O cuidado com o pastejo na pecuária entre os pontos principais de atenção. Afinal, ele está entre os primeiros passos para garantir alta produtividade e rentabilidade na produção de gado de corte ou gado leiteiro. O pastejo rotacionado é um dos sistemas de manejo fundamentais para garantir a qualidade das forrageiras.
E quando falamos em qualidade de pasto, falamos também em produtividade. Antes de mais nada, o gado bem alimentado tem maiores chances de apresentar bom quadro de saúde, boa imunidade, excelente produção leiteira e efetivas taxas de reprodução. Neste artigo vamos dar maior atenção para o pastejo rotacionado, que vem ganhando bastante espaço na pecuária.
Mas o que é pastejo rotacionado? Trata-se de um método que promove uma espécie de pastejo em sequência, fazendo o direcionamento do gado para diferentes lotes de pasto de maneira sequencial.
Tipos de pastejo
O pastejo rotacionado é um dos três sistemas utilizados na pecuária. Além dele, existe o pastejo alternado e o pastejo contínuo. No método alternado, os animais ocupam um espaço, enquanto outro local descansa. Em outras palavras, o pasto se recupera enquanto o gado está consumindo o capim de outro lote.
Já no método de pastejo contínuo não existem pausas entre um pastejo e outro. Os animais permanecem em um pasto único por meses, sem que haja períodos de recuperação da forrageira.
O pastejo rotacionado, no entanto, consiste na divisão do pasto em três ou mais piquetes, fazendo com que os animais sigam um ciclo de pastagem em cada um dos espaços.
Quais as principais vantagens do pastejo rotacionado?
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) – do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento -, existem diversas vantagens no sistema de pastejo rotativo. Conheça três delas:
- Aproveitamento da forragem: o sistema permite que a forragem se desenvolva de maneira mais uniforme, evitando que os animais escolham locais para consumir o capim e utilizando a maior taxa de lotação do espaço.
- Regularidade nos períodos de descanso da pastagem: diferentes tipos de pastagem exigem períodos maiores ou menores de descanso, fazendo com que as gramíneas brotem sem que os animais interfiram.
- Melhor distribuição de dejetos dos animais: por ocuparem espaços rotacionados, os animais defecam e urinam em espaços também diferentes, contribuindo para um ciclo de nutrientes melhor distribuído.
Como fazer o pastejo rotacionado de maneira correta?
Antes de tudo, buscar o auxílio técnico de um profissional é bastante importante na implementação do pastejo rotacionado. Desta forma, o local como um todo é adequado para atender a pastagem sequencial de maneira efetiva.
Ainda assim, existem algumas dicas que podem ajudar os produtores a descobrir se estão fazendo o processo corretamente. Uma delas, de grande importância, é respeitar o período de descanso ideal para cada tipo de forrageira, sempre observando aquela que é predominante no pasto.
Gramíneas comuns no Brasil, como Tanzânia, Brizantão e Mombaça, exigem períodos de descanso que variam de 28 a 35 dias. Ou seja, o tempo estimado de recuperação das gramíneas é de aproximadamente um mês. Já a Brachiaria, também bastante utilizada no país, precisa de 21 a 28 dias de período de descanso.
De todo o modo, o pastejo rotacionado é um sistema bastante efetivo de manejo, desde que a propriedade rural tenha condições de empregar o método. O manejo bem empregado afeta diretamente na produtividade e lucratividade da agropecuária brasileira.
Imagens: Helena Lopes