A suindara tende a residir em torres de igreja, celeiros, barracões, sótãos e forros. Além de áreas urbanas, regiões com vegetações abertas também são habitadas pela suindara, como bordas de matas e campos. Ademais, a ave mede cerca de 36 centímetros de comprimento, com envergadura de suas asas entre 76 a 111 centímetros. Afinal, as fêmeas da espécie pesam quase 600 g e os machos, um pouco menos, algo em torno de 500 g.
Aliás, tal como ocorre com outras corujas brasileiras, a suindara conta com excelente audição e visão. Suas penas apresentam bordas macias e suaves, conferindo voos silenciosos. Diferentemente das demais aves de rapina, ela bota entre 3 a 8 ovos, que são incubados por cerca de 1 mês. Na maioria dos casos, a ave é capaz de criar todos os seus filhotes até atingirem a fase jovem.
O que é suindara?
Suindara é uma espécie de coruja abundantemente distribuída pelo continente americano. Com efeito, ela reside em uma ampla variedade de habitats semiabertos e abertos.
Durante o dia, a coruja suindara pode ser encontrada nidificando ou dormindo em sótãos de casas, edifícios e torre de igrejas. Durante a noite, a ave pode ser observada em voos baixos ou pousada em mourões de cercas ou postes ao longo das estradas.
Ela é especializada em capturar pequenos roedores, localizando-os por meio de um poleiro e de voos baixos sobre as vegetações. A espécie é conhecida, também, como coruja-das-torres, coruja-de-igreja, rasga-mortalha, entre outros nomes.
Principais características da suindara
A despeito dos especialistas considerarem que seu tamanho médio, conforme mencionado, é de 36 centímetros, os indivíduos da espécie podem variar de 40 a 45 centímetros. De aparência inconfundível, quando adulta, a suindara apresenta o dorso pardo ou cinza, com íris escura e partes inferiores na coloração branca.
Uma de suas características mais marcantes consiste no disco facial em formato de coração, bordeado de tons marrom-ferrugem e branco no centro. Ainda que ambos os sexos sejam bastante parecidos, os machos costumam apresentar ventres totalmente brancos, enquanto as fêmeas apresentam peitos mais manchados, indo do marrom-claro ao creme.
Quanto à vocalização, a suindara emite, em voo, um chamado bem forte e peculiar, algo como “craich”, similar ao som de um pano sendo rasgado. Um sibilar mais rítmico é emitido nos locais em que a ave dorme ao longo do dia.
Comportamento de caça da suindara
A espécie se alimenta, sobretudo, de invertebrados e roedores. De forma mais esporádica, a suindara caça outras aves, répteis, anfíbios, pequenos marsupiais e morcegos. As atividades de caça ocorrem nas primeiras horas do anoitecer ou pouco antes de amanhecer.
Não obstante, as técnicas e os horários de caça podem variar segundo os habitats, níveis de ruídos dos ambientes, intensidade dos ventos e das luzes. No Brasil, por exemplo, no período de 1 ano, os cientistas estimam que cada casal de suindaras pode consumir entre 1.730 e 3.800 ratos, além de 2.700 a 5.900 insetos (grilos, esperanças e besouros).
Há, em seus estômagos, separação dos ossos, pelos e outros elementos não digeríveis, os quais formam pelotas que, posteriormente, são regurgitadas durante seus tradicionais pousos. A identificação dos alimentos ingeridos é feita pela análise dessas pelotas.
Com esse método, foi possível descobrir que, no interior paulista, duas suindaras mudavam seus alimentos durante o ano: no inverno, 90% das pelotas eram constituídas pelos restos de roedores e apenas 7% de gafanhotos. No verão, a proporção é quase exatamente inversa.
Em um dos mais importantes estudos publicados a respeito, a dieta da suindara foi estudada em Tapacurá, Pernambuco, na Estação Ecológica. A pesquisadora em questão demonstrou que, das 94 presas capturadas, a proporção foi de:
- 1% de insetos;
- 1,1% de aves;
- 9,7% de marsupiais;
- 17,2% de morcegos;
- 71% de roedores.
Como os morcegos não são predominantes na dieta da suindara, o estudo revelou que esses animais (Molossus molossus) tiveram altas taxas de predação devido ao feto de estarem agrupados em edifícios próximos ao pouso noturno da coruja. Afinal, esses morcegos possuem voos em zigue-zague, dificultando as caças aéreas.
Reprodução da suindara
Nas áreas urbanas, a nidificação das suindaras ocorre em sótão de casas e forros, torres de igrejas, abrigos abandonados e celeiros. Em ambientes naturais, por sua vez, a espécie utiliza fendas de rochas e ocos de árvores para nidificar.
Ela coloca ovos a serem incubados em cerca de 1 mês e, dentro de cinquenta dias, os filhotes de coruja suindara já se mostram aptos aos primeiros voos. Contudo, não se apartam dos pais até os três meses de existência.
Depois de aprenderem as habilidades necessárias de caça, passam a se afastar dos territórios de seus ninhos. Dentro de dez meses, as suindaras mais jovens já estão aptas à reprodução.
Distribuição e subespécies da suindara
Presente em todas as partes da América, incluindo todo o território brasileiro (excetuando-se, obviamente, as regiões que são densamente florestadas na região amazônica), são reconhecidas cinco subespécies diferentes de suindaras:
- Tyto tuidara: ocorre desde as ilhas Malvinas e a Terra do Fogo até as margens sul no Rio Amazonas;
- Tytonidae pratincola: Estados Unidos da América, sul do Canadá e nas ilhas das Bahamas, Bermudas, assim como na República Dominicana e Haiti;
- Tyto hekknayri: leste venezuelano (inclusive na ilha Margarita), Guianas, norte brasileiro e Trindad e Tobago;
- Tytonidae contempta: Jamaica, Cayman e Cuba;
- Tyto furcata: ilhas Cayman, Jamaica, Cuba.
Habitat e comportamento da suindara
Quando está em pleno voo, sua face branca se destaca. Muitas pessoas a avistam cotidianamente por se tratar de uma ave altamente adaptada aos ambientes que foram, com o passar do tempo, sendo modificados pela ação humana.
Sua ótima visão noturna também merece ser destacada, permitindo que a suindara localize as suas presas mesmo na escuridão quase completa. Por esse motivo, muitas de suas “vítimas” (especialmente, os marsupiais e os roedores) reduzem suas atividades nas noites mais claras, visando reduzir os riscos de captura por uma suindara ou outras corujas.
Outra característica digna de nota e que influi diretamente no comportamento dessa espécie consiste em sua audição muito apurada. Isso é crucial para a localização de presas (por meio de pequenos ruídos) que estejam escondidas em meio às vegetações.
Sem embargo, para assegurar uma eficiência ainda maior, a suindara conta com penas serrilhadas e bastante macias, possibilitando voos silenciosos para surpreender as suas presas. Quanto ao movimento, a suindara é classificada, desde um ponto de vista biológico, como uma espécie residente.