Agronegócio

Criação de bicho da seda segue em expansão no país

Criação de bicho da seda segue em expansão no país

A criação do bicho da seda é rentável em diversas partes do Brasil

Que a seda é um dos tecidos mais utilizados e de maior valor na indústria da moda, todo mundo sabe. A grande surpresa é entender como funciona todo o processo de produção desse tipo de tecido. Tal produção tem como matéria prima a criação do bicho da seda, sobre o qual falaremos no artigo de hoje.

Sendo um dos maiores atrativos para o setor, a criação desse animal possui diversas particularidades. Apesar de ter um nome muito conhecido, essas peculiaridades muitas vezes são desconhecidas, assim como suas vantagens e seus benefícios. É importante saber que o bicho da seda dá lucro se você souber gerenciar suas criações de uma boa maneira. É por isso que devemos aprender o máximo possível sobre esse pequeno animal.

Bicho da seda

O que é bicho da seda?

Bicho da seda é uma lagarta (ou larva) da mariposa doméstica, inseto bastante comum em diversas partes do mundo. Esse pequeno animal é muito importante economicamente.

Sim, o bicho de seda dá lucro! Como já citamos, produz a matéria prima para a fabricação da seda. O nome científico para esse inseto é Bombyx mandarina.

Muitos acreditam que o bicho da seda vira borboleta, mas a verdade é que essa lagarta acaba por se transformar em uma mariposa doméstica.

A principal diferença das mariposas domésticas para as selvagens é que o segundo tipo não é economicamente viável. Isso porque a criação da mariposa doméstica é realizada através de reprodução seletiva com interferência humana, feita por milênios.

Essa reprodução seletiva fez com que todas as linhagens pudessem produzir casulos perfeitos para a confecção do tecido, o que não ocorre com as selvagens.

Tipos de bicho da seda

Podemos definir esse inseto em três grupos, que se diferenciam basicamente pela quantidade de ovos que botam durante um ano. Esses grupos são:

  • Univoltina: esse tipo de bicho da seda bota ovos apenas uma vez durante o ano. Isso se deve ao clima frio do ambiente em que esses animais vivem, já que são mais comuns na Europa. Esses ovos hibernam durante o inverno e se fertilizam na primavera.
  • Bivoltina: essa raça bota ovos duas vezes por ano, também devido ao clima um pouco mais quente dos países asiáticos nos quais predominam, como a China, as Coreias e o Japão.
  • Polivoltina: é encontrada apenas em regiões tropicais e tem como grande vantagem a fertilização de muito mais ovos durante o ano, já que o clima é quase sempre favorável à reprodução.

Bicho da seda

História do bicho da seda

Antes de falarmos sobre detalhes da criação desses bichos, é importante entender um pouco de sua história.

A criação do bicho de seda ocorre há pelo menos 5 mil anos na China e se espalhou pelo oriente durante esses milênios, especialmente na Índia, na Coreia e no Japão.

Diversos casulos de mariposas domésticas foram contrabandeados e levados para a Europa durante o Império Bizantino, o que acabou fazendo com que esse bicho ficasse muito mais conhecido e também valioso. Hoje em dia, a criação de bicho da seda é praticamente mundial e uma atividade muito respeitada.

Criação do bicho da seda

Existem alguns pontos a serem considerados quando falamos na criação do bicho da seda. Também chamado de sericicultura, esse é um processo delicado e que pode gerar diversos benefícios. Vamos falar de cada um deles aqui para que você entenda a importância de todo esse processo.

Para iniciar, é recomendado que você adquira lagartas de cerca de 1,5 centímetros. É a partir desse tamanho que você pode dar o melhor tratamento e fazer com que seu casulo possa valer muito mais.

O ambiente em que a lagarta vive também é muito importante para a qualidade do casulo e deve ser controlado. É recomendado manter uma temperatura entre 24°C e 27°C, que pode variar de acordo com o tamanho da lagarta.

A alimentação dos insetos também é muito importante. Elas consomem basicamente folhas de amoreira branca, ainda que também possam comer outros tipos de amoreira. Ter uma plantação de amoreiras também é recomendável para que você tenha uma produção autossustentável.

Além disso, o ambiente em que o bicho da seda é criado também influencia. Por isso, escolha um galpão (sirgaria) com espaço o suficiente para manter os insetos bem.

Também é importante manter as mariposas para que elas possam se reproduzir. Após o acasalamento, uma fêmea pode botar até 500 ovos, que demoram entre 12 e 14 dias para chocarem e gerarem novas larvas.

Cuidados na criação

Um dos pontos mais importantes quando se fala nos cuidados da criação do bicho da seda é a questão da higienização. Isso porque parasitas como fungos e vírus são pragas que podem ser letais para uma criação inteira de bichos da seda.

A melhor maneira de evitar que isso ocorra é manter o ambiente dos animais o mais limpo possível, o que evita a proliferação dos fungos que podem matar os animais.

Outra questão um pouco menos preocupante, mas que também deve ser considerada, são os predadores. Insetos como o louva-deus, a vespa e algumas espécies de formigas podem invadir criações e devorar o bicho da seda.

No entanto, esse tipo de problema é mais fácil de ser controlado e não exige tanta atenção quanto à questão dos vírus.

Bicho da seda

O Brasil na produção de seda

Ainda que os líderes na produção da seda sejam os países asiáticos, mais especificamente a China, o Brasil conta com uma grande vantagem, que são as mariposas polivoltinas. Essa é uma das razões pelas quais o nosso país é também considerado um gigante na indústria têxtil e também de moda.

Desde o século XIX, a sericicultura gera lucros para o país com a exportação de casulos para o resto do mundo. O que faz o bicho da seda ser tão especial e valioso é porque seu casulo tem um grande atrativo para esses mercados, principalmente os internacionais

Agora que você já aprendeu mais sobre o bicho da seda e sua criação, já sabe que é um bom lugar para investir.

ACESSO RÁPIDO
    Mayk Alves
    Fundador do Portal Vida no Campo e Agro20, Mayk é neto de Lavradores. Desde cedo esteve envolvido com as atividades do campo e, em 2014, uniu sua paixão pela comunicação com o tradicionalismo do campo. Tem como missão levar informações sobre o agronegócio de forma dinâmica, interativa e sem filtros.

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