Entenda o que a erosão pode causar
A erosão pode ocorrer de diversos modos e por diferentes agentes. Os solos não estão isentos dela. Sendo assim, água da chuva, derretimento de geleiras, ondas do mar, gravidade e outros fatores podem ocasioná-la. Muitas paisagens formadas atualmente são consequências e resultantes de erosões ocorridas no passado.
Dessa forma, a erosão, mesmo que aconteça de forma natural, pode ser assegurada e evitada seguindo alguns métodos que a impedem de progredir. Alguns fatores podem impactar a biodiversidade, a fauna, flora, populações e qualidade da água. Sendo assim, é importante que o máximo seja feito para que os processos erosivos venham impactar ainda mais.
O que é erosão?
Erosão nada mais é do que o processo de transporte, desgaste e sedimentação dos solos, subsolos e das rochas. O efeito disso é a ação dos agentes erosivos, como os ventos, os seres vivos e a água, por exemplo. O processo que desagrega os sedimentos (também chamados de partículas de rochas) é causado pela ação do intemperismo, que consiste num conjunto de processo químicos, biológicos e físicos que resultam no desgaste dos solos e das rochas.
A locomoção destes sedimentos acontece pela ação da gravidade e dos elementos superficiais. Sendo assim, as erosões podem sofrer variações desde a retirada de uma pequena camada de terra do chão até a formação de enormes crateras.
Há dois tipos de classificações para os processos erosivos:
- Erosão geológica: consiste em uma erosão natural mais lenta;
- Erosão acelerada: consiste em uma erosão rápida gerada pela ação humana.
Processos erosivos
Os processos erosivos podem ocorrer de diferentes modos, no entanto, eles são divididos em três partes:
- Desintegração ou desgaste do solo;
- Transporte de partículas pela água;
- Deposição dos sedimentos nas áreas mais baixas do relevo (leito dos rios).
O fator com grande importância que pode evitar estes processos erosivos é a preservação da cobertura vegetal. Isso é possível porque os vegetais servem como uma proteção ao solo, atuando também na diminuição dos impactos das águas.
Por exemplo, quando não há cobertura vegetal, a gota de chuva penetra mais facilmente no solo, chamada de “erosão em splash”, isso acelera ainda mais os processos erosivos. Uma saída e auxílio de combate destes processos é o reflorestamento.
Outro fator importante é que os animais e as plantas também são agentes causadores de erosão. Ele geram impactos diretos nas superfícies do solo.
Classificações da erosão
De acordo com a gravidade, os processo erosivos podem ser classificados em:
- Erosão laminar (também chamada de lixiviação): consiste na lavagem do solo de modo superficial;
- Erosão em sulco: consiste em enormes fendas geradas pela ação dos ventos e das águas que formam sulcos na superfície terrestre;
- Ravinas: consiste em erosões profundas;
- Voçorocas: consiste em erosões mais profundas que conseguem atingir o lençol freático.
Tipos de erosão
Segundo os agentes causadores de erosão, ela pode acontecer de vários modos, como, por exemplo:
- Erosão antrópica: consiste na ação dos homens;
- Erosão eólica: consiste na ação dos ventos;
- Erosão fluvial: consiste na ação dos rios;
- Erosão glacial: consiste na ação das geleiras e da neve. Elas agem sobre o congelamento da água que ao dilatar provoca alterações na composição das rochas e dos solos;
- Erosão gravitacional: consiste na ação da gravidade. Ela ocorre principalmente em regiões muito inclinadas, como nas cadeias montanhosas, por exemplo;
- Erosão hídrica: consiste na ação das águas;
- Erosão marinha: consiste na ação das ondas dos mares, que desgastam as rochas e os solos litorâneos. Além disso, contribui para a formação de paisagens costeiras e de praias;
- Erosão pluvial: consiste na ação das chuvas.
Erosão eólica
A erosão eólica é causada pela ação dos ventos. Eles causam o intemperismo das rochas e agem sobre o transporte de sedimentos para as zonas mais distantes dos pontos de erosão. É um processo mais lento em comparação aos outros.
Ao todo, há quatro processo erosivos causados pela ação dos ventos:
- Corrosão: consiste no desgaste físico das rochas por meio do atrito e do impacto das partículas que são carregadas pelos ventos. O vento praticamente faz a moldagem das rochas, dando-lhes suas formas características.
- Abrasão: consiste num processo parecido com o anterior. É o desgaste de rochas causado pelo atrito e pelo impacto de partículas ou pequenos pedaços levados pela corrente dos ventos.
- Eólico: consiste no processo que deposita sedimentos no qual o vento é o principal agente geológico. Um exemplo disso são as praias.
- Deflação: consiste na erosão causada pelo vento, que retira fragmentos superficiais mais finos do local, deixando apenas pedregulhos e pedras. Isso acontece principalmente nas regiões desérticas e em campos de dunas. Além disso, pode acontecer também forte corrosão ligada à deflação.
Locais próximos às regiões costeiras do mundo têm dunas, montanhas formadas pelo efeito eólico. No Brasil, por exemplo, as mais famosas podem ser encontradas em Santa Catarina e no Ceará. No entanto, este tipo de erosão, quando ocasionada por um extenso período de tempo, pode transformar de modo significativo o cenário natural, um exemplo disso são algumas regiões do Deserto do Saara, localizado na África.
Temos como resultado de deflações as rochas esculpidas, o surgimento de pequenos lagos e as zonas rebaixadas. Devido o solo seco, é mais fácil o movimento de fragmentos da superfície. Devido isso, as intensas concentrações de erosões eólicas estão localizadas próximas às costas e em desertos. Isso porque nas costas a incidência dos ventos é maior.
Entretanto, outros fatores podem acelerar o efeito das erosões eólicas, como é o caso de tornados, grandes tempestades e furacões.
Erosão pluvial
A erosão pluvial é causada pela ação da água das chuvas. Ela resulta na lavagem dos solos e, em grandes dimensões, resulta em alterações mais intensas e erosões mais profundas. No entanto, quando os solos estão limpos, sem vegetação, principalmente em áreas íngremes, os efeitos deste tipo de erosão são mais intensos e graves.
Sendo assim, ela acontece quando as águas das chuvas tiram do solo parte do material que está nele. Dessa forma, quando há menos árvores nas florestas isso pode significar riscos maiores de acontecer, destruindo diversas culturas.
As chuvas ácidas, formadas pela poluição provocada pelas grandes industriais, podem prejudicar mais ainda a qualidade do solo. Essas chuvas podem causas espécies de torrões e outros tipos de estragos no solo.
A força das chuvas faz com que a superfície sofra um rebaixamento e provoque selagem. Esta selagem é a obstrução de porosidade encontrada no solo, que aumenta de forma significativa o fluxo de água corrente na superfície e ocasiona na erosão.
Há dois tipos principais de erosão pluvial:
- Laminares: a água se movimenta de forma uniforme na superfície. Sendo assim, ela realiza a locomoção das partículas, sem percorrer canais que sejam definíveis. É uma forma menos impactante mas pode alterar de modo negativo as regiões agrícolas. Além disso, também pode resultar em sedimentos excessivos.
- Ravinas: acontece quando as águas da chuva se concentram nos filetes. Elas aumento o volume de todo o fluxo de transporte de partículas que formam as ravinas. É considerada uma das mais fortes pois atinge muitos metros de profundidade. Em algumas regiões podem atingir o lençol freático.
Erosão fluvial
A erosão fluvial é causada pela ação da água dos rios. Ela modifica seu curso em vales com maior profundidade do que seu entorno. Além disso, quando não há presença de uma vegetação nas margens dos cursos d’água, elas são forçadas pela força das águas, que intensificam o processo de assoreamento e alargamento das bacias de drenagem.
Ela pode ocorrer em dois sentidos, em profundidade e lateralmente. Isso aumenta a largura do rio e forma os chamados bancos de areia.
Quando a erosão fluvial ocorre apenas verticalmente, ou seja, em maior profundidade, os rios possuem um formato de V. Logo após isso, quando o interior do rio chega a uma profundidade suficiente, começa então uma erosão lateral que a aumenta a largura do rio.
No entanto, ela se torna ainda mais intensa nos períodos de cheias ou durante as chuvas. Isso acontece porque há um volume maior de água movimentando as partículas do solos e as levam para bem longe.
Além do movimento da água, as partículas carregadas, como, por exemplo, as pedras e areia, são também causadoras deste tipo de erosão. É um processo chamado de tração, por meio do atrito dessas partículas agindo contra o solo por onde se movimentam. A maior parte deste tipo acontece próximo a nascente do rio.
O lado mais largo e comprido do rio possui menor erosão. É nele que os sedimentos tendem a ficar depositados. Por outro lado, as regiões mais erodidas são as mais estreitas e com curvas mais fechadas.
Ela pode ser prevenida por meio da manutenção da vegetação nativa que envolve as margens dos rios, ou então, por meio da plantação (reflorestamento) de novas espécies vegetais que servirão para proteger e assegurar o solo.
Consequências da erosão
Os problemas socioambientais causadas pelo avanço da erosão são:
- Enchentes;
- Assoreamento dos rios;
- Redução da biodiversidade;
- Morte de espécies da fauna e da flora;
- Redução da área de plantio;
- Danos econômicos;
- Deslizamentos;
- Perda de nutrientes do solo, entre outros.
Portanto, há algumas medidas que podem ser feitas para que a erosão seja evitada e controlada. Como, por exemplo, preservar a cobertura vegetal e natural do solo, curvas de nível no terreno, técnicas agrícolas menos agressivas ao solo, planejamento de construções, reflorestamento e possíveis sistemas de drenagem.