Pecuária

O uso da bruaca nas primeiras formas de comercialização

O uso da bruaca nas primeiras formas de comercialização

A utilização da bruaca além da comercialização

Importante no carregamento e deslocamento de cargas, a bruaca auxílio pequenos comerciantes durante os percursos de comercialização entre as pequenas cidades.

De forma geral, a bruaca é utilizada não só para carregar mercadorias, mas sim como companheira de viagem entre os tropeiros e mascastes espalhados pelo Brasil.

Bruaca: bolsas de couro

O que significa bruaca?

O significado de bruaca consiste em uma espécie de bolsa produzida utilizando couro cru com tiras de couro nas laterais. As bruacas eram utilizadas especialmente em mulas e burros, formando um tipo de utensílio usado para transportar cargas durante o deslocamento de animais.

Antigamente, quando as estradas ainda não haviam sido construídas, as bruacas eram manuseadas pelos tropeiros e mascates. Os principais utensílios leves carregados pelos mascastes na bruaca eram:

  • sedas;
  • tecidos;
  • perfumes;
  • porcelanas.

O percurso dos tropeiros

Tropeiros – ou bruaqueiros – eram as pessoas que conduziam cavalos ou muares percorrendo áreas extensas, levando mercadorias e gados. Famosos entre os séculos XVII e XX, os tropeiros percorriam por todas as regiões dos países.

Durante o percurso, os tropeiros alojavam-se em alguma terra e criavam pequenos povoados. Essas pausas aconteciam, principalmente, para descanso dos tropeiros e pastoreio do gado. Além disso, as mercadorias, que eram carregadas nas bruacas, podiam ser trocadas entre os moradores do povoado.

Os tropeiros foram importantes para o desenvolvimento das regiões. Assim, passaram a fazer integração cultural e econômica entre os povos, além de auxiliarem na construção de cidades e pequenos vilarejos. As principais cidades criadas a partir das atividades dos tropeiros foram:

  • Taubaté – SP;
  • São Vicente – SP;
  • Sorocaba – SP;
  • Santana da Parnaíba – SP;
  • Cruz Alta – RS;
  • Viamão – RS;
  • Castro – PR.

As bruacas eram essenciais para os tropeiros uma vez que ajudavam no transporte de mercadorias, já que eram utilizadas para guardar utensílios leves e objetos que não poderiam ser amassados. Portanto, o termo “bruaqueiro” originou-se justamente pela fato dessas pessoas usarem as bruacas nos lombos dos animais para transportar as cargas.

As principais mercadorias transportadas eram:

  • vinagre;
  • vinho;
  • peixe;
  • biscoito;
  • manteiga;
  • queijo;
  • salame;
  • farinha;
  • gengibre;
  • algodão;
  • carne seca, etc.

Atividades dos mascastes

Bruaca: utilizada no transporte de cargas

Diferente dos tropeiros, os mascastes eram pessoas que possuíam três animais (no máximo) e faziam comercialização das mercadorias de porta em porta nas fazendas. Assim, os mascates eram caracterizados por pessoas que vendiam os produtos em regiões que eles não eram produzidos.

Antigamente, eles carregavam os produtos para fora das grandes cidades, percorrendo extensas estradas e ruas. Então, as mercadorias transportadas eram, geralmente, produtos leves para que pudessem ser colocados dentro da bruaca de couro e carregados pelos animais.

Além disso, os mascates foram importantes pela inserção de inovações para a comercialização popular, como, por exemplo, atividades de rotatividade, alta comercialização, liquidação e promoções. Entretanto, somente cidades interioranas e fazendas cafeeiras eram visitadas, porém, ao desenvolverem-se financeiramente, começaram a visitar outras regiões e comercializar outros tipos de produtos, como, por exemplo:

  • tecidos;
  • roupas;
  • bijuterias.

Portanto, é notório que a utilização da bruaca não baseia-se apenas na possibilidade de carregar tais mercadorias. O uso da bruaca também foi importante em décadas antigas e nos métodos de comercialização de pequenas cidades. Tropeiros e mascates a utilizaram além de propagar a importância, de forma despretensiosa, das vantagens da bruaca no carregamento de utensílios e objetos a serem comercializados.

ACESSO RÁPIDO
    Mayk Alves
    Fundador do Portal Vida no Campo e Agro20, Mayk é neto de Lavradores. Desde cedo esteve envolvido com as atividades do campo e, em 2014, uniu sua paixão pela comunicação com o tradicionalismo do campo. Tem como missão levar informações sobre o agronegócio de forma dinâmica, interativa e sem filtros.

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