De origem europeia, o boi caracu se destaca pela boa adaptação ao clima tropical e subtropical
Entre as raças bovinas europeias, a caracu ganhou um grande reconhecimento no Brasil por se adaptar às condições climáticas do nosso país. Além disso, se destaca dentro do segmento do gado de corte, já que é capaz de cruzar com diversos tipos de raça. Gerando, assim, um bom resultado e lucros aos seus criadores.
Os bois da raça caracu são conhecidos por sua rusticidade. Ou seja, se adaptam bem aos pastos e aos parasitas brasileiros. Estão presentes no país desde a época colonial. Teve sua presença marcada em estados como Sergipe, Ceará, Bahia e Pernambuco. Mas o grupo de bois caracu mais antigo está na cidade de Poços de Caldas, no estado de Minas Gerais. Essa seleção teve início em 1893 e está presente até os dias atuais.
O que é caracu?
Caracu é uma raça bovina europeia muito conhecida – e presente – no agronegócio brasileiro. Ela chegou ao país em 1534, mais precisamente na cidade de São Vicente, no estado de São Paulo. Desde então, passou por muitas adversidades, como mudanças na alimentação, doenças, condições climáticas e presença de parasitas. Ao longo dos anos, esses animais se adaptaram e se dividiram, formando a raça caracu que encontramos hoje no Brasil. Sua adaptação resultou num animal rústico, resistente a parasitas e cheio de longevidade.
Diferentemente das outras raças europeias que dificilmente se adaptam às condições naturais do Brasil, o boi caracu se adaptou muito bem ao clima tropical e subtropical. Assim, algumas de suas características resultantes do processo natural de modificação foram:
- pelos curtos;
- ótima resistência a endo e ectoparasitos;
- cascos extremamente resistentes;
- digestão de fibras grosseiras;
- facilidade na hora do parto.
Antes da chegada dos zebus, era o gado caracu que sustentava a produção nacional. Então, com a chegada dos zebuínos, essa raça quase foi extinta.
Carne e leite do caracu
Atualmente, o número de animais dessa raça tem aumentado no Brasil. Mas, ainda assim, é muito pequeno se comparado aos séculos passados, onde a população de caracu predominava no país em relação às outras raças bovinas. Essa raça pode ser utilizada tanto da produção de carne como de leite – e contribui muito para movimentar esse mercado no país. Tem mostrado um grande crescimento na região do Centro-Oeste, por exemplo.
Em ambos os sistemas, gera bons lucros. Quando ficam em um regime exclusivo de pasto, o peso médio das vacas varia entre 550 e 750 kg, enquanto os bois pesam cerca de 1.000 kg. Já o caracu leiteiro produz cerca de 2.100 kg por lactação. Nos casos de regime de pasto com pouca suplementação a produção de leite pode chegar a 5.000 kg por lactação. O leite produzido possui um alto teor de gordura e, portanto, ótimo para produção de alimentos como manteiga e queijo.
Desde 1980, estudos indicam os benefícios do cruzamento entre as raças caracu e nelore. O objetivo é claro: gerar animais ainda mais rústicos, dar ainda mais precocidade para o animal e, principalmente, preservar a boa qualidade da carne e do leite. Além desse, o cruzamento com raças zebuínas também é muito comum e tem apresentado resultados positivos.