Meio Ambiente

Surucucu é a maior serpente peçonhenta encontrada na América Latina

Surucucu é a maior serpente peçonhenta encontrada na América Latina

A surucucu é ameaça em território nacional. A temida serpente surpreende por seu tamanho e veneno. A surucucu é considerada a mais venenosa cobra da América Latina, causadora de pânico e temor entre as pessoas que possuem contato com ela.

Também conhecida como surucucu-pico-de-jaca, surucutinga e malha de fogo, a surucucu é marcada pelo seu veneno e grande porte, algo raro em simultaneidade entre as serpentes. Da família das jararacas e das cascavéis, essa cobra possui posição de destaque entre as mais ameaçadoras.

Surucucu

O que é surucucu?

Surucucu é a maior serpente e mais venenosa da América Latina. O tamanho da surucucu pode chegar a até 3,5 metros e apresenta desenhos de losangos ao longo de seu corpo, alternando-se nas cores amarelo e preto. É uma das principais cobras peçonhentas do mundo.

No Brasil, entretanto, encontramos duas subespécies da serpente: a Lachesis muta e a Lachesis muta rhombeata.

Seu nome surucucu tem origem indígena tupi e significa “que morde muito”. Possui suas fossetas loreais bem marcadas entre olhos e narinas.

Entre as cobras venenosas, a surucucu ocupa uma posição de destaque, já que além de ser peçonhenta, possui um tamanho considerado grande. Além disso, são raras as serpentes que ostentam ambas as características. Pelas lendas indígenas, ela é conhecida como “a dona da noite”.

É também chamada popularmente de surucucu de fogo, surucucu pico de jaca e surucucutinga, podendo variar conforme a região em que a cobra é encontrada.

A dentição dessa serpente é caracterizada como solenóglifa, que é específica de cobras peçonhentas. A sua cabeça possui em seu topo um tom amarelo-alaranjado, com manchas negras em forma de losangos, o que faz com que sua aparência seja uma de suas características mais marcantes.

Habitat e características da surucucu

No Brasil, essas serpentes são encontradas principalmente na Amazônia e na Mata Atlântica, e em áreas úmidas do Nordeste. São duas as subespécias encontradas no território nacional, porém, esta cobra possui outras espécies. Vejamos abaixo os tipos de surucucu:

  • Lachesis stenophrys;
  • Lachesis melanocephala;
  • A Lachesis muta muta, mais famosa;
  • Lachesis muta rhombeata.

Surucucu

As duas últimas listadas acima são as que encontramos no Brasil.

O nome científico Lachesis faz referência à mitologia grega. Já o nome muta significa “muda” em latim, pois a cobra tem o hábito da sua parente cascavel de chacoalhar a ponta da cauda, mas a surucucu não possui chocalho. Dessa forma, ela vibra a cauda sem emitir nenhum som.

Essa espécie gosta de florestas primárias, principalmente de espécie terrícola. Não costuma ser agressiva, como a crença popular diz. Só age com agressividade quando se sente ameaçada ou quando seu território é invadido.

Para dar o bote, ela costuma formar com o seu corpo o clássico “S”, posicionando-se de frente para o seu alvo em potencial. Vibra a sua cauda no chão, porém, não emite som algum, diferente da cascavel, por exemplo.

Outra característica é que esse tipo de cobra possui fossetas loreais bem marcadas além das suas pupilas verticais.

Tais cobras são caracterizadas pelos seus hábitos noturnos e também crepusculares. Vivem em ambientes terrestres e costumam se camuflar em tocas de tatus e debaixo de troncos e vegetais secos, sendo muito difíceis de serem encontradas.

Dieta e procriação

Normalmente, a cobra surucucu costuma se alimentar de pequenos roedores e marsupiais. É uma cobra ovípara e costuma colocar cerca de 15 ovos a cada acasalamento. Possui a peculiaridade de enrolar-se junto aos ovos, de modo a protegê-los e garantir o cuidado dos filhotes.

Durante o dia, o animal costuma ficar em repouso nos ocos de árvores e dificilmente reage a algum estímulo. Durante a noite, que é o seu turno de caça, ela pode apresentar-se de maneira mais agressiva. Assim sendo, ela oferece mais perigo ao anoitecer.

Os filhotes, ao eclodirem seus ovos, costumam nascer com cerca de 40 a 50 centímetros de comprimento. Essa cobra é a única espécie de viperídeo no país que envolve com o corpo os seus ovos para protegê-los de possíveis predadores.

Infelizmente, a espécie brasileira está ameaçada de extinção, sendo dessa forma enquadrada na categoria de Espécie Vulnerável. Caso a diminuição de sua população não cesse, provavelmente teremos mais uma espécie extinta nos próximos anos.

O veneno é muito potente e quando as suas presas fogem após terem sido atacadas, elas deixam um rastro químico com o veneno. Isso possibilita que a serpente siga esse odor e consiga localizar a vítima após ela estar imóvel.

Surucucu

O veneno da surucucu

A surucucu é venenosa e deve-se ter muito cuidado com esta serpente. O seu veneno causa paralisia nos membros locomotores de suas presas, fazendo com que a cobra as encontre facilmente depois do bote e da fuga, já que ela segue o odor químico deixado no caminho, como vimos.

O veneno laquético da espécie constitui ações proteolíticas, ou seja, causam coagulação sanguínea. Costuma igualmente causar hemorragias e possui propriedades neurotóxicas. A gravidade da picada é determinada pela quantidade de veneno absorvido.

A picada de surucucu costuma normalmente gerar dor, bolhas, necrose, formar edemas, gerar distúrbios de coagulação e síndrome vagal. Gera hipotensão e bradicardia. O tratamento é determinado pela gravidade de cada caso, sendo necessário análise do profissional da saúde.

O acidente pode também causar na vítima reações como:

  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Diarreia.

Além, logicamente, da dor intensa, pode causar desmaios. A ação de socorro deve ser prestada o quanto antes. Dessa forma, as chances de ocorrer quaisquer tipos de problemas de saúde são muito reduzidas.

Os acidentes causados por serpentes do gênero Lachesis são conhecidos pelo nome de acidentes laquéticos. Para tratar esse tipo de problema, os profissionais brasileiros se utilizam de um soro antibotrópico-laquético, que é administrado no paciente por via intravenosa.

Tais acidentes costumam ter baixa ocorrência, representando cerca de 1,4% dos acidentes em território nacional. Assim sendo, tais cobras costumam atacar geralmente membros inferiores, como pés e pernas.

A atenção deve ser redobrada ao adentrar no habitat destas cobras, pois as mesmas só atacam para defender-se. Equipamentos de proteção como botas de cano alto e perneiras de couro são indispensáveis, a fim de evitar um acidente com surucucu.

ACESSO RÁPIDO
    Mayk Alves
    Fundador do Portal Vida no Campo e Agro20, Mayk é neto de Lavradores. Desde cedo esteve envolvido com as atividades do campo e, em 2014, uniu sua paixão pela comunicação com o tradicionalismo do campo. Tem como missão levar informações sobre o agronegócio de forma dinâmica, interativa e sem filtros.

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