Resina é um fluido extraído de determinadas árvores e tem diversas aplicações
O líquido viscoso chamado de resina é uma substância certamente fundamental para a produção de produtos diversos. Esse líquido é extraído da natureza e sua utilização tem sido praticada há gerações, inclusive por civilizações primitivas.
Há variados tipos de resina e todas com aplicações de usufruto da sociedade. Para a extração de resina do meio natural, é feito um trabalho chamado de resinagem. Esse trabalho é realizado por resineiros. O trabalho de extração é feito no período de temperaturas altas, quando o líquido atinge o seu pico de produção.
O que é resina?
Resina é um líquido viscoso extraído do tronco das árvores, mas apenas de determinadas árvores, como o pinheiro.
Esse líquido tem como função exercer uma espécie de proteção natural dos vegetais quando estes sofrem alguma avaria como perda de galhos, cortes, invasores e picadas de insetos. Essa camada protetora acaba evitando o desperdício de substâncias vitais.
Isso ocorre porque uma das características da resina é se oxidar ao ter contato com o oxigênio, ou seja, endurecer. Portanto, a resina atua como se fosse um processo cicatrizante das árvores ao sofrerem danos significativos.
O líquido, além de proporcionar proteção, também afasta insetos nocivos, porque exala odor que atrai animais que se alimentam dos insetos que podem vir a prejudicar o desenvolvimento das árvores.
A resina é composta por substâncias chamadas terpenos e por compostos orgânicos.
Outras características da resina são:
- Insolúveis em água;
- Inflamável;
- Converte-se em polímeros.
Origem e uso da resina ao longo da história
Foi somente no século XIX que se descobriu formas da resina ser manipulada para se criar versões sintéticas. Mas muito antes desse período a resina já era usada por povos da antiguidade que recorriam à substância em rituais religiosos e também no comércio.
Não existe uma data exata sobre quando e quem descobriu essa substância nas árvores, mas sabe-se que há registros muito antigos que apontam romanos, gregos e egípcios do período clássico fazendo uso dessa substância.
Na Grécia, Egito e Roma, a resina era utilizada com caráter religioso. Na Europa da idade da Pedra, há relatos de que materiais de âmbar, resina fossilizada, eram extremamente populares certamente pelo brilho dourado atraente que lembra ouro. Já a comercialização da resina propriamente dita tem rastreio que nos leva até a idade do Bronze.
Mas a origem das resinas fossilizadas data de época ainda mais antiga, porque alguns fosseis remontam há 40 mil anos e 310 milhões de anos.
Nota-se, portanto, que é um recurso inteligente e natural da natureza para preservar o ambiente, mas que só veio a cair no conhecimento humano muito tempo depois.
Tipos de resina
Há duas categorias principais de resinas:
- Resinas naturais;
- Resinas sintéticas.
Sobre esses tipos de resina, é interessante saber que as naturais são extraídas da natureza e as sintéticas também têm a matéria-prima extraída da natureza, mas passam por transformação em complexos industriais.
Cada tipo tem utilização específica.
Resinas naturais
Veja, em seguida, alguns tipos de árvores que expelem resinas naturais:
- Mirra;
- Bálsamo do Peru;
- Âmbar;
- Incenso;
- Breu;
- Goma-laca;
- Copais sul-americanas.
As resinas naturais são aplicadas para diversas finalidades industriais. Alguns exemplos:
- Papelão ondulado;
- Tabuleiros de madeira;
- Fundição;
- Pinturas e revestimentos;
- Cosméticos;
- Pneus.
A principal qualidade da resina que justifica o aplique em produtos é a sua resistência e insolubilidade ao ter contato com a água.
Resinas sintéticas
Tipo de resina que contém algumas das propriedades das resinas naturais, mas conta com outros elementos de origem artificial.
Algumas das principais resinas disponíveis no mercado:
- Epóxi;
- Poliéster;
- Fenólicas;
- Polipropileno.
A principal contribuição das resinas sintéticas para a sociedade moderna foi possibilitar o advento do plástico ou “polímeros sintéticos”.
O plástico é usado em praticamente todos os produtos essenciais de uso cotidiano. Sem plástico, escovar os dentes com as tradicionais escovas que compramos no mercado não seria possível. O mesmo quanto ao uso de telefone (e isso incluir celular), porque são produtos que se utilizam de plástico.
Abastecer as casas com água seria também mais difícil, pois a condução do líquido vital é feita por meio de tubos PVC, que também são constituídos de plástico.
Vestir-se certamente também seria outra dor de cabeça. Sabe aquele seu tênis preferido de nylon? Sem a existência do polímero, esquece. Vale também para as camisas de poliéster.
Isso sem falar no carro, que teria muito menos peças do que tem hoje. Até para acender a luz, ficaria complicado.
Isso dá uma ideia do avanço para a sociedade que representou a descoberta de como manipular essa substância encontrada na natureza para a produção de objetos hoje considerados banais, mas indispensáveis.
Resina líquida
Também conhecida como resina epóxi, como vimos acima, é outra categoria das resinas sintéticas.
A resina líquida é aplicada no estado líquido e, quando entra em contato com um agente catalisador, passa a ficar endurecida.
A vantagem desse material é que seu manuseio fica facilitado por ser líquido e, quando endurece, ganha uma aparência de destaque e muito elegante sobre a superfície que foi aplicado.
É usado como isolante térmico, na produção de materiais elétricos e como adesivos de madeiras e metais.
Resina acrílica
Material muito utilizado para pinturas de parede e telhados devido a sua qualidade impermeabilizante. Realça e protege a tonalidade natural das superfícies.
A resina acrílica também é empregada na odontologia por ser insípida, inodora, não tóxica e não irritante aos tecidos bucais.
Produção de resina
Um pinheiro pode produzir até 2 kg de resina por ferida. Essa ferida na resinagem é feita em forma de descasque por meio de uma descarrascadeira.
Em um ano, um pinheiro médio pode fornecer de 3kg a 4kg.
De acordo com os dados da Associação dos Resinadores do Brasil (ARESB), a produção de 2017/2018 no país rendeu 185,7 mil toneladas.
O estado que lidera o trabalho de extração de resina é São Paulo. No último levantamento, foi responsável pela produção de 110 mil toneladas.
A região sul do Brasil definitivamente se destaca no trabalho de extração e manipulação dessa substância. Seguido do principal estado produtor (São Paulo), estão o Rio Grande do Sul, responsável por 24,6% da produção total do país, e o Paraná, ficando com 6,5%.
O ranking dos maiores produtores de resina prossegue no sul e sudeste com Minas Gerais ocupando a quarta posição (5,2%) e Santa Catarina na sequência (1,6%) .