Caldo de rã é um prato exótico que apresenta muitas vantagens. O agronegócio está, a cada dia mais, procurando apresentar novos alimentos para o mercado. Dessa vez, vamos mostrar mais detalhes sobre o caldo de rã, explorando desde criadouros até o consumo e valores nutricionais. Além disso, iremos explorar os maiores benefícios desse caldo que está ficando cada vez mais famoso na culinária do Brasil.
Para muitos, o caldo de rã é um produto inigualável, podendo apresentar diversas vantagens para o nosso sistema imunológico. Assim, sendo uma ótima opção para substituir fontes de proteínas como a carne branca na sua alimentação diária.
- O que é caldo de rã?
- Benefícios do caldo de rã
- Chá de rã e suco de rã
- Como fazer caldo de rã?
- Mercado de rãs
- Quanto custa um quilo de carne de rã?
- Rã na gastronomia
- Diferença entre carne de rã e de sapo
- Como criar rãs?
- Importância do mercado de rãs
O que é caldo de rã?
Caldo de rã é um prato feito a partir da carne do animal, apresentando um alto teor de proteína em sua composição. Aliás, esse caldo está ficando cada vez mais famoso devido a sua tabela nutricional, sendo considerado de alto valor nutritivo.
Assim, pode ser facilmente um substituto da carne magra ou do peixe como principal fonte de proteína. Além disso, a rã pode ser encontrada com certa facilidade hoje em dia, principalmente devido à alta procura por produtos exóticos em grandes cidades.
A carne de rã é rica em vitaminas e sais minerais, com quantidades significativas de cálcio, ferro e potássio. Outra característica é que se trata de um alimento com baixo teor de gordura. Além disso, é de fácil digestão.
Nutricionistas apontam, contudo, que além do caldo, é indicado ingerir também a carne da rã. Isso porque apenas o líquido não é capaz de carregar todas as proteínas, o que reduz o seu alto potencial nutritivo.
O caldo de rã, no entanto, tem uma grande vantagem em relação a outros pratos feitos com essa iguaria. O fato de ser servido em forma líquida permite que ele possa ser consumido por pessoas de todas as idades.
Além disso, por ser um alimento leve, pode ser ingerido nas mais diversas horas do dia, seja como um caldo para dar energia logo pela manhã, seja como um revigorante no início da noite. Os adeptos do caldo, aliás, preferem bebê-lo no início da noite.
Benefícios do caldo de rã
De acordo com especialistas, esse caldo pode ajudar no tratamento de diversas doenças. Dentre elas, a asma e outros problemas respiratórios.
Segundo estudos, a carne do animal aumentaria de forma considerável a imunidade das pessoas que consomem com frequência refeições que contenham rã.
Dessa forma, muitas pessoas optam por tomar o caldo de rã como auxiliar no combate a gripes e resfriados, pneumonia e até mesmo durante o tratamento contra a tuberculose. É muito importante ressaltar, contudo, que em hipótese alguma deve-se interromper qualquer tratamento indicado pelo médico. Isso porque o caldo de rã nada mais é do que uma opção auxiliar ao tratamento, e não substituta.
Ademais, dentre os benefícios do caldo de rã, podemos destacar que ele apresenta bem menos calorias que outras refeições normais, principalmente pela composição da carne.
Então, é uma ótima opção para dietas mais restritivas ou em casos de excesso de peso, embora a carne de rã também tenha seu valor em outras características, visto que ela é altamente rica em micronutrientes e minerais.
Alguns estudos apontaram que, devido à presença de cálcio na carne, o caldo de rã também pode ser incluído como uma alternativa alimentar no combate à carência desse mineral. Dessa forma, é um alimento indicado para prevenir a osteoporose, hipertensão arterial e câncer de cólon, além de outras doenças.
Assim, a carne de rã tem sido recomendada para pessoas que fazem tratamento de algumas doenças no sistema de digestório. Também é uma boa opção para aqueles que sofrem de alguns tipos de alergia e para quem necessita fazer dietas com restrição de sódio, gorduras, ou, simplesmente, ingerir menos calorias.
Chá de rã e suco de rã
Dentre outras receitas exóticas, podemos achar o chá de rã que, hoje em dia, é bastante tomado em diversas regiões do Peru.
Um ponto que vale ser mencionado é que o chá afrodisíaco acabou virando tradição, prometendo curar doenças de forma imediata. No entanto, nenhum desses argumentos é comprovado cientificamente, tornando-se apenas um mito desses locais.
Por outro lado, o chá de rã é muito recomendado por sua excelente digestibilidade, algo em torno dos 92%. Assim, apresenta diversas funções, até alguns anos atrás desconhecidas por nutricionista e agrônomos.
Além disso, a bebida também é oferecida em forma de suco. O suco de rã é uma bebida encontrada nos Andes e também em pequenas feiras livres na capital do Peru, Lima. Tradicional no local, o suco chama a atenção de turistas pela forma como ele é feito.
Nas feiras, a rã é pega viva de pequenos aquários e abatida na hora. Logo na sequência, ela tem a pele retirada e é colocada em um liquidificar junto com mel, cenoura e raiz de maca peruana, um tubérculo encontrado na Cordilheira dos Andes. O suco, então, fica com uma cor esverdeada e deve ser ingerido na sequência.
Diz a tradição local que o suco combate anemia e problemas respiratórios, além de fortalecer o sistema imunológico. Mas, como dito, ainda não há comprovação científica disso.
É importante destacar que o suco de rã oferecido no Peru é feito com um animal diferente do encontrado no Brasil. Enquanto por aqui a espécie mais comum é a rã-touro, no Peru a espécie utilizada costuma ser a rã-do-titicaca.
Como fazer caldo de rã?
Apesar de simples, algumas pessoas ainda se perguntam como fazer caldo de rã. Diferente do que muitos acham, o caldo tem uma receita fácil, inclusive, demorando apenas uma hora para a conclusão do preparo.
Assim, você precisará apenas de:
- Um litro de água;
- Uma rã;
- Tempero a gosto.
Para começar, basta acrescentar o litro de água em uma panela (fogo baixo). Logo após, deve acrescentar a rã já limpa que, dependendo do local de compra, já pode vir pronta. Em seguida, basta colocar sal a gosto e outros temperos de sua preferência.
Mercado de rãs
Apesar de não ouvirmos falar tanto do mercado de rã no Brasil, o país tem hoje em dia o segundo maior criadouro de rãs do mundo. Contudo, no Brasil é utilizado um modelo diferente dos outros matadouros, apresentando um sistema de confinamento. Já em outros países, a produção é feita de forma livre.
De todo modo, pela lei brasileira, a única forma legal de se produzir rãs para consumo é através de criadouros autorizados. Isso porque o animal é considerado natural da fauna do Brasil e, como tal, sua caça é considerada crime ambiental.
Ao mesmo tempo, ainda que o Brasil tenha um dos maiores criadouros do mundo, a nossa produção ainda é bem pequena quando comparada a outros lugares, se limitando apenas a 160 toneladas no ano de 2016.
Além disso, ainda não foi desenvolvida uma alimentação especifica para as rãs, o que dificulta o aumento da produtividade e da qualidade do caldo de rã no país. Em geral, os produtores do Brasil têm utilizado alimentação semelhante à usada na criação de algumas espécies de peixes. Por aqui, as rãs criadas para abate costumam comer ração, às vezes “enriquecidas” com larvas de moscas.
Apesar de não haver muitos dados sobre o mercado de rãs, estima-se que o maior exportador mundial seja a Indonésia. Para fins comerciais, além do Brasil, outro país com forte produção é o Vietnã.
No Brasil, uma certeza entre especialistas é que se trata de um ótimo mercado para investimentos. Por se tratar de uma área em expansão, em especial pela aceitação cada vez maior na culinária, estima-se que o país tem potencial para triplicar a produção de rãs nos próximos anos.
Quanto custa um quilo de carne de rã?
O preço do quilo de carne de rã varia muito de região para região. Cidades próximas a ranários, como são chamados os criadouros de rã, encontram a proteína com mais facilidade, e em função disso o preço tende a ser menor.
Nesses locais, na média, um quilo de carne de rã custa entre R$ 45 e R$ 55, considerando a peça inteira. Em grandes redes varejistas do país, a proteína é encontrada congelada com preços a partir de R$ 65.
A rã, contudo, também é vendida em partes. Se você preferir comprar apenas a parte mais carnuda, encontrada nas coxas, o preço do quilo gira em torno de R$ 80. Por outro lado, o dorso, que possui muito menos carne, é vendido por cerca de um terço desse valor. Na média, fica entre R$ 25 e R$ 30.
Os valores informados, claro, dizem respeito ao preço final para o consumidor. O quilo da carne de rã paga ao produtor segue a tradicional lógica de mercado, que considera a quantidade à venda, região e demanda.
De todo modo, para se ter um bom parâmetro de preços – tanto para o consumidor quanto para o produtor – uma boa forma de precificar a carne de rã é acompanhar o preço do salmão e do camarão. Isso porque, como regra geral, essas duas proteínas têm valor similar à da rã.
Além disso, o produtor também pode faturar com a venda de girinos a outros ranicultores. Em média, mil girinos são vendidos a R$ 1 mil.
É importante lembrar, contudo, que a produção de girinos requer atenção redobrada quanto à água e condições de clima. Os animais são frágeis e suscetíveis a doenças. Por isso, pequenas propriedades costumam se dar melhor com o manejo deles.
Rã na gastronomia
Muito apreciada na culinária de alguns países, a carne de rã ainda tem presença tímida nos restaurantes do nosso país – mas é considerada uma iguaria.
Pratos com pernas de rã, por exemplo, são muito admirados nas culinárias francesa e chinesa. Outros países da Ásia, como Camboja, Vietnã, Tailândia e Indonésia também utilizam muito essa proteína.
Na Europa, além da França, pratos com carne de rã são encontrados em restaurantes do norte da Itália, na região do Alentejo, em Portugal, na Espanha e em partes da Grécia. Albânia, Eslovênia, Romênia e Bulgária também são países que aderem à culinária.
Além dos já citados caldo de rã, chá e suco, a rã pode ser oferecida das mais diversas formas na culinária. Vai da criativiade do chef. Como carne, em geral é oferecida frita ou assada.
Na França, “pernas de rã” é um prato oferecido em restaurantes da mais alta gastronomia. E costuma chamar a atenção a forma como ela é oferecida: elas são colocadas no prato de forma a ficar visualmente claro que se tratam de pernas de rã.
Com sabor suave, é comum ouvir de quem come rã pela primeira vez que a carne lembra a de frango. A textura, aliás, também lembra a das asinhas de frango.
Uma razão adicional para isso acontecer é que, diferentemente do que acontece com carnes de animais de sangue quente, os músculos da rã não endurecem tão logo ela morre. Assim, é comum que a carne se contraia quando cozida ou assada.
A parte nobre da rã são as suas coxas, que são mais carnudas. Apesar disso, o dorso também é utilizado na culinária. Partes com menos carne ainda são vendidas para a indústria para processamento – elas podem virar empanados, por exemplo.
Diferença entre carne de rã e de sapo?
A diferença é simples: a carne de sapo pode conter veneno.
A espécie mais comum de sapo da fauna do Brasil é o sapo cururu. Esse anfíbio possui duas glândulas de veneno na parte posterior da cabeça. Ele é usado pelo sapo quando se sente ameaçado. O líquido, além de ter odor desagradável, é altamente tóxico e capaz de levar à morte animais que eventualmente ingerirem.
Apesar de o veneno presente em algumas espécies de sapo poder ser removido, trata-se de um procedimento bastante arriscado e que não garante segurança. Isso acontece porque as glândulas de veneno estão localizadas na pele. E a pele do sapo, como se sabe, é bastante fina. Assim, ao retirá-la, dificilmente se conseguiria evitar que o veneno se espalhasse pela carne do animal.
É por isso que não se deve, em hipótese alguma, comer carne de sapo. As rãs, por sua vez, não têm toxinas. E isso, claro, é uma desvantagem evolutiva para elas, uma vez que se tornam presas fáceis na natureza, já que não têm meios de defesa.
Do ponto de vista gastronômico, contudo, a carne de sapo não seria comercialmente viável, mesmo se fosse livre de qualquer risco de veneno.
Isso porque, nas rãs, a parte mais nobre está nas coxas, que é mais carnuda. As coxas dos sapos, por outro lado, têm pouca quantidade de carne.
Essa diferença anatômica se deve ao fato de que as rãs se movimentam dando grandes saltos à frente, o que exige uma maior musculatura das coxas. Os sapos, por sua vez, dão apenas pequenos saltos.
Como criar rãs?
Talvez você não saiba, mas o Brasil é pioneiro na criação intensiva de rãs em cativeiro. A atividade existe por aqui há quase um século, mas foi somente a partir da década de 1990 que ela se intensificou.
Um ranário com boa estrutura, que inclui estufa agrícola, correta alimentação com ração e cuidados adequados, pode render em média um quilo de rã (viva) por mês para cada metro quadrado de área dedicada à produção.
Dito isso, comece escolhendo a espécie adequada. A que melhor se adapta à produção em larga escala no Brasil é a conhecida popularmente como rã-touro.
O local para a construção do ranário precisa ser de clima quente (as rãs crescem mais rápido assim) e ter bastante disponibilidade de água. Afinal, a rã é um anfíbio e passa boa parte da sua vida debaixo d’água, incluindo todos os três primeiros meses de desenvolvimento como girino. Para esse período, construa tanques com leve declive no fundo.
Para a fase em que a rã vive em terra, você deve construir baias para crescimento e galpões com estufas para a engorda. Esses galpões precisam ter cochos e áreas secas, além de uma “piscina”.
Considerando toda a fase de crescimento, uma rã estará pronta para abate depois de dez meses – isso já considerando os três meses como girino. O peso médio de uma rã para abate varia de 200 a 250 gramas.
A alimentação deve ser feita com ração adequada. É a mesma utilizada para a criação de trutas e inclui uma quantidade entre 35% e 40% de proteína bruta.
Além disso, é indicado acrescentar uma porcentagem de larvas de moscas ou oferecer a ração em cochos vibratórios. Isso porque as rãs são animais caçadores e, assim, preferem comer o que parece estar vivo.
Importância do mercado de rãs
Apesar de ainda precisar de uma maior quantidade de estudos que comprovem todos os seus benefícios, o consumo de caldo de rã tem conquistado adeptos no Brasil. Isso porque ele é apontado como auxiliar no tratamento de algumas doenças, além de trazer benefícios para o nosso sistema imunológico.
O caldo, assim como o chá e o suco de rã, é bastante consumido em países que têm a rã como parte natural da sua culinária. A carne é bastante comum em alguns países da Ásia. Na América do Sul, é consumida em especial no Peru.
O mercado brasileiro é pioneiro na criação de rãs em cativeiro, mas ainda está longe de atingir o seu potencial. Há até mesmo carência de dados sobre o mercado, mas números mais recentes dão conta que o país produz 160 toneladas por ano. Especialistas apontam que há espaço para triplicar a produção.
Por aqui, a melhor espécie para produção é a rã-touro. Devido à falta de melhores insumos, em geral, as rãs criadas em cativeiro, seja para a produção de caldo de rã ou outra forma de consumo, são alimentadas com a mesma ração oferecida a peixes produzidos para consumo.