O Barter e as facilidades nas negociações para os produtores
O Barter foi pensado e desenvolvido para facilitar a vida, principalmente, dos produtores. Essa troca sem presença de meios monetários possibilita que o produtor possa adquirir novos produtos agropecuários, apenas pagando com aquilo que já produziu.
No Brasil, o Barter é muito realizado e comandado por várias companhias. Este pagamento garante muitas vantagens ao produtor e ao cliente, fazendo com que eles não tenham prejuízos com as trocas. Além disso, a variedade de produtos a serem negociados é grande.
O que é barter?
Barter – ou operação Barter – vem do inglês e significa ‘troca’. No agronegócio, Barter consiste no pagamento pelo insumo por meio da entrega do grão no período de pós-colheita, sem a presença de algum tipo de valor monetário. Em outras palavras, funciona como um procedimento de financiamento de safra.
Consiste na troca de insumos, como, por exemplo:
- Sementes;
- Fertilizantes;
- Defensivos;
- Agroquímicos, entre outros.
Por produtos agropecuários, como, por exemplo:
- Café;
- Soja;
- Algodão;
- Açúcar;
- Milho, entre outros produtos após a colheita.
Companhias de Barter no Brasil
No Brasil, o Barter é oferecido por diversas companhias em troca dos grãos que serão colhidos posteriormente. Entre as principais companhias estão:
- Bayer;
- FMC;
- CHS;
- Monsanto;
- Pioneer;
- Adama;
- Syngenta;
- Bunge;
- Cargill;
- Archer Daniels Midland.
A operação de Barter é utilizada no Brasil desde a década de 90. Seu principal intuito é proteger o produtor, para que ele consiga pagar o que foi adquirido e possa realizar a travação dos insumos para a safra. Sendo assim, essa forma de pagamento é realizada com o que o produtor produz.
Como funciona a operação de Barter?
O Barter foi criado para que as negociações entre empresas de insumos e produtores fossem facilitadas. Não há uma regra específica nas trocas, e a negociação é feita com foco total nos produtos. Por exemplo, um número X de sacas de commodities equivalem a uma quantidade Y de fertilizantes, e assim por diante.
O mercado pode girar em torno de 30% a 40% em Barter de acordo com o commoditie. No café e na soja, por serem práticas mais tradicionais e antigas, este percentual pode ser maior.
Essa negociação é muito procurada pelos produtores, além de ser muito atrativa. Ela proporciona facilidade ao produtor porque ele fica livre da alteração de commoditie, já que o preço ficava travado pela venda antecipada.
Todo este processo é feito com as empresas fornecedoras de insumos, que agem em parceria com tradings e outras consumidoras de grãos; como as indústrias processadoras de alimentos, por exemplo, que são interessados finais na troca. As etapas são, basicamente:
- Produtor: que tem ou terá o produto para entregar na negociação pela troca por insumos;
- Fornecedor de insumos: que quer vender as sementes, os agroquímicos e os fertilizantes, por exemplo;
- Consumidor de grão (ou trading): que tem interesse em promover grãos para consumo ou comercialização.
Vantagens da operação Barter
- Negociação travada: isso impede a alteração no preço das commodities e dos produtos;
- Redução de problemas com a armazenagem de grãos utilizados para troca: o cliente já tem comprador para o produto e local para realizar a entrega;
- Melhoria das condições de pagamento: o valor é pago com o que o produtor irá produzir, além de o preço já estar fixo;
- Aumento da liquidez: o dinheiro está disponível para o produtor, pois a negociação envolve a compra dos insumos até a entrega dos grãos;
- Diminuição dos riscos: produtor e cliente estão protegidos contra mudanças cambiais, de preços e juros de commodities.
Diferença de Barter e escambo
O Barter é diferente do escambo porque nele as operações têm a liquidação financeira feita diretamente pela parte interessada nos produtos que estejam com seu preço fixo ou preço mínimo. Diferente do escambo, que envolve apenas uma simples negociação de troca.