A clivagem e o processo de identificação do mineral
A clivagem, um processo natural a qual alguns tipos de minerais estão submetidos, acontece de forma espontânea ou induzida.
As técnicas de clivagem dentro da mineralogia foram sendo desenvolvidas e aprimoradas antes mesmo da chegada dos portugueses no Brasil.
O que é clivagem?
O significado de clivagem está inserido na mineralogia (estudo dos minerais) e consiste nos aspectos como os minerais se fragmentam subordinados a um choque mecânico. Assim, estes minerais se repartem em formatos paralelos e planos. A clivagem é classificada em:
- Pobre: é a fase em que não ocorre a divisão do mineral, somente pequenas rachaduras, como o quartzo, por exemplo;
- Moderada: é a fase em que não é perceptível a divisão do mineral com superfícies diferentes, como a apatita e o enxofre, por exemplo;
- Boa: é a fase que consiste na dificultosa divisão do mineral em planos discretos e pouco perfeitos, como as anfíbolas e piroxenas, por exemplo;
- Perfeita: é a fase que consiste na divisão do mineral em formatos regulares, como a calcita, halita e a galita, por exemplo;
- Proeminente: é a fase excelente que consiste na divisão do mineral em um sentido único com base em superfícies lisas e planas, como a grafita e calcita, por exemplo.
Assim, as estruturas internas atômicas de cada mineral facilitam quando ocorre a repartição dele. Esta propriedade física resulta em áreas planas e coincidentes entre si, além de possibilitar a identificação de minerais ainda não desenvolvidos morfologicamente.
A quebra do mineral ocorre especialmente nas regiões das estruturas cristalinas mais fracas. Estas regiões são as que possuem o mais baixo número de ligações. As etapas feitas pela clivagem podem acontecer de forma natural ou lapidação (intervenção humana).
Tipos de clivagem
Os principais tipos de clivagem mineral são:
- Clivagem cúbica: ocorre quando o mineral divide-se em cubos, como a Halita e a Galena, por exemplo;
- Clivagem pinacoidal: ocorre quando o mineral divide-se em lâminas, como a Moscovita, por exemplo;
- Clivagem romboédrica: ocorre quando o mineral divide-se em formato de losangos, como a Calcita, por exemplo.
Portanto, os tipos de minerais são identificados e diferenciados com base no ângulos das divisões. Este processo de identificação pode ser realizado com a ajuda de instrumento que calcula o ângulo, chamado de goniômetro.
Além da clivagem, há outros processos realizados para a classificação dos minerais. São eles:
- Cristalização: forma geométrica do mineral;
- Coloração: cor externa do mineral;
- Transparência: capacidade de absorver, ou não, a luz;
- Brilho: luz expelida pelo mineral;
- Dureza: grau de dificuldade do mineral em ser arranhado;
- Traço: coloração do pó interno do mineral;
- Fratura: superfície resultando da quebra;
- Características eletromagnéticas: eficiência em conduzir corrente elétrica e relação ao grau de magnetismo.
Mineralogia no Brasil
Os primeiros registros de atividades ligadas à mineralogia no Brasil deu-se a partir das confecções feitas pelos índios. Os minerais eram utilizados na fabricação de flechas, raspadores, facas, lanças, machados e pilões.
No entanto, aos passar dos anos, os índios foram aprimorando as técnicas e passaram a utilizar os minerais nas construções de estátuas ligadas à prática de rituais religiosos.
Assim, as técnicas foram sendo aprimoradas aos poucos. Após a chegada dos portugueses no país, outros países distantes começaram a receber notícias sobre a existência destes metais. Devido isso, as técnicas da mineralogia foram sendo mais habituais por especialistas e engenheiros, desde a clivagem até as atividades de lapidação.