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Veterinária

Vaca louca é doença fatal transmitida por bovinos que afeta o ser humano

A doença da vaca louca pode atingir os seres humanos por meio do consumo da carne infectada

A doença da vaca louca ficou bastante conhecida no Brasil em meados da década de 1990; época em que foi descoberta e se espalharam as informações sobre sua transmissão e consequências. Afetando a porção neurológica dos seres humanos, sua contaminação ocorre por meio da ingestão de produtos feitos a partir da carne contaminada.

Embora a sua ocorrência seja relativamente rara, a vaca louca – como é conhecida – é uma doença fatal e que não tem cura. Por isso, a possibilidade da sua transmissão causou grande preocupação na população de todo o mundo na época da sua descoberta.

O que é vaca louca?

A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) – ou Mal da Vaca Louca, como ficou conhecida – é uma doença que afeta, principalmente, o sistema neurológico do animal. Dessa forma, o nervosismo, a reação extrema a estímulos externos e a dificuldade de coordenação e locomoção são os principais sintomas notados. Capaz de permanecer encubado por um período de até cinco anos, o vírus promove a rápida debilitação do animal ao se manifestar e; em questão de meses, o leva a morte.

Transmissão da vaca louca

Causado pelo contato do prion (célula proteica infecciosa presente nos mamíferos) com o cérebro do animal; a doença da vaca louca, quando ativa, faz com que o essa célula de prolifere com grande rapidez – deixando o cérebro bovino completamente tomado por placas de prions.

A contaminação dos bovinos pelo mal ocorre, geralmente, pela ingestão da proteína por meio de alimentos que contém restos de carne e carcaça de animais. No entanto, também pode acontecer de forma hereditária.

Com isso, o cérebro é danificado e passa a apresentar um aspecto de esponja; o que explica o nome científico da doença. Afetando o sistema neurológico do animal de forma ampla e intensa, o mal faz com que o animal não consiga mais realizar ações simples; como deitar, levantar ou se locomover, por exemplo. Assim, o bovino em que a doença se manifesta costuma viver uma média de até seis meses.

A carne de um animal contaminado é a principal fonte de transmissão da doença; que pode infectar tantos outros animais como os seres humanos que a consumam. O uso de instrumentos que que tenham entrado em contato com tecidos contaminados pelo vírus da doença da vaca louca também podem transmitir o mal.

Embora essa zoonose possa afetar diferentes espécies de animais, ela não se manifesta exatamente da mesma forma em todos eles. No entanto, vale lembrar que as suas consequências são igualmente agressivas e sem cura; seja no animal que for.

Doença da vaca louca em humanos

Conforme citado, os seres humanos também são capazes de desenvolver os sintomas da vaca louca. No entanto, esse tipo de “versão” da doença que atinge as pessoas é chamada de Variante da Doença de Creutzfeldt-Jacob (vDCJ).

Essa nova variante foi descoberta em meados dos anos 90 – mesma época em que ficou conhecido o Mal da Vaca Louca; e apresenta algumas diferenças em relação à Doença de Creutzfeldt-Jacob (DCJ) considerada tradicional. A idade em que o mal se manifesta e a forma de contágio são as principais diferenças:

transmissão da doença da vaca louca é irreversível e o mal não tem uma cura conhecida; por isso, pacientes diagnosticados com a doença costumam receber cuidados paliativos, a fim de prolongar o conforto em vida. Geralmente, os seres humanos infectados com a variante da DCJ proveniente do mal da vaca louca sobrevivem por até 18 meses após a manifestação da doença.

Sintomas da vaca louca

Os sintomas da doença da vaca louca em bovinos são relacionados, principalmente, ao comprometimento motor. Entretanto, episódios de agressividade e nervosismo em função de estímulos externos também podem ser notados por pecuaristas quando o animal está infectado.

Nos seres humanos, no entanto, os principais sinais de contaminação da doença são de ordem psiquiátrica; evoluindo, com o tempo, para consequências que afetam a coordenação motora. Entre os principais prejuízos que o mal pode trazer ara os seres humanos, podemos citar:

Com a evolução dos sintomas, a pessoa se torna cada vez mais debilitada e dependente; e, dentro de um período de até 18 meses, geralmente a doença provoca o coma e a morte do ser humano.

Vaca louca no Brasil

No Brasil, felizmente, a doença é vista como um perigo distante. Embora a população tenha ficado preocupada com as possibilidade de transmissão da doença por aqui, na época em que foi descoberta; a maior parte dos casos registrados aconteceu em países da Europa.

Em 2010, quando houve a suspeita de um caso do mal no Paraná, houve consequências econômicas; e diferentes países suspenderam a importação da carne bovina brasileira. No entanto, exames foram realizados e se confirmou que o bovino morto não estava infectado pela EEB.

Com isso, a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) mantém o Brasil classificado como um país com risco insignificante de contaminação pela doença. \

Vaca louca na economia

Por ser uma doença fatal e sem cura, é claro que o vírus da encefalopatia espongiforme bovina pode mudar completamente a economia de um paí em que casos da doença sejam confirmados.

A possibilidade de exportação de carne desses países fica amplamente prejudicada em função da presença da doença na pecuária. Com isso, assim como ocorreu com o Reino Unido (onde foi detectada pela primeira vez a existência da doença), os negócios relacionados à pecuária são afetados; abrindo espaço para que outros países produtores se beneficiem.

O Canadá e os Estados Unidos são outros dois países em que casos do mal da vaca louca foram confirmados (em 2001 e 2003, respectivamente) e sofreram as consequências econômicas.

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