Baobá é uma árvore nativa da África e é capaz de viver mais de mil anos
A singularidade da árvore baobá é fonte de inspirações de mitos e lendas ao longo de gerações. Chegou até mesmo a inspirar uma das obras clássicas da literatura mundial, O Pequeno Príncipe, obra magistral do francês Antoine de Saint-Exupéry.
A árvore baobá é símbolo de força e resistência do povo africano. É considerada uma árvore sagrada e, no Brasil também foi trazida, pós-descobrimento, por motivações religiosas. Além de seu aspecto exuberante, a planta é conhecida por suas diversas utilidades, como o tratamento de doenças de pele.
O que é baobá?
Baobá é um gênero de planta de nome científico Adansonia. Tal gênero agrupa espécies de árvores que se desenvolvem em regiões tropicais áridas. Portanto, não é de se admirar que o baobá se origine do continente africano, porque é uma região conhecida pelas temperaturas abrasivas.
Sendo mais preciso, é originária da Ilha de Madagascar. Exemplares da planta também são encontrados na Austrália e Índia.
A árvore impressiona com sua imponência, pois pode chegar a até 25 metros de altura. A sua resistência é outro aspecto que desperta admiração, porque é capaz de durar mais de mil anos. Além disso, seu tronco é resistente ao fogo.
A aparência da árvore baobá é outra fonte de curiosidade. É conhecida como “árvore garrafa” ou “árvore plantada de cabeça para baixo”.
Esses apelidos se devem ao formato do tronco, que é bem mais encorpado que os tipos convencionais, chegar medir de 4 a 11 metros de diâmetro, e aos galhos que, por 9 meses do ano, ficam completamente sem folhas, acentuando o contraste das formas. Por isso, diz-se que a planta foi plantada de cabeça para baixo, pois os galhos lembram raízes.
Curiosidades sobre o baobá
O tronco do baobá é tão portentoso que, nas épocas de chuva, chega a armazenar até 120 mil litros de água.
Não é raro encontrar, nos países em que o baobá é mais popular, comércios instalados no interior da árvore. O mesmo quanto à moradia de populares e santuários. O tronco também é utilizado para fazer paradas de ônibus e até prisões.
Praticamente tudo da árvore pode ser aproveitado. A casca é usada para produzir cordas e tecidos. As folhas têm variadas qualidades medicinais, além de serem aplicadas como condimentos. Das sementes, é possível extrair um óleo rico em vitaminas A e F.
Como apontado mais acima, os galhos do baobá ficam sem folhas por quase o ano inteiro, 9 meses, porém, a floração ocorre em apenas uma única noite.
Lendas e inspirações
A resistência do baobá, como mencionado há pouco, é capaz de suportar as agruras do fogo e do tempo. Por isso, virou símbolo dos povos africanos, símbolo de resistência.
Devido ao seu formato inusitado e imponente, alguns mitos foram criados pelos povos nativos nas regiões em que se desenvolveu.
Para os malgaxes, os habitantes da Ilha de Madagascar, o baobá é resultado de obra direta de Deus que a formulou para encerrar o seu trabalho com as plantas, fazendo uma obra-prima. Porém, tamanha foi a grandiosidade da árvore que o Todo-Poderoso a considerou soberba e a enterrou de cabeça para baixo para ensiná-la uma lição de humildade.
Para outros povos, circula o mito de que se alguém tiver o seu corpo velado e enterrado dentro do baobá, o espírito da pessoa permanecera na árvore enquanto esta estiver viva.
Para os fãs de O Pequeno Príncipe, o nome da planta não terá soado estranho, pois foi ela que inspirou o “drama dos baobás”. Na obra-prima de Saint-Exupéry, essas enormes árvores são responsáveis por ameaçar a existência do planeta fictício do pequeno príncipe.
Os benefícios do baobá
As plantas do baobá têm qualidades medicinais. São ricas em betacaroteno, substância transformada pelo organismo em vitamina A, propriedade que qualifica a planta para ser usada em tratamentos de:
- Asma;
- Anemia;
- Diarreia;
- Reumatismo;
- Sarampo;
- Malária;
- Febre;
- Catapora;
- Problemas digestivos.
Das sementes do baobá é possível extrair um óleo, como dito anteriormente, rico em vitaminas A e F. Esse óleo também contém boas quantidades de ômega 3, 6 e 9. Além disso, proporciona ótimos benefícios à pele, sendo por isso indicado para cuidar de problemas de psoríase e eczema.
O leite extraído da polpa tem qualidades nutricionais poderosíssimas, rico em vitamina C e muito importante para as culturas locais. Muitas crianças foram amamentadas à base do leite da árvore.
O fruto do baobá, chamado “mukua”, tem miolo seco e é coberto por pó de gosto agridoce e incrivelmente nutritivo.
Análises sobre este pó revelaram que ele tem mais potássio do que as bananas, 3 vezes mais cálcio do que o leite e até 6 vezes mais vitamina C do que a laranja. Também se notou presença de antioxidantes que superam em até 3 vezes os encontrados nos mirtilos.
Baobá no Brasil
A árvore baobá foi trazida ao Brasil séculos atrás, durante o período de colonização. Tudo indica que tenha sido transportada por sacerdotes africanos que a trouxeram por motivos religiosos.
Não são muitas árvores da espécie que se encontram atualmente no país, mas as que existem já acumulam muitas histórias para contar, pois seus plantios ocorreram há mais de 300 anos.
A árvore baobá é presente nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro, Mato Grosso e em outras localidades. Um dos baobás mais famosos e que talvez tenha sido motivo de inspiração para uma obra célebre da literatura mundial é a que se verifica na Praça da República, no Recife.
E novamente estamos falando de O Pequeno Príncipe. Há quem sustente que o autor do livro, em sua passagem pelo Brasil, ficou impressionado quando viu a árvore na referida praça. Impressionado com o tamanho e formato do baobá no Brasil, tal deslumbre teria acendido a fagulha inspiradora para o clássico que, há gerações, encanta multidões.
No entanto, não há fotos, notícias de jornal, anotações de diário ou quaisquer registros que validem essa versão.
Mas antes que se diga que se trata de uma disparatada estória de pescador, não é impossível que a inspiração tenha ocorrido por causa do baobá do Recife. De fato, o autor francês fez uma visita ao Brasil e a árvore já se encontrava em sua plenitude no período. Lembrando de que não existem tantos baobás espalhados pelo mundo.
Portanto, não há registros comprobatórios, mas não deixa de ser um bom palpite que, de fato, o baobá pernambucano tenha servido de inspiração para o genial escritor.