A quirera é o nome dado há vários tipos de grãos triturados. Devido a variações linguísticas, o termo começou a ser vulgarmente conhecido por “quirela”. Deste modo, a “quirela” ou quirera é conhecida pelos pratos servidos na culinária brasileira.
Apesar de a quirera estar associada à canjiquinha, ela pode ser produto de outros grãos, como o arroz utilizado na alimentação em grande escala. Além disso, pode ser utilizada para promover a nutrição animal, a partir da quirela do sorgo, na atividade pecuarista.
O que é quirera?
Quirera era inicialmente o nome inferido aos grãos quebrados de milho e arroz ofertados para alimentação de pintos e pássaros em viveiros. É até hoje conhecida como ração de animais, contudo, as propriedades do milho proporcionam alimentos saborosos que são conhecidos tradicionalmente no sudoeste do país.
A quirera pode ser feita de qualquer grão com valor nutricional para dieta de aves. Quando cozido, pode ser adicionado também a dieta de cães e gatos. Para bovinos, o sorgo é muito utilizado, tendo a semente quebrada em forma de quirela.
Tanto a quirera de arroz quanto a quirera de milho têm propriedades físico-químicas que proporcionam maior eficiência no preparo de alimentos à base desses grãos.
Devido ao aumento da superfície de contato após quebra dos grãos em pedaços menores, é muito mais fácil para o animal chegar à reserva de amido do grão. Desta forma, a absorção de nutrientes é facilitada para a criação de animais.
Quirera ou canjiquinha?
É preciso inicialmente ter a consciência de que toda canjiquinha é uma quirera, mas nem toda quirera é canjiquinha. Para entender melhor vamos abordar a respeito do significado do termo quirera.
O significado de quirera segundo o dicionário é quanto ao tamanho de fragmentos de qualquer substância, o qual não é capaz de passar entre as malhas da peneira no processo de peneiração.
Ou seja, são fragmentos menores da substância, neste caso do grão de milho, mas que não são tão pequenos quanto a farinha de milho que pode ser peneirada. Entretanto, essas partes menores conhecidas por quirera podem ser utilizadas até mesmo para grãos de areia.
Ou seja, se quer dizer que o grão da areia é mais rústico e maior do que as areias finas, dizemos que a areia tem proporções de quirera, o que pode ser prosaico para emprego na construção civil.
Logo, a quirera pode ser empregada a rações de arroz e sorgo, além da de milho, mais comumente conhecida como canjiquinha. A quirera ou canjiquinha de milho é utilizada na culinária, visto que o grão ao ser quebrado tem melhor tempo de cozimento.
Além disso, o grão libera a reserva de amido do milho, que dá a liga ao alimento. Essa reserva de amido também é extraída para ser utilizada como farinha, e é vulgarmente conhecida pela marca famosa “Maizena”. Para isso, o grão passa por processos industriais e mais complexos.
A canjiquinha pode ser cozida com outras iguarias e temperada de várias formas. Existem muitas receitas para apreciar o prato típico, isso porque ela é preparada tradicionalmente em várias regiões e diferentes culturas brasileiras.
Como fazer quirera?
A quirera mais apreciada para consumo humano é a de milho, a canjiquinha. Ela pode ser preparada com frango, carne de porco, carne de gado, dependendo da preferência do chef.
A canjiquinha também pode agradar a culinária vegana, sendo cozida sem carne. Outro aspecto muito importante a respeito desse prato é que ele pode ser consumido por pessoas com doença celíaca. Ou seja, pessoas com restrições alimentares como as sensíveis ao glúten ou intolerantes à lactose podem incluir as receitas em seu cardápio, tranquilamente.
Para saber como fazer quirera é importante observar o seu tempo de cozimento e quais os condimentos necessários para tempero. O tipo de quirela preferido por gaúchos consiste na inclusão da carne suína à iguaria mineira.
A receita original é feita com lombinho de porco. A gordura contida na carne é muito importante para o cozimento e tempero do prato. A quirera de milho necessita de mais ou menos 40 minutos de cozimento. São ainda adicionados bacon e linguiça.
Para tempero, são utilizados cebola, alho, tempero verde, couve, salsa, sal e pimenta do reino. Pode-se adicionar queijos de acordo com o interesse do cozinheiro.
Valores nutricionais da quirera
O milho é importante fonte de vitaminas do complexo B, que ajudam no combate a anemias, e também fonte de minerais importantes como o ferro. Não menos importante, a maior parte do milho está entre proteínas e carboidratos que são ricos em energia para células.
Por sua versatilidade e importância nutricional, o milho de canjiquinha tem sido muito procurado e preferido para composição de alimentos. Outrossim, é um alimento com grande rentabilidade e bom custo-benefício, visto que era empregado como ração para animais. Logo, o uso de quirera na cozinha infere valores acessíveis ao produto que passa por processos industriais.
Atualmente, a indústria de quirera para consumo humano tem obtido destaque, visto que o alimento remete a inúmeros benefícios aos consumidores. A canjiquinha de milho pode ser encontrada em supermercados em porções de 1kg, entre outros.
Quirera ou quirela
Qual é o nome correto, afinal?
O fato é que o termo técnico correto é quirera. Porém, com as variedades linguísticas, é coloquialmente modificada a sua pronúncia em diversos estados. Logo, a quirera passou a ser chamada de quirela.
O termo também está muito associado à canjiquinha, sendo tido no imaginário popular como sinônimos. Mas não é verdade. A canjiquinha é uma ração ou alimento que configura um tipo de quirela de milho.
Atualmente, a diferença entre a compra de quirera e de canjiquinha consiste no objetivo de emprego do alimento. A canjiquinha para consumo humano deve ser higienizada e devidamente embalada, conforme as normas de vigilância sanitária.
Do mesmo modo, a canjiquinha empregada para alimento e nutrição animal deve seguir os parâmetros de qualidade próprios para o seu fim. Há regulamentações para os dois tipos de processos. Também pode haver quirera para emprego na dieta animal originada de arroz menos nobre e de sorgo.