O guzerá é um gado de origem indiana que chegou ao Brasil em 1870 para trabalhar nas fazendas e no transporte do café
A adaptação do guzerá em solo brasileiro foi rápida, principalmente no Nordeste e no Rio de Janeiro. Com aptidão tanto para a pecuária leiteira como a pecuária de corte, se tornou a principal raça do país por 50 anos. No entanto, na década de 60, uma severa seca no Nordeste reduziu drasticamente o plantel.
Versátil, o boi guzerá voltou a se multiplicar. Atualmente, o rebanho conta com mais de 450 mil animais registrados na Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), o que corresponde a 4% do total de zebuínos do país.
Características do guzerá
O guzerá tem como ponto forte a facilidade de se desenvolver em condições adversas. Não é à toa que o rebanho sempre foi numeroso na região Nordeste, mesmo em áreas de seca. O animal tem chifres compridos com formato de lira e pelagem que varia do cinza claro ao escuro. São características raça guzerá:
- Baixo peso ao nascer (30kg os machos e 28kg as fêmeas), como a maioria dos zebuínos
- Bom ganho de peso (1kg por dia em confinamento)
- Boa produção de leite
- Rusticidade
- Baixo custo na criação e tratamento
- Longevidade
Além de ótima adaptabilidade ao clima brasileiro, este zebuíno mostrou ter boa tolerância a insetos, resistência a doenças, longevidade e habilidade maternal, especialmente em cruzamentos com as raças taurinas. Além disso, o temperamento do animal é considerado dócil.
Cruzamentos do guzerá
O cruzamento com outras raças zebuínas e europeias deu ao zebu guzerá papel de destaque no cenário da pecuária nacional. A partir da cruza com o gado nelore, originou o guzonel, muito valorizado pela pecuária de corte. Já o acasalamento com o holandês resultou no guzolando, que se destaca bela grande quantidade de leite que produz.
Por serem precoces e híbridos (resultado do cruzamento de dois zebus), os bois da raça guzonel são cada vez mais procurados por criadores. De acordo com a Associação dos Criadores de Guzerá e Guzolando Brasil (ACGB), os bezerros desmamam com cerca de 55% do peso necessário para o abate, o que encurta o ciclo de produção e gera mais lucro para o produtor.
O guzolando também atinge bons resultados, uma vez têm a capacidade de se manter férteis e produzir leite por um longo período de tempo. As fêmeas produzem tanto leite quanto as vacas holandesas, no entanto sua criação é bem mais barata.
O gado guzerá também serviu como base para a formação de outras raças brasileiras, como indubrasil, tabapuã, pitangueiras, e lavínia. A espécie também contribuiu para a formação do brahman.
Leite do gado guzerá
Para a pecuária leiteira, o guzerá é lucrativo não só pela quantidade de leite produzido, mas também pela qualidade. Pesquisas mostram que, a vaca guzerá produz um leite que dificilmente causa alergia ao ser humano, além de conter uma baixa contagem de células somáticas.
Preço do guzerá
Um touro guzerá pode custar até R$ 60 mil em leilões. Por outro lado, o custo de criação e tratamento é baixo graças ao alto grau de rusticidade do animal.