A linhaça é considerada um alimento funcional e está cada vez mais presente no cardápio dos brasileiros
Desenhos encontrados em tumbas de faraós no Antigo Egito comprovam que a semente de linhaça já era consumida há 5.000 a.C.
Rica em nutrientes importantes para o bom funcionamento do organismo, a linhaça auxilia na prevenção de problemas cardiovasculares e do diabetes.
O que é linhaça?
Linhaça é a semente da planta do linho de nome científico Linum usitatissimum L, da família Linaceae. É uma das plantas mais antigas da história. Relatos mais antigos apontam que a linhaça era utilizada para consumo e, a planta do linho, para tratar ferimentos.
O linho é originário da Ásia e seu cultivo, historicamente, sempre se deu em solos ricos em matéria orgânica e próximos a rios. Com o avanço das técnicas da agricultura e o aprimoramento das sementes do linho, a linhaça passou a ser plantada em várias partes do mundo para fins medicinais, alimentícios e na indústria têxtil e madeireira.
O linho, atualmente, é cultivado principalmente pelo Canadá, nos Estados Unidos, Rússia, Ucrânia e Argentina. Este último é o maior produtor da América do Sul, com cerca de 80 toneladas/ano. No Brasil, a produção é bem menor. Por aqui, gira em torno de 21 toneladas/ano e o grão. É cultivado, principalmente, no estado do Rio Grande do Sul.
A semente de linhaça possui formato ovalado, pontiagudo e chato. Mede aproximadamente 2,5 x 5,0 x 1,5 mm. É leve e brilhante e geralmente de cor marrom avermelhada. Dependendo da variedade, pode ser dourada. Sua textura é firme e mastigável e seu sabor é semelhante ao da castanha.
Linhaça marrom e linhaça dourada
A semente de linhaça marrom e a semente de linhaça dourada não diferem muito em sua composição química. Ambas são ricas em fibras dietéticas e lignanas e contêm mais de 50% de fenólicos.
A semente de linhaça dourada, em comparação à marrom, contém menor quantidade de fibra dietética total, porém, possui maiores teores de proteína. Outro diferencial é que ela é cultivada em climas frios como o Canadá e norte dos Estados Unidos sem a utilização de agrotóxicos. Por isso, nesses casos, é considerada orgânica.
Já a linhaça marrom que é cultivada em regiões de clima quente e úmido, como o Brasil, apresenta a casca um pouco mais resistente. No seu cultivo, são utilizados agrotóxicos.
Benefícios da linhaça
Considerada um alimento funcional, a linhaça é uma semente oleaginosa, rica em:
- Ácidos graxos ômega 3 e 6;
- Proteínas (20 a 25%);
- Fibras dietéticas (20 a 28%);
- Llipídios (30 a 40%);
- Vitaminas A, B, D e E;
- Minerais como potássio, magnésio, fósforo, enxofre e cálcio.
A linhaça possui três componentes que apresentam ações farmacológicas relevantes como ácido alfa-linolênico e lignana. As fibras solúveis auxiliam na prevenção e no tratamento do câncer de mama, cólon e próstata, lúpus, diabetes, doenças hepáticas e renais, perda óssea e de problemas cardiovasculares.
Entre as ações farmacológicas, a lignana, presente na linhaça 800 vezes mais que em outros alimentos vegetais, é um composto vegetal que se destaca por possuir propriedades semelhantes ao estrogênio. Este, por sua vez, tem efeito protetor contra o câncer, bloqueando enzimas envolvidas no metabolismo hormonal e interferindo no crescimento e metástase de células tumorais. Confira abaixo para que serve a linhaça.
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Previne doenças cardiovasculares
Estudos comprovaram que a semente de linhaça, quando consumida regularmente, auxilia no controle dos níveis de colesterol e da pressão arterial por possuir ácido alfa-linolênico, ômega 3 de cadeia curta e origem vegetal não produzido pelo organismo humano.
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Previne o diabetes
As fibras insolúveis presentes na semente de linhaça retardam a liberação e reduzem os níveis de açúcar no sangue. De acordo com estudos, portadores de diabetes tipo 2 que ingeriram entre 10 a 20 g de farinha de linhaça diariamente, durante um mês, obtiveram uma redução entre 8 a 20% nos níveis de açúcar no sangue.
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Auxilia na perda de peso
Primeiramente, nenhum alimento por si só emagrece. Mas, a linhaça emagrece se aliada a outros fatores que podem auxiliar na perda de peso. Entre esses fatores, destaca-se a prática de atividades físicas e uma dieta balanceada.
A semente de linhaça é rica em fibras dietéticas e proteínas. Sua ingestão proporciona uma maior sensação de saciedade. Além disso, libera uma série de hormônios que auxiliam no controle do apetite.
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Previne problemas gastrointestinais
A semente de linhaça auxilia no processo de digestão e no bom funcionamento intestinal. Isso ocorre pois ela aumenta os movimentos peristálticos, prevenindo a prisão de ventre.
Entretanto, é importante frisar que o consumo de semente de linhaça deve ser aliado a uma ingestão diária de água. A grande quantidade de fibras que a semente fornece necessita de água para auxiliar a sua passagem pelo sistema digestivo. Caso contrário, ao invés de auxiliar no bom funcionamento intestinal, poderá ocorrer uma constipação ainda maior.
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Auxilia na saúde da pele e dos cabelos
Os ácidos graxos essenciais, aliados às vitamina B e E presentes na linhaça, auxiliam na saúde da pele e dos cabelos. Os benefícios de seu óleo, composto 60% por ácidos graxos, são comprovados cientificamente para:
- Impedir a queda de cabelos;
- Favorecer o crescimento dos fios;
- Promover uma maior hidratação.
Já para a pele, então, seu uso é indicado para hidratação, prevenção de rugas e tratamento de dermatites.
Como consumir linhaça
Além de ter um baixo custo, a semente de linhaça não contém glúten e pode ser consumida por celíacos. Assim, apesar de não existir uma recomendação padrão para o seu consumo, muitos estudos indicam 1 a 2 colheres de sopa por dia.
O consumo poderá ser feito durante todo o dia: no café da manhã com frutas, vitaminas, sucos e iogurte, durante as refeições em saladas, no preparo de farofa, em sopas e no feijão e também em lanches intermediários, como nas barras de cereais.
Já a farinha de linhaça, pode ser utilizada no preparo de tortas, bolos e pães, por exemplo. Mas, deverá sempre ser guardada em geladeira, em recipiente não transparente, para evitar a sua oxidação.
O óleo de linhaça pode ser utilizado para temperar saladas, no preparo de pesto, molhos e para regar alimentos grelhados ou assados como frango, legumes e peixes, entre outros. Porém, o óleo de linhaça não pode ser utilizado para cozinhar alimentos, pois não tem um ponto de alta fumaça e, quando exposto a altas temperaturas, pode gerar compostos prejudiciais.