Palma pode ser uma alternativa para a hidratação do gado em regiões muito secas
Você por acaso conhece a palma? Também chamada de gladius, devido ao seu formato que lembra muito uma espada, ela é uma ótima opção para garantir alimento abundante para um rebanho. Além disso, a planta é extremamente saudável, trazendo diversos benefícios aos animais que dela se alimentam.
O seu nome é bastante curioso e abre espaço para diferentes interpretações de significado. Enquanto muitos pensam na palma que observamos ao abrimos as mãos; outros – especialmente os relacionados com o universo agro – imaginam a espécie forrageira.
O que é palma?
Palma é uma espécie de cactus com ramos de cor verdes acinzentados , clorofilados, longos e pouco achatadas. Apesar de ser um cactus, ela é totalmente desprovida de espinhos e possui pequenas folhas de cor amarelo bem forte ou alaranjadas que brilham e são muito vistosas.
A planta, que também é chamada de ouro verde, ainda produz alguns frutos bastante suculentos e de cor amarelada, com tons de vermelho. O interessante é que diferentemente do resto da planta, estes frutos possuem pequenos tufos de espinhos. Entretanto, não precisa se preocupar, pois eles podem ser facilmente removidos.
Como a palma chegou ao Brasil?
A palma forrageira foi introduzida em nosso país em meados do século XIX. Inicialmente a ideia é que ela fosse utilizada na produção de capim. Entretanto, após um curto período de tempo foi descoberta a sua real vocação: a fácil adaptação a locais e climas extremamente secos.
Assim, ela começou a ser plantada principalmente na região sertaneja. Dessa forma, os cultivadores da planta perceberam que ela servia de alimento para vários animais no campo, como bois, cabras, ovelhas, entre outros. E não para por aí, além de alimentar ela ainda hidrata, pois é 90% composta por água.
Mas você deve estar se questionando o porque de uma planta aparentemente comum ser tão especial, não é mesmo? Bom, a grande verdade é que ela auxilia muito a pecuária em regiões extremamente áridas, onde o índice de morte de animais desidratados é considerável.
Como a palma resiste ao clima árido?
O bom rendimento da cultura no semi-árido nordestino se deve ao fato da mesma necessitar de bem menos água do que outras culturas convencionais normalmente plantadas na região. A palma utiliza de 100 a 200 kg de água para produzir 1 kg de matéria seca.
Enquanto isso, nos capins, por exemplo, essa relação é de 500 para 1. Dessa maneira, a palma produz bem em áreas com precipitação anual de até 750 mm, característico do semi-árido. Contudo, a umidade relativa precisa estar acima de 40% e temperatura diurna/noturna de 25 a 15ºC.
Ainda é interessante ressaltar que em algumas regiões do semi-árido, a alta temperatura noturna é o principal fator para as menores produtividades ou até a morte da planta.
Como plantar a palma
Agora está na hora de entender como plantar a palma. E para explicar melhor como o cultivo deve ser realizado, separamos alguns pontos importantes essenciais. Por isso, para que sua plantação cresça forte e saudável, o ideal é que você siga à risca todos os passos que serão passados a seguir.
Passo 1: o solo
O primeiro ponto a ser observado é o solo que será utilizado e sua localização. Como já citamos, ela tende a se desenvolver inclusive em regiões mais secas do país. E também é importante que você plante a palme nestas regiões para que ela possa servir de alimento e até mesmo de bebida para o gado.
Além disso, como em qualquer cultivo, é importante que o espaço utilizado seja bastante amplo, para que você possa expandir cada vez mais a sua plantação. Não se esqueça de deixá-la em uma região de fácil acesso aos fornecedores, trabalhadores e clientes.
Fora isso, é fundamental se atentar à limpeza e adubação do solo. A primeira parte serve para retirar qualquer resquícios de outras plantações ou até mesmo impurezas. Já a adubação é essencial para fortificar o solo e garantir que a palma forrageira se forme com mais força e com mais qualidade.
Isso agrega valor aos seus negócios e te ajuda a ter um faturamento ainda maior. De preferência escolha por adubo orgânico, são os melhores e eles não agridem o ambiente. Além da parte financeira, é essencial que todos nós pensamos na questão da sustentabilidade.
Parte 2: o espaçamento e plantio
O segundo passo é analisar o espaçamento da plantação e a forma de plantio. Por se tratar de uma planta forrageira, o ideal é que você realize o espaçamento baseado em seus objetivos. Isso varia bastante de acordo com o tempo que você quer aguardar entre uma colheita e outra, além de modificar os nutrientes presentes na planta.
Além disso, o plantio é um ponto extremamente importante. Ele depende bastante do período escolhido. O ideal é que ela seja plantada no meio de mudas de plantas já maduras. Além disso, o período “perfeito” segundo especialistas é entre o meses de novembro e dezembro.
Isso porque dessa maneira, quando o inverno chegar você saberá que as plantas já estão enraizadas, o que auxilia em um bom tombamento e um excelente desenvolvimento na época de chuvas.
Parte 3: a colheita
O terceiro e último passo é a realização da colheita. Quando tudo ocorre de maneira correta, o comum é que a colheita ocorre entre um ano e meio e dois anos após a plantação. O interessante é que depois do primeiro período, o corte pode acontecer ao longo de todo o ano, sem maiores preocupações.
Fora isso, para a colheita, por mais que isso implique em maiores gastos, o ideal é utilizar profissionais. Isso porque a colheita manual bem realizada permite que a palma seja melhor aproveitada. Dessa forma, você pode alimentar o seu gado de maneira correta.
Ainda é válido dizer que a palma não deve ser a única fonte de alimento de seus animais, sendo acompanhada por algum tipo de ração. Isso porque devido ao seu baixo índice de matéria seca, fibras e proteína, ela pode causar distúrbios metabólicos nos animais, como uma diarreia por exemplo.