Meio Ambiente

Caducifólia: o que é e onde se pode encontrar no Brasil

Caducifólia: o que é e onde se pode encontrar no Brasil

Uma curiosidade sobre a caducifólia é que, quem não conhece sobre as plantas pode olhar para as árvores e achar que estão mortas, ou doentes. Porém, o ato de perder todas as folhas é uma característica comum da vegetação caducifólia, e se repete todos os anos.

A planta caducifólia geralmente perdem suas folhas no início do inverno. Um famoso exemplo de planta caduca é a árvore Maple, símbolo do Canadá. Sua folha está na bandeira, em camisetas e produtos turísticos do país – é, então, um orgulho nacional. No Brasil, a árvore é conhecida como Bordo.

  1. O que são caducifólias?
  2. Onde encontrar caducifólias no Brasil?
  3. Espécies de plantas caducas
  4. Plantio de caducifólia
  5. Florestas temperadas, decíduas ou caducifólias?
  6. Por que as caducifólias perdem a folhagem no inverno?
  7. Vegetação caducifília no Brasil
  8. Caducifólias no paisagismo
  9. Outros tipos de vegetação
  10. Importância da botânica

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O que são caducifólias?

vegetação caducifólia existe em diferentes lugares do mundo, suas espécies estão espalhadas pela América, Europa e Ásia. São plantas que perdem totalmente as suas folhas durante determinado período, geralmente nos meses mais frios do ano.

Também conhecidas como plantas caducas ou decíduas, as folhas destas árvores nascem novamente na próxima estação do ano – normalmente no início da próxima estação. E assim completam o seu ciclo, ano após ano.

Perder as folhas, então, é um processo natural das caducifólias – geralmente elas ficam só com os galhos. Elas fazem isso para que possam armazenar água durante determinado período, já que a evaporação das plantas acontece através das folhas.

Onde encontrar caducifólias no Brasil?

O Brasil também tem algumas plantas caducas, algumas espécies podem ser encontradas na caatinga, por exemplo. Uma característica interessante das plantas é que elas perdem as folhas na estação das secas, ao contrário do que acontece com a árvore caducifólia em países frios.

Durante estes períodos, a imagem da caatinga geralmente é de plantas secas e com espinhos. Entretanto, basta iniciar a estação das chuvas que as espécies ficam verdes novamente.

O cerrado também é um bioma onde algumas espécies de caducifólias podem ser encontradas. Porém, ao contrário da caatinga, as plantas do cerrado não trocam suas folhas juntas, ao mesmo tempo. Assim, cada espécie perde suas folhas em determinado período.

Por isso o cerrado é chamado de vegetação semicaducifólia: pois cada planta caduca em determinado tempo, independente das outras espécies que vivem ao seu redor.

Espécies de plantas caducas

  • Jabuticabeira: nativa da Mata Atlântica. Suas frutas, as jabuticabas, nascem presas ao tronco e galhos da árvore. Se você não tiver espaço, entretanto, elas não são aconselháveis pois podem chegar a 15 metros de altura.
  • Cerejeira: é muito popular devido à qualidade de sua madeira e seus frutos. Com folhas pequenas e flores brancas, uma das espécies mais conhecidas no Brasil é a Cerejeira Silvestre.
  • Figueira: muito resistente a climas secos, a árvore é bastante conhecida em território nacional. O figo, seu fruto, pode ser consumido em compostas, doces e bolos, assim como na produção de bebidas.
  • Amoreira: a espécie se desenvolve muito bem no Brasil, abundante na produção de frutos. As amoras são de coloração bordô (chegando a roxo), muito usadas para produção de geleias e doces.

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Plantio de caducifólia

Se quiser fazer o plantio de uma caducifólia, vale à pena pensar no local antes. Árvores com esta característica podem ser prejudiciais se ficarem muito próximas a alguns locais, como bueiros, calhas ou piscinas, pois suas folhas podem entupir facilmente as tubulações.

Florestas temperadas, decíduas ou caducifólias?

As florestas temperadas são conhecidas por duas denominações: caducifólias e decíduas. Mas por que recebem esses nomes e o que eles significam?

Os nomes estão relacionados a uma característica dessas florestas que, em determinado período do ano, sofrem uma perda, mas que sem ela não seria possível causar uma bela transformação.

Já comentamos sobre ela e também demos o significado de caducifólia, mas, vale reforçar neste tópico.

Estamos falando das quedas das folhas das árvores desse tipo de floresta para o nascimento de outras no começo da primavera.

No outono começa o processo de mudança da coloração dessas folhas. Elas ficam vermelhas, amarelas ou laranjas. Isso, sem dúvida, confere um colorido todo especial à vegetação. No inverno, as folhas caem.

”Caducifólia” se refere a plantas que caducam. Ou seja, envelhecem e caem.

E “decídua?”

Decídua é um termo usado na biologia para se referir a algo que cai ou se desprende durante a fase de desenvolvimento. Por exemplo, dente. Dente pode cair como parte do processo de desenvolvimento definitivo da arcada dentária. Tanto que se usa a expressão “dente decíduo”.

Na natureza, um grande exemplo são justamente as folhas das árvores que caem como parte do ciclo de desenvolvimento para depois se renovarem.

Assim, caducifólias e decíduas são a mesma coisa.

Por que as caducifólias perdem a folhagem no inverno?

As árvores caducifólias começam a perder suas folhas no outono e definitivamente no inverno como estratégia de autopreservação. Ou seja, para sobreviver ao período rigoroso de temperaturas baixas.

No outono, os dias são mais curtos e isso serve de sinal para as árvores de que o inverno se aproxima. Com os dias mais curtos, a incidência de sol diminui consequentemente, fazendo as folhas reduzirem a absorção de raios solares.

A primeira consequência da diminuição do sol: redução da produção de uma substância vital chamada de clorofila. Ela é responsável pela produção de gás carbônico e pela transformação em carboidratos. Os carboidratos são usados para gerar energia às plantas.

Ou seja, menos sol, menos gás carbônico, menos carboidratos, menos energia. Logo as folhas começam a cair.

Mas qual seria a vantagem da árvore de ter suas folhas caindo e como elas conseguem sobreviver perdendo suas folhagens?

Como dito, a vantagem é estratégica. Para se proteger do frio. Mas, como faz isso? Com menos folhas em seus galhos (na verdade, com nenhuma). A árvore pode concentrar toda sua energia para se manter aquecida, para manter o seu tronco e raiz aquecidos, evitando, dessa forma, sua extinção.

Portanto, resumindo, as árvores começam a mudar de coloração durante o outono devido à redução dos dias e, consequentemente, dos raios solares. A produção de clorofila se reduz, o que acaba afetando sua coloração e sua carga de energia.

As folhas caem de vez no inverno, pois dessa forma a árvore economiza no gasto de energia, concentrando somente para se manter aquecida durante o período de temperaturas mais baixas no ano.

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Vegetação caducifólia no Brasil

A vegetação caducifólia forma-se em regiões de clima temperado. Ou seja, regiões em que sejam notáveis todas as estações do ano, mas com invernos rigorosos, além de chuvas regulares durante o ano.

No Brasil, as regiões que se destacam na concentração de vegetação caducifólia são o cerrado e a caatinga.

As espécies vegetais mais comuns desse tipo de floresta são:

  • Carvalho;
  • Castanheiro;
  • Nogueira;
  • Choupo;
  • Olmo;
  • Faia;
  • Castanheiro;
  • Tília.

Certamente, as espécies que mais se destacam em florestas caducifólias são as arbustivas.

Na sua composição original, a caducifólia ocupava quase todo o território europeu. Vastas áreas foram reduzidas sensivelmente com a exploração humana e o desenvolvimento da sociedade.

A vegetação caducifólia também foi muito presente no litoral nordeste dos EUA e no sudoeste do Canadá.

Contudo, sofreram o mesmo processo de exploração e degradação e tiveram suas áreas reduzidas significativamente com o decorrer dos anos.

Atualmente, as áreas com árvores caducifólias contam com rigorosa fiscalização para preservá-la, para mantê-las livre da exploração desmedida do homem e assim preservar sua riqueza, suas características.

O mantimento das plantas caducifólias é importante para sustentar o equilíbrio ambiental e também preservar oportunidades de descobertas.

Quais segredos esse tipo de floresta oculta? Quais plantas, animais, insetos, qual conjunção de fatores propiciam algo de valor para o homem?

Não sabemos, mas é certo que ainda há muitas coisas a se descobrir na natureza, muitas riquezas a se investigar e ainda não descobertas que, sem dúvida, têm potencial de ajudar a humanidade.

Por isso, é importante manter preservadas essas áreas para não se correr o risco de perder grandes oportunidades.

Caducifólias no paisagismo

Você também pode usar espécies caducifólias no paisagismo. Apresentaremos algumas dicas a seguir.

A primeira delas: plantá-las na face norte e oeste. Isto é, quando em climas subtropicais e temperados. Plantando em tais lugares, garante-se a entrada de mais luz do sol no inverno.

Outra dica é plantar em locais que permita a passagem de luz no inverno e forneça um bloqueio natural do sol no calor. Essa dica vale principalmente para locais de passeios.

No entanto, você precisa ter alguns cuidados na hora de planejar e pensar o local do plantio. Um deles mira-se em evitar o plantio em áreas próximas a bueiros, pois suas folhas podem entupi-los facilmente.

A mesma lógica se aplica para calhas e piscinas. Não se deve esquecer que as folhas desse arvoredo caducam ao menos uma vez por ano e serão arrastadas a algum lugar.

Usar plantas caducifólias em jardins, sem dúvida, é uma boa pedida. Principalmente no outono, pois, nessa época, como já bem sabe, começa a mudar de cor e a cair.

O resultado: forma-se um tapete de folhas coloridas no jardim. Dependendo de onde forem plantadas, marcam a entrada ou a saída do local.

Essa vegetação também tem a utilidade de marcar a passagem do tempo, das estações, bastando apenas conferi-las no jardim. Sua variedade e misturas de cores proporcionam efeito visual muito interessante em qualquer ambiente aberto.

Outros tipos de vegetação

Em relação aos tipos e comportamentos das folhas, as vegetações possuem outras três características. Vejamos a seguir.

  • Vegetação aciculifoliada

A vegetação aciculifoliada aparentemente não parecer ter relação com a caducifólia, pois é mais comum em regiões de clima frio. Portanto, o oposto do primeiro tipo, pois, como explicado, as árvores caducifólias perdem suas folhas justamente no inverno.

Mas o lado adverso, oposto, não deixa de ter alguma relação porque, já diria o velho dito, os opostos se atraem. E é sempre interessante ter acesso a todos os ângulos sobre um assunto.

Muito bem, as folhas aciculifoliadas permanecem firmes nos galhos de suas árvores pela maior parte do ano, pois conseguem resistir ao inverno. Como sabido, o inverno se trata do período mais longo do ano.

Elas conseguem resistir ao clima hostil devido as seus formatos de “agulha”. Ou seja, folhas de formato de espeto que fazem a neve escorrer até cair. O formato colabora para que a neve não se prenda ou se sobreponha às suas folhas, mas que escorregue após tocá-las.

As folhas acabam servindo de escorregador e até de trampolim para a neve. Menos neve concentrada nas folhas significa maior capacidade de se manter aquecida.

Os principais exemplos desse tipo de vegetação são os pinheiros e os abetos.

Encontra-se a vegetação em regiões como Floresta Boreal, Taiga e Mata das Araucárias. Árvores da espécie costumam ser grandes fornecedoras de madeira.

As áreas em que se localiza vegetação do gênero precisam fornecer condições de adaptação das folhas por causa da temperatura.

Outra característica da espécie se trata do fato de suas folhas reduzirem o consumo de água durante o período de verão.

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  • Vegetação latifoliada

E o que dizer da vegetação latifoliada? Certamente, um de seus maiores atributos se trata do tamanho de suas folhas. Grandes, grandes folhas. Aliás, tamanho que proporciona uma transpiração intensa.

Ela é típica de regiões de clima tropical úmido e equatorial. Não à toa é a vegetação que predomina na Floresta Equatorial no norte do país. Também se destaca na floresta tropical quente e úmida.

Um grande exemplo de vegetação latifoliada e muito comum na Floresta Amazônica se trata da seringueira.

E o que significa transpiração intensa? E qual vantagem é capaz de proporcionar às plantas?

Como bem sabe, o ato de transpirar tem como efeito expelir líquido do corpo, retirar o excesso de água.

Mas, no caso da vegetação latifoliada, a importância da transpiração vai além disso. Ela também serve para acelerar o transporte da seiva bruta. Essa substância é rica em nutrientes que beneficiam da raiz às folhas.

Outro detalhe a se destacar é que o volume adequado de água em um organismo vegetal ajuda a manter a temperatura equilibrada.

Isso contribui para um melhor desenvolvimento. A transpiração evapora a água e isso tem como consequência clara a liberação de energia. Ou seja, a liberação de calor.

  • Vegetação perenifólia

Agora, um verdadeiro contraste com as plantas caducifólias é a vegetação perenifólia. Outro nome pelo qual é conhecida é vegetação perene. Isso dá uma dica de um dos seus principais atributos e que contrasta com a vegetação perenifólia.

Ao contrário da caducifólia, suas folhas permanecem um ano inteiro. Isto é, elas não caem no outono ou inverno. Elas não caem, massivamente, em época nenhuma, pois se mantêm firmes nos galhos por ciclos inteiros. São perenes, duráveis, contínuas.

A espécie conta com algumas variedades. A mais conhecida e exótica é a que ocasiona o fenômeno da semi-perenialidade.

A semi-perenealidade se trata do caso em que as folhas antigas perdem a folhagem, mas por um curto período de tempo. Ao mesmo tempo da queda, inicia-se o crescimento de nova folhagem.

Outra ocasião de queda e reposição muita rápidas ocorre com espécies do tipo que se comportam como caducifólias em estações rigorosas, como inverno ou verão.

A importância da botânica

A botânica tem papel fundamental para o estudo, entendimento e preservação do ambiente. Ela se trata do ramo da biologia que estuda organismos vegetais como fungos, plantas e algas.

A botânica se debruça no estudo da morfologia desses organismos, assim como na classificação, reprodução e identificação.

Outros de seus focos estão na fisiologia, relações mútuas e na distribuição desses seres pelo planeta.

O termo “botânica” tem origem grega e seu significado é “referente às plantas”. Essa área do conhecimento tem várias utilidades.

Em primeiro lugar, serve para alertar o homem sobre os perigos de algumas espécies. Portanto, é um recurso necessário para garantir a sobrevivência.

Em segundo lugar, se serve para alertar dos perigos, também serve para indicar quais espécies são favoráveis à nossa saúde.

Em terceiro lugar, não por ordem de importância, mas apenas para enumerar a utilidade da área, a possibilidade de criação de remédios. Muitas plantas servem como princípio ativo para o desenvolvimento de medicamentos.

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Curiosidades sobre a botânica

O pai da botânica atende por Teofrasto, um filósofo da Grécia Antiga. Ele é o autor de tratados que foram de grande importância para o que viemos conhecer como botânica.

Sem dúvida, duas de suas principais obras são “História das Plantas” e “Sobre as Causas das Plantas”. Isso porque essas obras serviram de referência, anos mais tarde, para pesquisadores botânicos, sendo usadas como referência até a época do Renascimento.

Um lugar para se conhecer mais do mundo das plantas são os Jardins Botânicos. Nesses locais, se expõe uma grande variedade de plantas. Espécies do mundo todo ou então focadas em determinadas espécies.

Os Jardins Botânicos estão espalhados por várias cidades, algumas delas, em regiões diferentes. Contudo, o mais comum é que estejam em regiões centrais junto a eventos culturais e outras atividades de entretenimento.

Os jardins botânico têm grande importância, por exemplo, para despertar o interesse do público para o assunto.

Para encerrar este artigo sobre caducifólia, a curiosidade final mostra que a maior árvore do mundo se chama sequoia e chega a medir 110 metros de altura. Em contrapartida, a menor árvore, salgueiro-anão, mede cerca de 4 cm.

ACESSO RÁPIDO
    Joana Gall
    Joana Gall é técnica em agropecuária pelo Instituto Federal Catarinense e atua na pesquisa sobre as mulheres rurais de Camboriú, em Santa Catarina.

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