Caracterizado por distúrbios ósseos, o raquitismo aumenta os riscos de deformidades e fraturas
Desde que as causas do raquitismo foram detectadas pela medicina moderna, casos da doença estão ficando mais raros. Uma das melhores formas para sua prevenção é a suplementação durante os primeiros anos de vida do indivíduo.
Já no campo do agronegócio, o raquitismo em animais de produção costuma surgir devido a uma má formulação de rações. Além do mais, produção de frango e pecuária de corte podem ter a mesma doença, embora as causas sejam distintas. Entenda mais sobre esse assunto no artigo especial que preparamos.
O que é raquitismo?
Raquitismo é uma doença nutricional sistêmica que pode afetar a formação dos ossos, seja em crianças ou animais, tanto em fase de crescimento como já adultos. Aliás, essa enfermidade pode ser marcada também falta de vitamina D no organismo.
Ela é essencial para a presença de cálcio na formação óssea correta. Assim, sua ausência pode ocasionar desenvolvimento estrutural debilitado, apresentando duas causas: a primária ou a secundária. Confira abaixo suas definições:
- Hipocalcêmico, a causa primária, marcada pela falta de cálcio ou insuficiência de vitamina D, como em longos períodos em que a criança sem exposição ao sol;
- Hipofosfatêmico, a causa secundária, que pode ocorrer por consequência direta de doenças pré-existentes, como alterações genéticas ou cânceres.
Como resultado, a estrutura óssea fica fraca e amolecida, aumentando os riscos de deformidades e até fraturas. Enfim, para entender melhor o que é raquitismo, saiba que essa doença também pode ocorrer durante a fase de crescimento de alguns animais.
Sintomas e causas do raquitismo
Enquanto os sintomas podem ser bastante diversos, o diagnóstico precisa ser feito com avaliação clínica, a partir de exames laboratoriais. Assim, embora esses sintomas possam começar nos primeiros anos de vida, podemos destacar os principais logo em seguida:
- Problemas no desenvolvimento motor;
- Ossos longos com extremidades alargadas ou encurvados;
- Atraso ao fechar fontanelas cranianas (conhecidas como moleiras);
- Dores musculares;
- Atrasos no crescimento;
- Deformidades na coluna, como casos de cifose e escoliose.
Importante lembrar que, sem tratamentos sérios, estas mudanças físicas podem continuar até a fase adulta, bem como ossos curvos e longos e até a presença de casos de escoliose.
Ou seja, em grande parte dos casos, esses problemas nas costas são a marca de quem não cuidou de forma adequada da doença durante a infância.
Já em relação às suas causas, essa doença pode apresentar diversos fatores, como:
- Carência nutricional;
- Ausência de vitamina D;
- Doenças hepáticas;
- Fatores hereditários;
- Deficiência de fósforo e cálcio;
- Doenças renais.
O diagnóstico da doença pode ser feito a partir de exames de sangue, onde são analisados os índices dos minerais fósforo e cálcio, bem como radiografias da estrutura óssea. Contudo, casos de biópsias nos ossos podem ser até incomuns, mas também têm eficiência para indicar ou não a presença da patologia.
O raquitismo tem cura e prevenção
Antes de falarmos sobre o acometimento de animais, saiba que, para os humanos, o raquitismo tem cura. Aliás, a presença de vitamina D no organismo atua para auxiliar na utilização e absorção de cálcio, bem como na utilização do fósforo.
Sua ausência é uma das maiores causas das duas doenças e a vitamina D pode ser absorvida através de dietas saudáveis. Por isso, como ótimas fontes da vitamina, indicamos o consumo de alimentos como:
- Gema de ovos;
- Derivados de leite;
- Cogumelos;
- Peixes como cavala e sardinha;
- Óleo de fígado de peixes como atum e bacalhau.
Contudo, vale lembrar que a deficiência de vitamina D não está apenas ligada a problemas metabólicos e o raquitismo. Afinal, a falta de cálcio e fosforo também tem associação com demais doenças, como:
- Câncer;
- Diabetes;
- Doenças cardiovasculares;
- Esclerose múltipla.
Minerais importantes para evitar o raquitismo
Como você acompanhou até aqui, todos os seres humanos requerem a presença de minerais para que os processos metabólicos funcionem na sua normalidade.
Assim, conheça abaixo quais são os mais exigidos e em maiores quantidades pelo organismo:
- Cálcio;
- Potássio;
- Fósforo;
- Sódio;
- Magnésio;
- Cloro;
- Enxofre.
O raquitismo em animais de produção
Em relação ao raquitismo em animais de produção, grande parte dos relatos costuma ter suas origens nos erros ao formular rações. No caso dos frangos de corte, a ocorrência costuma ser mais elevada. Isto porque essas aves apresentam um alto nível metabólico para poderem alcançar um pleno desenvolvimento.
Por outro lado, a deficiência de cálcio costuma ser rara na criação de gado de corte. As plantas forrageiras para pastos de alta produtividade têm bons níveis do mineral. Contudo, em gados leiteiros indicados para produção elevada, essa deficiência também costuma ser frequente.
A diferença entre raquitismo e osteomalacia nos animais
Para entender melhor raquitismo e osteomalacia, saiba que o sintoma mais claro que demonstra a falta de fósforo e cálcio em jovens animais é o raquitismo. Por outro lado, a osteomalacia tem sua ocorrência em animais já com formação adulta.
Como resultado de ambas as patologias, então, a má formação óssea faz com que esses animais tenham sintomas bem claros. Como exemplo, podemos citar o engrossamento em extremidades de ossos, inchaço em juntas, enrijecimento das pernas e até o arqueamento do dorso. Já em casos graves, os animais ainda podem apresentar pernas arqueadas e joelhos curvados.
Embora não estejamos falando sobre essa doença, vale ressaltar alguns pontos da osteomalacia. Afinal, neste caso, o fósforo e o cálcio são eliminados do osso sem uma reposição adequada, deixando-os quebradiços e fracos. Além do mais, a carência desses minerais costuma ocorrer durante a lactação e no final de gestações.
Para ficar atento a esses sinais, confira abaixo alguns sintomas de ausência de fósforo em animais de produção:
- Ingestão de objetos como madeira, ossos e até terra;
- Redução do apetite ou anorexia total;
- Ganho de peso e redução na produção;
- Baixos índices de fertilidade e aumento dos intervalos entre os partos.
Vale mencionar que a ausência desses elementos é um sério problema em relação a casos de raquitismo em ruminantes, já que pastagens costumam ter deficiência do mineral. Por outro lado, alto teor de alumínio e ferro também podem agravar casos de falta de fósforo.