Chocolate já foi bebida exclusiva da nobreza
O cacau se caracteriza por ser a matéria-prima principal do chocolate. O produto é fabricado por intermédio da moagem e torra da amêndoa seca do cacau.
Em suma, esse processo pode ser tanto caseiro quanto industrial. Outros subprodutos derivados do chocolate abrangem o sorvete, a geleia, a polpa, os destilados e o suco.
O que é chocolate?
Chocolate é um alimento produzido a partir da semente do cacaueiro, isto é, do cacau.
O cacaueiro é oriundo da Bacia do Rio Amazonas, sendo, portanto, nativo da América do Sul. Dessa forma, as árvores crescem apenas em outras regiões tropicais como, por exemplo, América Central, Caribe, Indonésia e África.
Cacau
À medida que as vagens amadurecem, elas se transformam em vários tons de laranja, amarelo e vermelho. Além disso, há entre trinta e cinquenta sementes, cada uma do tamanho de uma azeitona, dentro de uma vagem.
As sementes são cercadas por uma polpa branca leitosa, também chamada de manteiga de cacau.
História do cacau
Em 250-900 d.C., os maias notaram uma árvore selvagem (cacaueiro) ocupando florestas tropicais na América do Sul. Assim, o povo maia descobriu que ela poderia ser cultivada. Eles fermentavam, assavam e moíam o grão, semelhante ao que fazemos hoje.
Entretanto, os maias não tinham uma fábrica Willy Wonka com máquinas para produzir uma variedade de subprodutos. Em vez disso, desfrutavam do chocolate como bebida, com grão moído, água, baunilha, pimenta preta e fubá. Para adoçar a bebida (conhecida como “água de gosto amargo”), era adicionado o mel.
Para os maias, o cacau era uma coisa valiosa. Não era consumido regularmente, mas frequentemente usado como parte da tradição e rituais.
O cacau também foi usado como forma de moeda e ingerido pela “elite” da época. A revolução industrial mudou a experiência da população com os chocolates. A prensa de cacau foi inventada em 1828 para separar o chocolate, isto é, a manteiga de cacau do cacau em pó.
Entre 1875 e 1894, os nomes como Nestlé e Hershey’s se tornaram mais populares com o desenvolvimento de chocolates ao leite e a produção em massa de barras de chocolates em todo o mundo. As empresas especializadas em chocolates, no entanto, só se tornaram uma febre mundial nos anos oitenta.
Como é feito o chocolate?
Sem dúvida, a produção de cacau é trabalhosa. As árvores exigem colheita manual, pois as vagens podem atingir um tamanho comparável ao da abóbora e conter entre 30 e 50 grãos. Além disso, os cacaueiros cultivados em florestas sombreadas podem manter a produção por quase cem anos.
Assim, a fabricação desse produto tão apreciado se inicia quando os frutos do cacaueiro são quebrados, isto é, durante a retirada de suas sementes, que constituem a principal base dos chocolates.
Nessa altura, as sementes ainda possuem um sabor amargo. Afinal, a transformação verdadeira para seu característico sabor adocicado só ocorre nas indústrias. É nas fábricas que a matéria-prima passa pela decomposição, recebendo leite e açúcar.
Em seguida, o produto é agitado e sujeito a diversas alterações de temperatura. No final, o produto é moldado e ganha o formato de barra, para ser então comercializado em mercados.
Tipos de chocolate
De fato, existem diversos tipos de chocolate. Assim, as principais variedades são as que listamos a seguir.
Chocolate amargo
O chocolate amargo não pode conter leite e deve ter no mínimo 35% de cacau. Nesses casos, são chamados de chocolates meio amargo. Seus semelhantes se diferem com base na porcentagem de açúcar. Em geral, o chocolate amargo ideal deve ter 70% de cacau.
Chocolate ao leite
O chocolate ao leite deve ter pelo menos 10% de pasta de chocolate e 12% de leite em pó. Além disso, também tem uma quantia de açúcar maior do que o amargo ou o meio amargo.
Chocolate branco
O chocolate branco não é considerado um chocolate de verdade, pois é feito com manteiga de cacau, açúcar e leite.
Chocolate quente
Em outros tempos, o chocolate quente era uma bebida de uso exclusivo da nobreza. Para adequar às suas preferências, os europeus começaram a adicionar adoçantes e especiarias, chegando à atualidade nas variações que conhecemos hoje.
Chocolate com pimenta
A combinação com pimenta é saborosa, aromática e exótica. A mistura é uma grande inspiração para a culinária do México. Já no Brasil, a iguaria se tornou popular devido a uma novela que levava seu nome. Com um sabor explosivo, o chocolate com pimenta agrada até mesmo os mais exigentes paladares.
Por que o chocolate é tão importante?
Durante anos, as pessoas comiam chocolates por suas propriedades estimulantes. Ou seja, pensava-se que o alimento aumentava a energia, estimulava o desejo sexual e adicionava entusiasmo à vida.
De fato, o chocolate pode ter efeitos no humor das pessoas. A maior parte do chocolate é consumida no inverno, o que sugere que as pessoas costumam usá-lo como uma maneira de combater a melancolia característica da estação.
Além disso, os chocolates também podem melhorar o desempenho cognitivo, de acordo com alguns estudos. O chocolate tradicional é uma das fontes mais concentradas de compostos vegetais antioxidantes naturais, chamados flavonoides.
Mas além de sua importância para a saúde, o cacau também tem valor em termos históricos. Afinal de contas, ele está intimamente ligado ao desenvolvimento do Brasil. De fato, a produção do cacau abrange milhares de propriedades brasileiras.
Sua adaptação se deu bem sobretudo no solo e no clima do sul da Bahia. No Estado baiano, a produção regional de cacau contempla até 95% do total brasileiro. A região é seguida pelo Estado do Espírito Santo, que soma 3,5%, e da Amazônia, que fica com 1,5%.
Em escala mundial de produção de cacau, o Brasil ocupa a quinta posição no ranking global. Ao seu lado no pódio estão Camarões, Nigéria, Gana e Costa do Marfim.
A época de ouro do cacau foi no início da década de oitenta, quando a produção no Brasil ultrapassou as trezentas mil toneladas.
Atualmente, o chocolate derivado do cacau é muito popular no Brasil, sendo consumido tanto na sua forma tradicional quanto na sua variação branca da manteiga de cacau. Não há como negar que é uma delícia, não é mesmo?