As doenças da soja podem ser responsáveis por até 20% nas reduções da produção do grão. Mas, manter a lavoura saudável é fundamental para obter uma boa produtividade. Quando falamos da soja, principal cultivo do país, é preciso estar atento as doenças da soja, que podem trazer prejuízos ao produtor.
Além de ficar atento as condições climáticas, é preciso monitorar outro fator que pode acarretar perdas significativas. As doenças da soja são responsáveis por causar até 20% de perdas em produtividade da oleaginosa.
Doenças e pragas da soja
Motivo de preocupação de muitos produtores Brasil afora, as doenças da soja podem se manifestar em qualquer período de desenvolvimento da lavoura.
No entanto, para evitar problemas na lavoura com doenças e pragas da soja, é preciso um bom manejo, que começa com o conhecimento da área a ser plantada. É preciso conhecer o histórico da área para saber se já ocorreram doenças e em quais culturas. Tudo isso, tendo em vista que a doença que acomete uma cultura pode trazer complicações para a cultura seguinte.
Assim, além do popular Manejo Integrado de Pragas (MIP), existe também o Manejo Integrado de Doenças (MID), que é um conjunto de estratégias visando controlar ou evitar as doenças na lavoura.
Uma das práticas mais comuns que deve ser seguida, é a rotação de cultura entre monocotiledôneas e dicotiledôneas com gramíneas e leguminosas. Com isso, geralmente, é possível interromper um ciclo de doenças, porque o que atinge gramínea não atinge leguminosa e vice-versa.
Outro fator importante e decisivo para evitar doenças e a incidência de pragas, é utilizar sementes de qualidade com tratamento de sementes industrial. Depois da lavoura implantada, se houver suspeita de doenças, o primeiro passo é identificá-las. Aqui, entram as aplicações preventivas de fungicidas, com aplicações calendarizadas, aplicação na fase vegetativa, onde muitos agricultores ainda acham que não é importante.
Principais doenças da soja
- Antracnose: causada por fungo, a antracnose causa manchas pretas e pode causar a morte de plântulas. Pode causar, inclusive, queda total das vagens e deteriorar as sementes. A doença se desenvolve na fase inicial de formação das vagens, ocorrendo com mais frequência no Cerrado brasileiro, por causa das chuvas e temperaturas elevadas.
Para o controle da antracnose, é recomendado o uso de sementes de qualidade e certificadas, além de manter a rotação de culturas, mantendo espaçamentos que permitam que a lavoura fique arejada e os cuidados com o solo. - Ferrugem asiática: identificada no Brasil pela primeira vez em 2001, ela causa principalmente a desfolha precoce da planta, impedindo a completa formação dos grãos, causando redução na produtividade. Portanto, é considerada a principal moléstia que acomete a cultura da soja. O manejo consiste na utilização de cultivares de qualidade, precoces e com genes de resistência, uso de fungicidas adequados e a semeadura logo no início da época recomendada, após o vazio sanitário. O vazio sanitário é adotado em 12 estados, além do Distrito Federal. É o período em que é proibido o plantio da soja no período entressafra, entre 60 a 90 dias. Isso porque o fungo só sobrevive em plantas vivas, então, o objetivo do vazio é reduzir o inóculo do fungo na entressafra, pela ausência do hospedeiro.
- Oídio: também causada por fungos, parece com coloração branca parecendo bolor nas folhas. Os danos causados na soja variam entre cada região, geralmente induzindo a morte das células e causando a desfolha da planta. Contudo, o controle do oídio se dá pelo uso de sementes resistentes e uso de fungicidas.
Por isso, em um país agrícola como o Brasil, é preciso que os produtores fiquem atentos às doenças da soja, para evitar perdas em produtividade e prejuízos.