Presente no cumaru, planta típica do Brasil, a cumarina possui diversos benefícios
Além de possuir usos medicinais, a cumarina é empregada na indústria de cosméticos e aromatizantes. Desde 1820, quando foi descoberta, mais de 1.300 cumarinas foram encontradas em fontes naturais.
Elas estão presentes principalmente nas plantas verdes e possuem diversas propriedades, de farmacológicas a bioquímicas. A cumarina possui, portanto, diferentes tipos de usos e assume importância econômica para o Brasil.
O que é cumarina?
As cumarinas são lactonas do ácido o-hidroxi-cinâmico. Em 1820, Vogel isolou a 1,2-benzopirona (ou seja, a cumarina) da Dipteryx odorata (nome científico da planta cumaru). A partir de então, as cumarinas passaram a fazer parte das indústrias e do dia a dia das pessoas.
Elas podem ser encontradas em muitos vegetais, mas também estão presentes em determinados fungos e bactérias. Estão nas mais diversas partes das plantas, como raízes, flores e frutos, principalmente das famílias das angiospermas. Como, por exemplo, a Apiaceae, a Rutaceae, a Asteracea, a Graminae e a Orquidaceae. Apesar dessa substância ser sintetizada nas folhas, sua presença é maior nas frutas, depois nas raízes e, então, no caule. Mas as condições ambientais podem alterar os níveis de cumarina em cada região da planta.
Seu cheiro é extremamente forte, com uma fragrância que lembra uma mistura de baunilha, amêndoas, canela e cravo. O odor acentuado fez com que ela fosse comumente utilizada como aromatizante em produtos industrializados.
Antigamente, era amplamente utilizada como aromatizante presente em alimentos. Mas seu uso foi proibido por possuir toxidade hepática em alguns compostos. Então, passou a ser empregada na composição de produtos de limpeza, cosméticos, tintas e tabaco. Além disso, faz parte da composição de muitos medicamentos, por possuir propriedades antibióticas, anti-inflamatórias e broncodilatadoras.
Cumaru
A palavra cumarina veio do tupi “kumarú” (ou cumaru). Essa árvore, que é típica do Brasil e pode chegar até 30 metros de altura, possui sementes que podem conter de 1 a 3% de cumarina. Suas sementes podem ser fermentadas e utilizadas para tratar picadas de cobras, cortes, contusões, tosses e até o reumatismo. Além disso, possui efeito fixador de essências e, portanto, é muito empregado na indústria de perfumes.
Como dito anteriormente, o nome científico da planta cumaru é Dipteryx odorata, espécie da família das leguminosas fabaceae. Portanto, a cumaru é parente bem próxima da baru (a Dipteryx atala). A baru, que é também conhecida como cumari ou curuá, por crescer rápido e ter uma madeira resistente, é muito utilizada para o reflorestamento.
Mas, além de estar presente no cumaru, a cumarina também pode ser encontrada em espécies como o guaco, o agrião e a canela. Além de estar em frutas como o morango, a cereja e o damasco.
Para que serve cumarina?
A camarina possui diversas possibilidades de aplicações, principalmente graças ao seu grande potencial aromático. Confira algumas delas:
- Devido à sua capacidade de exibir forte fluorescência, pode ser utilizada como colorante e laser de corantes;
- Sua solução de 1:200 pode ser utilizada como inseticida;
- Por muito tempo, foi empregada na aromatização de produtos como manteiga, tabaco, medicamentos e perfumes. Atualmente, o limite de uso de cumarina em alimentos e bebidas não-alcóolicas é de no máximo 2mk/kg. No caso das bebidas alcoólicas e do caramelo, o limite passa para até 10 mg/kg e para a gomas de mascar 50 mg/kg;
- Atualmente, as cumarinas estão presentes em desodorantes, produtos para banho como xampu e sabonetes e cremes faciais;
- Além disso, é uma das principais substâncias do guaco, planta medicinal que atua no tratamento de doenças que atingem o sistema respiratório. A cumarina é um dos princípios ativos da planta, já que possui ação expectorantes e broncodilatadora.