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Agricultura

Pitanga é fruto de origem brasileira que destaca importantes propriedades

A pitangueira, cujo fruto é a pitanga, é amplamente utilizada como árvore ornamental em muitas cidades, sobretudo no estado de Pernambuco

A pitanga apresenta um sabor variável, entre o ácido e o doce, conquistando admiradores em todo o mundo. Por ser altamente versátil, ela pode ser consumida em fermentados, licores, doces, picolés, sorvetes, sucos, polpas ou, ainda, in natura.

Tal como outros frutos nativos, a pitanga é, também, um interessante ingrediente para pratos salgados e para sobremesas sofisticadas.

O que é pitanga?

Pitanga, conforme mencionado, é o fruto da brasileira pitangueira, árvore nativa de nossa Mata Atlântica. Ela pode medir até entre 1,5 e 5cm centímetros de diâmetro. Tem polpa aquosa, perfumada e rosada, bem como um sabor agridoce. Sua casca pode ser vermelho-escuro, alaranjada ou branca.

O termo “pitanga” origina-se no tupi-guarani, significando “vermelho”.

Propriedades da pitanga

A fruta pitanga é achatada nas extremidades e arredondada. Entre as propriedades da pitanga, convém ressaltar seus conteúdos em ferro, fósforo e cálcio, bem como vitaminas do complexo B e do A.

Sua coloração deve-se, em grande medida, à presença do licopeno, eficaz antioxidante no combate a diversos tipos de câncer.

Solo e clima

A pitanga se desenvolve bem em localidades de clima úmido e quente, que contam com umidade do ar em cerca de 80% e boa distribuição de chuvas ao longo do ano. Todavia, essa planta é muito sensível aos climas frios e, tampouco, suporta geadas.

Sendo assim, o mais indicado é priorizar solos profundos, bem drenados, férteis e com uma topografia que favoreça o seu cultivo.

Apesar disso, ela não é particularmente exigente quanto aos solos de alta fertilidade. Sua propagação pode ser tanto por enxertia quanto por sementes.

Formação das mudas na plantação de pitanga

A propagação das pitangueiras pode ser realizada usando sementes das plantas matrizes que apresentem qualidade de frutos e alta produtividade. É o método mais comum de propagação, principalmente, para pomares domésticos e pequenos plantios.

Sacos de polietileno (em proporção de 12 x 16 cm) são os recipientes mais utilizados. Eles devem estar repletos da mistura de esterco de curral com terra.

Na plantação de pitanga, você pode usar três partes de terra para cada parte de esterco e, em seguida, semear duas sementes por recipiente, irrigando e cobrindo com palhas de palmeiras.

Tenha em mente que as sementes devem germinar em até 25 dias, período em que as coberturas de palha devem ser retiradas.

No caso de plantios comerciais, o mais recomendado é o método conhecido como “propagação vegetativa”, por meio da enxertia. Esse método é indicado para a obtenção de mudas que permitam garantir a uniformidade de plantas, qualidade de frutos, produtividade e precocidade de produção.

Uma vez que a pitanga se adapta bem aos mais diferentes tipos de solo e clima, atualmente é possível encontrar essas plantas em quase todo o Brasil.

Todavia, no que tange ao cultivo, a fruta ainda é pouco cultivada: sua produção é predominante, conforme mencionado, na região Nordeste. Nas demais regiões, é comum encontrar pitangueiras nos quintais de casas e nas praças de diversas cidades.

Plantio da pitangueira

O espaçamento mais usado para os plantios é o de 4 por 5 metros, em retângulos com densidade de quinhentas plantas por hectares. As covas, por sua vez, devem ter dimensões de 30 centímetros em todas as suas direções.

Os adubos devem ser misturados à terra nos quinze centímetros iniciais das aberturas das covas. A seguir, misture 10l de esterco de curral com 100 gramas de cloreto de potássio e 200 gramas de superfostato simples.

Lembre-se de que o período ideal para começar os plantios é durante a estação chuvosa. Os pomares devem ser mantidos limpos sempre que possível, por meio de capinas ou do coroamento ao redor das mudas.

Tratos e podas

As podas da árvore de pitanga deverão ser feitas nas proximidades do tronco, a fim de eliminar ramos laterais, devendo ser efetuadas no primeiro ano de plantio com 50 centímetros de altura.

A adubação em cobertura é feita anualmente, mediante a aplicação de dez quilos de esterco e 20 gramas por cada planta, em duas aplicações anuais da fórmula NPK 10:10:10 (logo no primeiro ano), passando para 500 gramas no segundo ano, 750 gramas no terceiro e um quilo no quarto ano.

Do quinto ano em diante, deve ser observados 1,2 kg dessa mesma formulação.

Pragas e doenças que atingem a pitanga

Entre as pragas que mais se destacam entre as pitangueiras estão as formigas saúvas, a mosca-das-frutas e as coleobrocas dos ramos e do tronco. Vejamos mais detalhes sobre elas a seguir.

Essa praga gera prejuízos consideráveis. É possível constatar sua presença nos locais atacados pela observação de pequenos orifícios nas casacas destruídas. Sua presença é notável, também, em excrementos ao redor e na formação de teias.

As lagartas atacam o tronco e os ramos de cada árvore de pitanga e, para se alimentar, abrem galerias. Seu controle passa por:

A fêmea busca por frutas em maturação ou verdes e, nelas, deposita os seus ovos. A larva, então, se alimenta das polpas, danificando-as e tornando a pitanga atingida imprópria para o consumo.

Ao alcançarem seu desenvolvimento máximo, as lagartas abandonam as frutas e vão pupar no solo, a alguns centímetros de profundidade.

Para enfrentar essa praga, é altamente recomendável enterrar a cerca de 30 centímetros de profundidade as frutas caídas no chão. Outra alternativa é apanhá-las e queimá-las, além de preparar e aplicar a calda inseticida, a fim de pulverizar as frutas ainda verdes.

Essas formigas são capazes de desfolhar repetidamente as plantas, enfraquecendo-as ao ponto de sua morte.

Para controlar a praga, é necessário empreender um combate sistemático aos formigueiros, desde a preparação das áreas nas quais serão instalados os pomares, mediante a aplicação de formicidas em pó, gás ou iscas.

Colheita da pitanga

As colheitas podem ser iniciadas depois da floração e após o terceiro ano de plantio. As frutas maduras devem ser colhidas diretamente no pé, delicadamente, e acondicionadas em caixas abrigadas do sol. As plantas tornam-se safreiras aos seis anos de vida.

Sendo assim, há produção de frutas duas vezes por ano, geralmente de agosto a dezembro e entre março e abril. Cada árvore é capaz de produzir até três quilos em pomares que não são regularmente irrigados.

A pitangueira produzida em áreas irrigadas pode oferecer um rendimento de 500 kg de pitanga (em toneladas por hectare) no segundo ano. Prossegue para 3 mil quilos no terceiro ano, 5 mil quilos no quarto ano e, finalmente, 9 mil toneladas de frutas por hectare do sexto ano em diante.

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