O salmão é um alimento considerado como um dos mais nutritivos e benéficos à saúde humana, muito graças às suas propriedades antioxidantes e o famigerado ômega 3.
Isto é, a propagação das culinárias mediterrânea e japonesa gerou um aumento gigantesco no consumo mundial do salmão, tornando a criação em cativeiro uma atividade atraente para o mercado de exportação, uma vez que a quantidade e as especificidades para a pesca desse peixe em condições naturais não suprem toda a demanda de consumo.
O que é salmão?
Salmão é um peixe da família Salmonidae, nativo de águas frias dos Oceanos Pacífico e Atlântico e que atualmente é bem quisto e requisitado em toda a gastronomia mundial por possuir alto valor nutricional.
Enfim, este tipo de peixe é classificado como “anádromo”, o que significa que possui um ciclo de vida peculiar que consiste em passar o início da vida e os períodos reprodutivos em águas doces e o restante da vida adulta em águas salgadas.
É provável que você não saiba, mas a carne do salmão não tem coloração avermelhada. Embora essa ideia seja comum, por possuir hábitos alimentares diversificados, a carne desse peixe pode ter múltipla coloração que varia da cor branca aos tons de rosa claro e intenso.
A astaxantina é responsável pela tonalidade avermelhada. Esse pigmento está presente nas algas que integram, indiretamente, a alimentação do salmão.
Quais os benefícios do salmão para a saúde?
Os benefícios do peixe salmão à saúde humana são inúmeros. Este peixe é um “aliado do coração”. Seu consumo reduz os riscos de doenças cardíacas, e é um ótimo antioxidante, que combate os radicais livres e evita o envelhecimento precoce.
Sua capacidade de redução dos riscos de doenças cardíacas se dá devido à alta concentração de ômega 3, mas, suas outras propriedades, como as vitaminas do complexo B, potássio e proteína também auxiliam nessa e em outras questões.
O ômega 3 é um ácido graxo essencial ao organismo humano que só pode ser obtido através da alimentação, tendo em vista que o corpo não é capaz de produzi-lo. O consumo de ômega 3 diminui a pressão arterial, processos inflamatórios e reduz o risco de câncer, pois evita a formação de “placas de gordura” que obstruem as artérias.
Há benefícios que as vitaminas do complexo B proporcionam para a energia do corpo humano. Elas são essenciais ao sistema imunológico e ao controle do colesterol. O potássio é o responsável por evitar a retenção de líquidos pelo organismo, diminuindo, portanto, a pressão arterial.
O salmão também é riquíssimo em proteína, nutriente responsável pela construção e manutenção muscular e essencial no auxílio da cura de lesões, bem como em outros elementos como fósforo e o selênio.
Tem salmão no Brasil?
A temperatura das águas litorâneas brasileiras não permite a criação de salmão. Os cativeiros das costas chilenas exportam todo o salmão que chega aos consumidores brasileiros. Estes locais possuem as águas frias provenientes de correntes marítimas vindas da Antártida, criando um ambiente favorável ao desenvolvimento deste peixe.
O Chile é o segundo maior produtor de salmão, responsável por um terço da produção mundial. Isso representa cerca de 800 toneladas de salmão, ficando atrás apenas da Noruega.
Qual é a origem do salmão?
O salmão pode ter duas origens: o cultivo (aquicultura) e a pesca (selvagem) e isso gera questões como “qual é o melhor salmão?”
Há quem diga que o salmão produzido em cativeiro é inferior em qualidade nutricional. Além disso, ele pode trazer riscos à saúde, se comparado ao salmão pescado.
Uma das grandes diferenças encontradas entre os dois tipos de salmão é o preço. Isso ocorre porque, atualmente, devido às condições climáticas e ambientais provocadas pela poluição e demais intervenções humanas, diminuiu-se drasticamente a quantidade de salmão na natureza.
Portanto, o salmão selvagem, por ser mais raro, possui um valor mais expressivo. A criação desse peixe em cativeiro iniciou-se em 1980. Embora ainda exista uma quantidade razoável de salmão em locais mais inóspitos, como o Alasca, em águas europeias é um peixe que está ameaçado de extinção.
O salmão oriundo da aquicultura pode ter uma qualidade ruim ou oferecer riscos. Logo, o manejo em todas as suas etapas de produção precisa ser o mais sério possível.
É altamente recomendável ser rigoroso quanto aos critérios de manipulação e conservação do peixe nos estabelecimentos. Há grandes riscos de parasitoses e intoxicações ao neglicenciar estas práticas. Tenha em mente que esse alimento é extremamente perecível.
Como criar salmão?
Para criar salmão, é necessário, inicialmente, saber que isso só é possível em águas geladas. Este é o motivo pelo qual a Noruega e o Chile são os pontos principais onde se localiza essa indústria.
Devido à característica de seu ciclo de vida, a criação do salmão exige bastante dedicação. Afinal, ele necessita se reproduzir e passar o início de vida em águas doces. Somente na vida adulta, se estabelece em águas salgadas.
Quando os salmões estão entre 12 e 14 meses, precisam de vacinação para evitar as diversas doenças que acometem a espécie. Entre elas, destacam-se a necrose pancreática infecciosa, a anemia infecciosa e a Septicemia Rickettsial Salmonídea.
Para conseguir realizar com êxito os procedimentos, os peixes são colocados em um tanque com analgésico para que seja possível manipular um por um. A próxima fase é de triagem e descarte.
Os criadores devem simular o habitat do salmão nos tanques para assegurar o sucesso da criação. Além disso, não podem deixar de manter vigilância com relação à temperatura do meio. O ideal é que ela esteja sempre entre 0 °C e 18 °C. O criador deve estar atento à oxigenação da água em todo esse processo.
Em seguida, os peixes são transferidos dos tanques de água doce para gaiolas flutuantes. Estas ficam no mar e os peixes passam a ter uma alimentação controlada para garantir a engorda. Ademais, permanecem por um período de 12 a 18 meses até o peso do salmão atingir em média 4,5 kg.
Como pode ser visto, criar salmão em cativeiro exige uma atenção metódica em cada uma das etapas, tomando-se o cuidado pois há vários riscos de doenças que trazem prejuízos e perdas na criação e contaminação que podem comprometer a qualidade do produto final e, consequentemente, a saúde das pessoas.