Agronegócio

Lã é um ótimo isolante térmico, mas diferencia-se por não esquentar

Lã é um ótimo isolante térmico, mas diferencia-se por não esquentar

Lã proporciona elasticidade natural e uma resistência maior que outras fibras

A lã é um dos materiais mais utilizados na confecção de luvas, gorros e cachecóis. Roupas feitas de lã servem como isolante térmico, mas, curiosamente, não esquentam tanto sob o sol. A lã mantém a temperatura do corpo em média 5 a 8 graus mais baixa em comparação com tecidos sintéticos expostos ao sol.

A geralmente é derivada do pelo da ovelha que, após tosquiado, é processado industrialmente para usos têxteis, limpeza e coloração. Mas, também pode ser originária de outros animais, como coelhos e lhamas.

Lã

O que é lã?

A lã é uma fibra.  Obtida principalmente de ovelhas domésticas, é macia e ondulada. Há mais de 300 espécies de ovelhas no mundo.

Por causa da ondulação da lã, o fio apresenta elasticidade natural e uma resistência maior que a de outras fibras naturais. Por isto, é confortável e não amassa facilmente. Mas tem baixa resistência ao atrito.

Como a lã é natural, é alvo de traças, inseto e fungos. Além disto, não resiste a produtos químicos, mas tem boa absorção de calor. Se for submetida a força, como deixar a roupa pendurada em um cabide, pode deformar.

Tipos de lã

Tipos de lã variados têm um uso específico. Os tipos mais finos são utilizados na indústria de luxo e roupas que ficam em contato com a pele. Os de qualidade média são usados para suéteres, casacos e cobertores. Enquanto os mais grossos são destinados a cobertores pesados, casacos e decoração.

Já a qualidade da lã é influenciada principalmente pela raça da ovelha.

  • Merino – Derivada de uma espécie de ovelha criada nas regiões montanhosas da Austrália e Nova Zelândia. Retém mais calor do que as lãs comuns, é extremamente macia e suave, devido a suas fibras finas, com pequenas escamas. É considerada superior aos outros tipos de lã.
  • Corriedale – Resultado do cruzamento entre a espécie Merino e outras espécies de ovelha, como Lincoln ou Leicester. É a segunda raça mais popular mundialmente e produz mais lã do que uma ovelha Merino. Porém, seu fio e mais grosso e excelente para feltragem.
  • Lã virgem – A lã virgem, ou lã de cordeiro, é extraída da primeira tosquia do filhote de ovelha, por volta dos 7 meses. É macia, elástica e suave. Empregada na confecção de roupas, além de lençóis e cobertores.
  • Polwarth ou Ideal – obtido através do cruzamentos de carneiros de raça inglesa Lincoln (de lã grossa) com ovelhas Merino (de lã fina e com limitado comprimento).

Produtos feitos com lã

Os novelos de lã são usados para tricotar tecidos para vestuário de tricô e crochê. No entanto, o material também é utilizado para decoração, além da fabricação de cobertores, mantas, tapeçarias, produtos medicinais, além de isolamentos térmicos e acústicos.

A origem da lã

A lã é a uma das mais antigas fibras naturais animais, sua utilização já era registrada na Idade da Pedra. Quando o homem se alimentava da carne de carneiro, começou a utilizar sua lã como proteção contra o frio.

No Ocidente, as lãs mais antigas datam de 2900 a.C. e foram descobertas em Clairvaux-les-lacs, na França, próximo à fronteira com a Suíça.

Crochê

O crochê é uma espécie de artesanato feito com uma agulha especial, dotada de um gancho. Para fazer os pontos do crochê é preciso manipular a linha, de lã ou de barbante, e produzir um trançado semelhante ao de uma malha rendada.

O crochê tunisiano é uma técnica semelhante a do tricô manual. Porém, é realizado com uma única agulha com um gancho na extremidade, tal como a agulha de crochê tradicional. Existem diversos números de agulha para executar um trabalho em crochê. O número da agulha deve ser escolhida de acordo com a largura do fio utilizado.

A palavra “crochê” tem origem no francês medieval croké, que designava um instrumento de ferro recurvado, similar a um gancho.

Crochê na moda

Hoje, o crochê é uma técnica muito utilizada por criadores de moda mundiais em vestidos, camisolas e acessórios de moda. Por isto, a técnica tornou-se mais versátil, contemporânea e moderna. É uma técnica que pode ser utilizada nas mais variadas texturas e qualidade de fios.

Tricô

O tricô é uma técnica para entrelaçar o fio, de lã ou outra fibra têxtil, de forma organizada. Assim, cria-se um pano que, por suas características de textura e elasticidade, é chamado de tricô.

Pode ser feito manualmente, com duas agulhas que, além de propiciar o entrelaçamento do fio, abrigam a malha de tricô. Além disso, pode ser feito através de máquinas próprias, que também resultam em um pano muito semelhante à malha manualmente tecida.

Novelo de lã

Tricô e a Odisséia

Uma das primeiras referências sobre o tricô é do fim do século VIII a.C, no livro Odisseia, de Homero. Ulisses, marido de Penélope vai lutar na Guerra de Troia. Então, o pai de Penélope a pressiona a casar novamente.

Penélope determina que só se casará novamente depois de terminar de tricotar um sudário para Laerte, pai de Ulisses. A noite desmancha o que teceu durante o dia, aos olhos de todos e assim nunca termina o trabalho.

Como é feita a lã?

A lã começa a ser produzida com a tosquia a ovelha. A partir de então, a lã passa pela lavagem e cardagem – processo de pentear a lã. O próximo passo é a formação de mechas que serão convertidas em “tops”. O homem participa ativamente da atividade.

Antes de ser transformada em têxtil, contudo, a lã passa por um processo de lavagem, para retirar as impurezas. É lavada com água a 40 graus C e carbonato de potássio. Para dissolver as gorduras do sebo, lã deve ser lavada de novo com água quente e sabão.

A é pulverizada com óleos vegetais para amaciar o pelo e facilitar a fiação. Além disso, o material passa por um penteado, no qual remove-se pedaços de material que podem ser capturadas. Concluídas as mechas, a lã pode ser girada no fio de lã, tecelagem, crochê, tricô. Pode pode ser tingida por corantes naturais e artificiais.

ACESSO RÁPIDO
    Mayk Alves
    Fundador do Portal Vida no Campo e Agro20, Mayk é neto de Lavradores. Desde cedo esteve envolvido com as atividades do campo e, em 2014, uniu sua paixão pela comunicação com o tradicionalismo do campo. Tem como missão levar informações sobre o agronegócio de forma dinâmica, interativa e sem filtros.

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