Azeite e os segredos por trás deste popular óleo
O azeite é muito presente nas dietas mediterrâneas e em culinárias de diferentes partes do mundo. Sua utilização é histórica, ajudou povos, foi base de economia, auxiliou em processos medicinais, terapêuticos, religiosos e, principalmente, no ramo alimentício.
Azeite é um dos óleos com maior quantidade de nutrientes e benefícios para a saúde, pois reduz as possibilidades de complicações no coração e outras inúmeras doenças. Sua utilização pode ser combinada com os mais variados pratos e ainda é possível escolher com o tipo ideal para cada finalidade.
O que é azeite?
Azeite é um tipo de óleo produzido a partir da extração da azeitona, fruto fornecido pela árvore oliveira. Este produto alimentar é muito utilizado como tempero nas comidas e trata-se de um alimento usado há milhares de anos, com uma grande história e importância por trás. Ele é um clássico da culinária contemporânea e muito presente na dieta mediterrânea.
Este óleo proporciona, além do aroma e do sabor peculiares à comida, grandes benefícios para a saúde; como, por exemplo, melhora na digestão e controle de algumas doenças. Por outro lado, também auxilia na prevenção de oxidações biológicas, reduzindo a formação de radicais livres.
Aproximadamente 95% da produção mundial de azeite é de origem da região mediterrânea, por conta das condições climáticas serem adequadas ao cultivo das oliveiras.
De onde vem o azeite?
A origem da oliveira está associada à Era Terciária, antes mesmo do surgimento do homem, situando-se na Ásia Menor, Síria e Palestina. Nessas regiões foram descobertos alguns sinais de instalações de produção de azeite e resíduos de vasos, com datas remetendo à Idade do Bronze. No entanto, em toda a região mediterrânea fósseis das folhas de oliveira foram encontradas, datadas do Neolítico e Paleolítico.
Em Creta, especificamente no Palácio de Cnossos, foram encontrados depósitos com grandes vasos de cerâmica usados para armazenar azeite. Na época, a base econômica da ilha era a olivicultura, que realizava a exportação por toda a região mediterrânea. O povo cretense fazia uso do óleo não apenas na alimentação, mas também como ofertas religiosas e método terapêutico. Após isso, cartagineses e fenícios começam a controlar o comércio.
Na Grécia, a oliveira era responsável por representar o símbolo de sabedoria e paz. Devido isso, Sólon – um dos sete sábios da Grécia antiga – estabeleceu a primeira lei de proteção à oliveira, proibindo o corte da árvore e a exportação de qualquer produto que não fosse o azeite.
Regras para o plantio também foram criadas. Os gregos utilizavam o azeite na medicina, na iluminação, como lubrificantes para armas, em perfumes e no culto aos mortos. Já no século VIII a.C. esse povo foi responsável por introduzir a árvore na Itália.
Origem do azeite
No Império Romano, antes mesmo do azeite ser disseminado, o óleo de oliva foi responsável por um derrota dos romanos. Histórias dizem que foi graças ao óleo de azeite que Aníbal – denominado general de Cartago – venceu a batalha do rio Trébia, em 218 a.C.
O general mandou que todos de sua tropa passassem o azeite pelo corpo para se protegerem do frio. Dessa forma, os cavaleiros foram enviados ao acampamento romana como meio de provocação. Ao atravessarem o rio, que por sinal estava muito gelado, os romanos chegaram fracos e foram derrotados, pois, diferente dos cartagineses não estavam o azeite de oliva sobre o corpo.
Depois do acontecido, a olivicultura tornou-se um dos principais comércios no Império Romano. Expandiu-se pelo norte da áfrica, sul da França e península Ibérica. Neste mesmo período algumas tecnologias já estavam aperfeiçoadas, então foram escritas obras de agronomia em prol do cultivo. Os “negotiatores olearii” eram os únicos que podiam negociar, a “arcam olearia” era onde o comércio era realizado.
Durante o século XIV, grande parte da população europeia foi morta pelas epidemias de peste. Por outro lado, algumas mudanças foram causadas na agricultura por conta de alterações climáticas no continente. Assim, a olivicultura ficou concentrada na região Mediterrânea, que possuía um clima mais adequado. As oliveiras foram espalhadas pela Itália e nos séculos seguintes o cultivo foi evoluindo. Assim, foi mais tarde levada para as Índias Orientais e para a América.
Produção do azeite
Para que 250 ml de azeite sejam produzidos são necessárias de 1300 a 2000 azeitonas. Ele deve ser produzido por meio de métodos mecânicos e de temperatura, com processos modernos de extração (variação de temperatura e pressão). Todos os tipos de azeite são classificados de acordo com o processo de produção:
- Azeite virgem: por meio de processos mecânicos. Pode ser do tipo extra, virgem ou comum. Sua ácida máxima é de 2%.
- Azeite refinado: por meio da refinação do óleo virgem, que apresenta alta acidez e defeitos que são eliminados no processo de refinamento.
- Azeite extra virgem: não pode apresentar defeitos e nem passar de 0,8% de acidez.
- Azeite comum: por meio da mistura do azeite lampante que não propício ao consumo, feito através da prensagem das azeitonas.
Nutrientes do azeite
O óleo é composto por:
- Gorduras: 73% monoinsaturadas, 14% saturadas e 10% poli insaturadas;
- Ácidos: oleico, linoleico (também conhecido como ômega 6) e ácido linolênico (também conhecido como ômega 3);
- Vitaminas: E e K;
- Compostos: oleocantal e oleuropeína.
Benefícios do azeite
O uso do azeite traz inúmeros benefícios para quem o consome, muitas doenças são controladas a partir dele. Tanto o azeite de dendê quanto o de oliva têm alto potencial nutricional. Um azeite de qualidade auxilia na saúde do coração mantendo-o jovem, prevenindo infartos e hipertensão arterial. Ele também é responsável por reduzir os níveis de colesterol ruim (LDL) e aumentar os níveis do colesterol bom (HDL).
O óleo é também responsável pela construção muscular, participa do processo direto de síntese muscular, além de ser grande fonte energética para quem realiza atividades físicas, melhora o desempenho e o metabolismo.
Ele ajuda também na perda de peso, reduz os riscos de desenvolvimento da diabetes tipo II, ajuda na prevenção ao câncer e a osteoporose. Estudos indicam que este alimento é muito recomendado para a saúde mental, pois reduz os risco de depressão. Além disso, ele tem efeito anti inflamatório, tem ação antioxidante, proporciona saúde à pele, além de maciez, hidratação, rigidez e repara danos.
Por fim, além de todos esses benefícios, foi realizado um estudo em camundongos que mostrou que o uso do azeite tem capacidade suficiente para diminuir os riscos de doenças como o Alzheimer.