixes é caracterizado pela cabeça cheia de ossos e pelo corpo alongado coberto por escamas. O formato das escamas é semelhante ao de um mosaico e suas espinhas dorsais são em formato de raios.

Estes peixes respiram o oxigênio do meio, não da água. Por meio dos sacos de gases que eles têm no corpo, armazenam o ar da atmosfera e o alinha com os tecidos capilares que contém em seu corpo. Algumas espécies podem chegar até 1,2 metros quando criadas em tanques específicos. Na época de cheia nos rios é o momento em que os aruanãs se reproduzem. Esta espécie aproveita as enchentes e geram ovos. Os machos são os responsáveis por guardar ovos e as larvas em suas bocas como forma de proteger a prole.

Este peixe é muito procurado pelo ramo do esporte em razão da sua capacidade de pular até 2 metros fora da água. Ele é fisgado para ser criado em aquários ou tanques de grande porte. Quando é tratado com alimentação adequada e espaço suficiente para desenvolvimento, este peixe pode atingir mais de 5kg.

Em alguns países da Ásia, este peixe tem uma produção de caráter luxuoso. Isso ocorre por causa da pesca ilegal que foi comum por muitos anos no continente. Por isso, atualmente, existem fazendas no Sudeste Asiático que contam com microchips inseridos nos animais. Nestes locais, a reprodução do peixe acontece em massa para uma venda altamente lucrativa.

Características do aruanã

Em âmbito geral, este peixe apresenta um comportamento paternal, ou seja, são criados pelos machos da espécie. Além disso, eles demoram para atingir a maturidade sexual e, portanto, sua reprodução acontece de forma lenta. Os ambientes de criação em aquários aplicam técnicas para incentivar este processo de reprodução, como criar um ambiente mais agradável e parecido com o habitat natural.

Um fato curioso sobre os hábitos alimentares é que eles consomem grande quantidade de carne, incluindo a de peixes. Contudo, não costumam atacar seus semelhantes, apenas peixes menores. Por isso, quando criados em tanques, não podem estar em contato com outras espécies de peixes.

Peixe aruanã

Alimentação do peixe aruãna

A base alimentar da família osteoglossídeos é a carne. Estes peixes são conhecidos pela capacidade de saltar em busca de alimentos na superfície. Um fato curioso é que existem espécies saltadores capazes de alcançar até 2 metros e agarrar insetos e aves que voam baixo. Em razão disto, na América do Sul este tipo de peixe consegue saltar até os galhos das árvores em busca de alimentos, e são conhecidos também como “macaco de água“. Em alguns locais, estes peixes capturam presas como os morcegos, por exemplo.

Tipos de peixe aruanã

No mundo todo, existem 10 espécies de peixes aruanã. Três delas são nativas da América do Sul, uma delas é da África, outras quatro são da Ásia e por fim, as duas últimas são da Austrália. Todas as espécies deste peixe são exclusivas de água doce e encontradas em ambos os lados da Linha de Wallace. Esta linha de demarcação geográfica delimita as fronteiras entre a Ásia e a Austrália.

Acredita-se que este peixe já era consumido na Austrália há cerca de 140 milhões de anos. Este fato histórico possibilita que o peixe aruanã tenha sido levado do continente australiano até o asiático por cursos naturais no decorrer dos séculos e, então, suas variações foram se formando.

O peixe aruanã prateado é um dos tipos desta espécie mais conhecido no Brasil, pois é encontrado na Bacia do Amazonas; em especial nos rios Oiapoque e Rupini. Assim como todos os peixes de sua espécie, ele é nativo de água doce e suporta quentes temperaturas. Ele pode pesar até 5 kg e medir cerca de 120 cm.

A coloração deste peixe é cinza prateada por toda sua extensão dorsal, e seu abdome é amarelo. Além disso, conta com dois barbilhões curtos e escamas compridas. Sua alimentação é semelhante a de outras espécies, pois também se alimenta de insetos próximos à superfície.

Peixe aruanã

Curiosidades sobre o peixe aruanã

Existem algumas lendas e mitos acerca desta espécie de peixe. Para o povo chinês e de outras culturas de regiões próximas, ele é conhecido como peixe dragão. Além disso, ele é tido como um símbolo religioso que retrata a paz, a sorte e a prosperidade. O nome dragão é uma referência à aparência que ele tem; já que, em razão da distribuição das escamas em seu corpo, ele aparenta um dragão de acordo com o povo asiático.

O peixe aruanã é também utilizado na corrente de pensamento conhecida como feng shuiEste termo é um ideograma utilizado por muitos países da Ásia e do mundo, visando o equilíbrio dos ambientes, e apresenta o mesmo significado em todos os locais no qual é posto em prática. O feng shui tem uma relação com o yin e yang (equilíbrio entre o bem e o mal).

Não somente na Ásia, mas também no Brasil, o peixe aruanã tem valor na mitologia. Nas crenças dos índios da tribo Carajás, moradores das matas no estado do Goiás e na Ilha do Bananal; este peixe foi batizado, justamente, em razão da tribo. A região brasileira em que esta espécie de peixe é encontrada em maior concentração é a cidade de Aruanã (GO). O cardume é cultivado pela tribo que habita a região e, por isso, ganhou conhecimento nacional pelo mesmo nome da cidade.

ACESSO RÁPIDO
    Joana Gall
    Joana Gall é técnica em agropecuária pelo Instituto Federal Catarinense e atua na pesquisa sobre as mulheres rurais de Camboriú, em Santa Catarina.

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