Também conhecida como aborto infeccioso, a brucelose bovina é uma das principais causas de aborto e infertilidade em vacas
Toda zoonose é de grande relevância para a saúde pública. Entretanto, no caso da brucelose bovina pode significar grandes prejuízos.
Mesmo com um maior controle da doença, erradicada em algumas regiões, sua ocorrência ainda é grande em países em desenvolvimento. No Brasil, a brucelose bovina é uma preocupação para o produtor rural: importante causa infecciosa de aborto em animais.
O que é brucelose bovina?
A brucelose bovina, também chamada de Febre de Malta, é uma doença infectocontagiosa provocada por bactérias do gênero Brucella. Por isso, o nome. A aquisição de bovinos infectados é o meio mais comum de introdução da brucelose em um rebanho saudável. A bactéria fica alojada dentro do útero, placenta, úbere ou testículos desses animais.
Assim sendo, animais sexualmente maduros como vacas prenhas, são mais suscetíveis à doença. O mesmo vale para bezerros que não adquirem a doença dentro do útero, mas ao ingerir leite de vacas contaminadas. Esses filhotes só devem manifestar os sintomas da brucelose bovina quando atingirem a maturidade sexual.
Já a transmissão da brucelose acontece por via oral. Em outras palavras, quando um bovino sadio lambe a genitália de uma fêmea doente ou ingere alimentos contaminados. Um de seus principais desafios é que pode se alojar dentro das células de defesa do organismo, dificultando seu controle.
Sintomas da brucelose bovina
Entre os principais sintomas da brucelose bovina está o aborto, que tem uma ocorrência maior após a primeira infecção.
Além disso, outros sinais característicos da doença são a redução da fertilidade, corrimento vaginal, inflamação das articulações, nascimento de bezerros fracos, retenção de placenta e queda da produção de leite.
Diagnóstico da brucelose bovina
Para confirmar o diagnóstico da doença é necessário contatar um médico veterinário habilitado para fazer exames sorológicos. Um procedimento que deve ser repetido toda vez que foram adquiridas fêmeas com 24 meses ou mais de idade. E também em machos com idade igual ou superior a oito meses.
Formas de controle da brucelose bovina
Antes de falar sobre as medidas de controle da enfermidade é importante saber que a brucelose bovina é grave e não tem cura. Dessa forma, pode ser fatal para até 75% do rebanho.
O principal desafio para evitar a proliferação da doença é que animais infectados eliminam a bactéria pelos testículos e vulva. Por isso, o método mais eficaz de controle é a vacinação – em fêmeas de três a oito meses de idade.
Confira outras orientações para controlar e prevenir a doença no rebanho:
- desinfecção do material que teve contato com o feto abortado, com cal ou creolina
- eliminação dos bovinos que reagiram positivamente aos testes sorológicos
- envio de materiais resultantes de aborto para laboratório e enterro do que sobrar
- exames diagnósticos periódicos em todo o rebanho pelo menos uma vez ao ano
- isolamento das fêmeas que abortaram
- repetição do exame entre bovinos que apresentam os sintomas da doença, após a realização do primeiro
Outro ponto de atenção é verificar o certificado de vacinação desses animais antes de adquiri-los. A Guia de Trânsito Animal (GTA) só é liberada com a apresentação de atestados de exames negativos para a brucelose bovina.