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Agronegócio

Barreado é um prato originário do litoral do Paraná

Barreado, receita tradicional paranaense, leva carne bovina e farinha de mandioca. Um dos pratos típicos do Estado do Paraná é o barreado, com origem na região litorânea. A sua história é marcada pelo fato de que seu preparo era feito pelos pescadores e caboclos na época das festas de Carnaval.

A receita é simples, contudo, também exige certa atenção com o tipo da carne bovina a ser utilizado. Também é importante verificar o tempo de preparo, a fim de que o barreado alcance a textura apropriada, que o torna um prato tão apreciado.

O que é barreado?

Barreado é um prato tradicional do litoral do Paraná, feito com carne bovina. O preparo é feito através do lento cozimento da carne do peito de boi, sem adição de água, em fogo baixo.

A receita tradicional é feita em uma panela de barro, a qual deve ser “barreada”, dando origem ao nome. Tal operação de barrear é colar a tampa da panela ao corpo com uma massa de pirão de farinha, o que impede a saída do vapor durante a cocção.

Com efeito, a região paranaense tem o prato como atração turística, que agrada tanto brasileiros quanto os turistas de outro país. Os visitantes se deslocam apenas para conhecer o famoso prato culinário.

Para preparar o barreado, não são exigidos muitos ingredientes: em regra, apenas carne bovina, muitos temperos, farinha de mandioca e banana.

Além disso, é uma receita que demanda uma certa paciência, pois pode levar algumas horas para ficar pronta. Isso porque é necessário esperar que a carne atinja um ponto ideal, que desmancha na boca.

Veja abaixo um pouco mais acerca da origem do barreado e também uma receita para aqueles que desejam preparar a iguaria em casa.

Origem do barreado

A origem do barreado remonta ao período do Brasil Imperial, tendo surgido no meio dos caboclos na região litorânea do estado paranaense. Com o passar do tempo, a receita tornou-se característica marcante da região, tendo sido consolidada como marco da gastronomia. Também, o prato foi associado com as festividades da época de Carnaval.

O sucesso do prato se deu principalmente porque exige poucos ingredientes e tem custo barato, além de ter fácil preparo. Outrossim, pode ser feito com antecedência, para durar por mais dias, período considerável de tempo.

Além disso, desde o seu surgimento, constituía prato perfeito para trazer energia aos que estavam festejando, em razão das calorias.

Ademais, a história nos conta que o barreado, uma das mais tradicionais receitas paranaenses, era o prato consumido pelos tropeiros, que vendiam erva-mate na serra litorânea.

A tradição no preparo do barreado

Comumente, os barreados originais eram preparados em uma grande panela feita de barro, que era fechada hermeticamente sendo enterrada. Após, era acendida uma fogueira sobre o local, cujo calor era responsável pelo cozimento da carne, sem adição de água. Esse cozimento levava a carne a ficar extremamente desfiada e macia.

Acima de tudo, a tradição é comer o barreado tendo como acompanhamento principal a farinha de mandioca.

Além disso, há uma crença popular bastante conhecida. Segundo a lenda, o barreado não pode nunca ser consumido com água, na mesma hora ou até duas horas depois – é permitida somente a cachaça.

Outrossim, o barreado foi tradicionalmente consumido somente pelos habitantes da região litorânea do estado do Paraná. Por isso, sua origem parte dessa região, especificamente as cidades de Morretes, Paranaguá e Antonina.

No entanto, ao longo do tempo, e especialmente a partir da década de 70, este prato passou a ser incluído no menu de restaurantes requintados da capital Curitiba.

Por isso, hoje em dia, consumir o barreado é mais que um simples ato do dia a dia dos moradores. É também um ato turístico que é quase uma obrigação para aqueles que visitam o estado.

Ficou interessado em como fazer barreado? Veja abaixo uma clássica receita de barreado paranaense, que serve em média dez pessoas.

Receita de barreado

Os ingredientes do barreado são:

Como preparar barreado: inicie cortando e limpando a carne bovina no dia anterior. Corte tanto a carne quanto o toucinho em pedaços pequenos, misturando com os temperos. Reserve em um recipiente até a hora de fazer a receita.

No modelo tradicional, leve uma panela ao fogo e despeje apenas o toucinho para derreter, forrando o fundo da panela. Em seguida, coloque a carne temperada na panela e tampe-a.

Após colocar a tampa, é feito o ato de “barrear”. Para isso, é necessário vedar a panela com uma espécie de massa que pode levar cinzas, farinha de mandioca e água fervente.

Vedando a panela, inicie o cozimento com fogo alto durante as primeiras horas, transferindo-o para fogo baixo. Isso é feito no fogão a lenha, levando aproximadamente doze horas.

Por outro lado, a receita também pode ser realizada na panela de pressão, o que facilita o processo. Despeje a carne, bem como os outros ingredientes, no fundo da panela de pressão. Após isso, é só cobrir tudo com água.

Vá adicionando mais água até que um terço do que estava vazio fique coberto. Tampe e inicie o cozimento por cerca de três horas.

Para saber o ponto certo da carne, verifique se ela está fibrosa. Além disso, deve estar desmanchando facilmente com um garfo. Portanto, é fundamental que se utilize carnes de segunda, já que estas contêm mais fibras e podem suportar o tempo longo de cozimento sem se transformarem em um simples caldo.

Como servir o barreado

A receita tradicional é servir duas conchas de barreado bem quente, em um prato fundo, acompanhado de duas colheres de farinha de mandioca. O calor da carne fervente é utilizado para que a farinha cozinhe na hora da junção.

Além disso, outro acompanhamento clássico é a banana, geralmente cortada em rodelas, sendo que cada uma vai junto a uma colherada do barreado. Como bebida, conforme dito, é comum uma alcoólica como a pinga.

Não deixe de tentar fazer essa receita clássica em casa, cujo preparo demanda poucos ingredientes. Exige apenas um pouco de paciência, mas o resultado é maravilhoso. O barreado é, de fato, um prato típico e símbolo da cultura gastronômica paranaense.

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