Saiba mais sobre uma das principais empresas do país, a Vale do Rio Doce
Com um alcance internacional respeitável, a Vale do Rio Doce, que também é conhecida como apenas Vale, é uma das mineradoras com maior estrutura do planeta. A atuação da empresa alcança diversos setores nacionais e no exterior.
Por isso, reunimos informações relevantes sobre a atuação da Vale do Rio Doce e todas as suas atividades. Há muitos detalhes sobre os seus processos, a atuação como empresa e os trâmites que uma organização de capital privado enfrenta.
O que é Vale do Rio Doce?
Vale do Rio Doce é uma das maiores empresas do Brasil e do mundo, que atua não só no setor da mineração, como também desempenha atividades de siderúrgica, energia e logística. O principal foco é o desenvolvimento e sustentação, gerando bons resultados a partir dos recursos naturais que temos.
Presente em 30 países, um dos principais objetivos da empresa é se tornar referência mundial entre as organizações que trabalham com recursos naturais. A ideia é sempre criar um valor por longo prazo a partir dos trabalhos realizados, sempre respeitando as condições do planeta.
Produção da Vale do Rio Doce
Os “carros-chefes” da mineradora Vale são a produção de pelotas e minério de ferro. Inclusive, uma das referências neste aspecto é o minério de Ferro de Carajás, uma das maiores operações deste segmento no planeta. Destaque também para o níquel, que é importante para fabricação de moedas e peças de veículos.
Outro insumo precioso da Vale é o carvão, muito utilizado nos processos de mudança do minério de ferro em aço. O cobre também está presente, pois é um item fundamental na transferência de energia. O manganês é outro destaque, muito útil na fabricação de tintas, pilhas e fertilizantes.
Um dos focos é a procura de áreas em que se pode encontrar reservas minerais preservadas, com o intuito de transformar este recurso natural em benefícios para o mercado. Para isso, a empresa também auxilia na integração de navios, portos, minas e ferrovias, facilitando o transporte. São duas linhas de trem brasileiras administradas pela organização.
Exportações
Entre os itens que mais rendem lucros para a Vale, é importante destacar as pelotas e o minério de ferro. Pesquisas apontam que a empresa é a principal exportadora destes elementos no planeta. E o alcance atinge todos os continentes.
Na lista de principais compradores da Vale, há países muito poderosos economicamente. Podemos citar a Inglaterra, a Alemanha, os Estados Unidos, a França, o Japão e a Coreia do Sul, além dos países que compõem o Oriente Médio e a Oceania. Também há estrutura da Vale em outros países como Argentina, Omã, Filipinas e Indonésia.
Royalties
Essa é uma das principais fontes de renda da companhia Vale do Rio Doce. Funciona como uma compensação financeira que a empresa pede pela exploração de recursos minerais. Dessa forma, todos os parceiros precisam pagar para comercializar, variando a porcentagem.
São 2% para os minérios de ferro, cobre, fertilizantes, caulim e níquel. O manganês, o potássio e a bauxita exigem uma taxa de 3%, enquanto o ouro redireciona 1% da operação para a empresa.
O imposto é redistribuído para diversas partes envolvidas como os estados federativos, a União e os municípios envolvidos. Esses royalties já atingiram cerca de 1,3% da arrecadação total do Brasil em 2005.
Salários e participações
A empresa Vale do Rio Doce também se destaca pelo número de vagas abertas e qualidade de carreira oferecida. Para os trabalhadores que iniciam o tempo de serviço, a Vale chega a pagar R$750,00. Cabe destacar que apenas 5% dos custos totais da empresa recaem sobre o pagamento de funcionários.
Há uma conta simples que exemplifica como a empresa fatura bem diante do próprio quadro de investimentos. Em 2005, cada funcionário rendeu US$302.77 dólares para a empresa. Cada um deles custou cerca de US$14.000. Ou seja: só de rendimentos considerando os trabalhadores, a Vale ganhou cerca de US$ 288.700 sobre cada funcionário.
Histórico e privatização
Um ponto decisivo na história da Vale do Rio Doce foi a privatização, que aconteceu em 1997.
A empresa era administrada pelo Governo Federal desde 1942, ano de sua fundação. Mas o presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1997, decidiu ceder parte da empresa para o capital privado. O controle da empresa foi cedido por R$3,3 bilhões de reais.
Depois de 22 anos, a empresa possui um valor de mercado de aproximadamente R$53 bilhões. Por isso, há uma grande discussão sobre as vantagens e desvantagens dessa venda. Especialistas apontam que o Estado deixou de receber muito dinheiro durante o período, visto que o crescimento da empresa aconteceu em ritmo alucinante.
Em 2008, a Vale foi responsável por metade do superávit do país, batendo cerca de R$ 38 milhões.
Outro ponto forte é a geração de empregos, visto que a empresa possui uma média de 60.000 funcionários. São R$ 3 bilhões em impostos recolhidos por ano.
Mas, mesmo sendo fundamental para a economia do Brasil, há uma série de questionamentos sobre o trabalho da empresa, que ficaram ainda mais evidentes na última década.
Escândalos e desastres ambientais
Em um período de quatro anos, dois desastres ambientais mancharam a imagem da Vale do Rio Doce para todo o planeta. Em 2015, a cidade de Mariana-MG viu uma barragem se romper e um mar de lama de espalhar por cerca de 650 quilômetros. Na época, foram registradas 19 vítimas fatais e 300 famílias que tiveram as suas casas destruídas.
Mas alguns registros estimam que muitas outras pessoas foram afetadas pelo rompimento da barragem Fundão. É possível que pelo menos 500 mil pessoas tenham sido afetadas direta e indiretamente pelo desastre ambiental.
Por também haver a participação da empresa Samarco, o impacto direto não foi tão forte para a Vale como ocorreu em 2019. Após o desastre em Brumadinho-MG, a empresa teve R$ 6 bilhões bloqueados pela Justiça. Somadas, as multas ambientais envolvidas no caso chegam a R$ 300 milhões.
Cerca de 250 pessoas desapareceram neste desastre ambiental, ocorrido no mês de janeiro. 37 vítimas foram confirmadas após as buscas na região. Mas, por conta do vasto volume de lama, houve grande dificuldade em concluir os números.
Por este retrospecto, muitos especialistas afirmam que a Vale do Rio Doce tem se consolidado como uma empresa que não respeita totalmente todos os direitos das comunidades. Mesmo com a empresa confirmando as suas preocupações ambientais na política empresarial, os tratados e consequências das operações apresentam realidades totalmente diferentes.