Saiba o que é floresta e como ela é classificada
Não há quem não conheça ou nunca ouviu falar sobre floresta. Presente nos contos infantis, nos livros de geografia e nos livros ilustrados, há floresta em todos os lugares. No entanto, ainda há muitas questões em torno do que pode e do que não pode ser considerado uma floresta.
O conjunto de floresta no Brasil pode ser encontrado em todos os estados. Cada tipo de floresta é caracterizado por características e particularidades próprias. Há florestas com árvores maiores, árvores menores, diversidade da fauna e da flora e outros muitos aspectos que as definem.
O que é floresta?
Floresta nada mais é do que uma grande área de terra repleta de árvores ou qualquer outra vegetação que produza madeira. Nela, a copa dessas árvores se tocam e constroem uma espécie de teto verde. Ela é também chamada de bosque, mato, mata e selva.
Além disso, as florestas podem ser classificadas como:
- Natural
- Plantada
- Homogênea
- Primária
- Secundária
- Ripária
Definição de floresta
Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), para definir o que é floresta é preciso considerar os aspectos de uso e ocupação do solo. Para a organização, a definição consiste em um terreno que mede mais de 0,5 hectares com árvores maiores do que cinco metros de altura e cobertura de copa com mais de 10%. Ou então, árvores que são capazes de alcançar os parâmetros no local. Isso não leva em conta as terras que são predominantes para uso agrícola ou urbano.
No entanto, já segundo a UNFCC (Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), eles tratam sobre florestas segundo os aspectos de mudanças climáticas. Para eles, consiste em uma área mínima de terra de o,005 a 1,0 hectare com cobertura arbórea ou densidade equivalente superior de 10 a 30%. Ou então, árvores com potencial para atingir o mínimo de 2 a 5 metros na maturidade do local.
Uma floresta pode ser tanto de formação florestais fechadas (ou seja, densas), nas quais árvores sobre uma grande proporção do solo, quanto de florestas abertas.
Também são incluídos como florestas povoamentos naturais e todas as plantações com capacidade de chegar a uma densidade de 10 a 30% ou, então, uma altura de 2 a 5 metros. E, também, terrenos que fazem parte de florestas e são temporariamente desflorestadas, como resultada da ação antrópica, causas naturais ou colheita.
Floresta Ombrófila
Anteriormente chamada de Floresta Pluvial, é usado para o ecossistema caracterizado pela vegetação de folhas perenes e largas, por chuvas frequentes e abundantes. Pode ser encontrada nos biomas Amazônia e Mata Atlântica. No entanto, há três tipos de floresta ombrófila existente:
- Densa
- Aberta
- Mista
Cada um dos três tipos têm fisionomias diferentes definidas com base nas faixas altitudinais.
Ombrófila Densa
É uma vegetação caracterizada pela presença de plantas cujas gemas de renovação se encontram com mais de 25 centímetros do solo (também chamadas de fanerófitos), além de epífitas e lianas. Nela, praticamente não acontece período de seca, uma vez que a precipitação é alta e bem equilibrada durante todos os meses do ano. As temperaturas são também muito elevadas.
Nas regiões em torno dos cursos de água está a Ombrófila Densa Aluvial.
A Ombrófila Densa das Terras Baixas encontra-se nas planícies costeiras e têm árvores altas, além de conter lianas, bromélias e plameiras.
Já a Ombrófila Densa Submontana pode ser encontrada nas encostas das serras e contém árvores com alturas uniformes, que dificilmente passam de 30 metros de altura.
A Ombrófila Densa Montana é situada no alto das serras e dos planaltos. Possui um dossel aberto e as árvores maiores são muitas vezes leguminosas, que tem alta concentração de epífitas.
A Ombrófila Densa Altomontana é encontrada no topo das montanhas mais altas, tem vegetação arbórea constituída por indivíduos tortos com galhos e troncos finos, em média de 20 metros de altura.
Floresta Ombrófila Aberta
É considerada uma transição entre a Floresta Amazônica e as áreas extra amazônicas. Tem um período de seca com mais de 60 dias. Possui palmeiras, cipós, sororoca e bambu.
A Ombrófila Aberta das Terras Baixas é marcada por palmeiras e ocorre em altitudes variantes de 5 a 100 metros.
A Ombrófila Aberta Submontana pode ser facilmente encontrada por toda a Amazônia e é repleta de cipós, palmeiras, bambu e sororoca, localizada acima de 100 metros de altitude.
Já a Ombrófila Aberta Montana é restrita a poucos planaltos do sul da Amazônia e à serras do norte, é localizada entre 600 a 2000 metros de altitude. Além disso, é composta por cipós, principalmente, e palmeiras.
Floresta Ombrófila Mista
Também conhecida como Mata das Araucárias, esta floresta faz parte da Mata Atlântica e abrange os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. É caracterizada fortemente pela presença do pinheiro do Paraná. O inverno é geralmente frio, mas o clima é quente e úmido.
A Ombrófila Mista Aluvial encontra-se sempre em terrenos aluviais. Ocorre a Araucaria angustifíli, a Drimys brasiliensis e a Podocarpus lambertii.
Já a Ombrófila Mista Submontana é fortemente separada, quase todas as árvores mais fortes e vigorosas foram retiradas.
A Ombrófila Mista Montana é preservada atualmente no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná. Nela acontece formação com agrupamentos particulares de Araucaria angustifólia.
E a Ombrófila Mista Altomontana está situada a mais de 1000 metros de altitude.
Floresta Atlântica
Mais conhecida como Mata Atlântica, ela está situada em toda a parte da região litorânea aos planaltos e serras do interior, indo do Rio Grande do Norte ou Rio Grande do Sul. Inicialmente ela ocupava uma área de 1.300.000 km², em áreas de 17 estados brasileiros. Na bacia do Rio Paraná atinge sua largura máxima e penetra pelo Paraguai e Argentina. Hoje, sua área corresponde de 6 a 8% da formação original.
Suas principais formações florestais são:
- Floresta Ombrófila Densa
- Floresta Ombrófila Mista
- Floresta Ombrófila Aberta
- Floresta Estacional Semidecidual
- Floresta Estacional Decidual
Além disso, alguns ecossistemas, como, por exemplo, a restinga, o manguezal, os brejos interioranos e os campos de altitude estão associados a este bioma. Essa variedade toda só é possível por conta das variações climáticas e dos inúmeros tipos de relevo.
No entanto, os tipos climáticos desta floresta variam de úmidos e quentes a razoavelmente frios. Sendo assim, esses climas são caracterizados por elevada umidade relativa do ar, nevoeiras frequentes em algumas regiões, intensa luminosidade, temperaturas altas e precipitações abundantes.
Além do mais, sua composição florestal é muito diversificada. Seu estrato superior é formado por árvores mais altas, como, por exemplo, as leguminosas, o manacá da terra, os ipês e muitas outras. Já o estrato arbustivo é composto por espécies arbóreas, como o palmito juçara, as begônias, as cerejeiras e outras, que costumam viver na sombra das árvores maiores.
E por fim, o estrato herbáceo é formado por plantas de pequeno porte, como, por exemplo, as ervas, os mugos, as gramíneas e as plantas jovens.
Floresta decídua
Este tipo de formação florestal acontece principalmente em locais com estações do ano marcadas intensamente, como é o caso do leste da América do Norte, do centro da Europa e do leste da Ásia (por exemplo, a Coreia, o Japão e lugares da China). Já na América do Sul ela pode ser encontrada no Paraguai e no Chile. Pode ser encontrada também no sul da Austrália e na Nova Zelândia.
Sua formação é composta por árvores que formam um dossel razoavelmente denso, que permite a entrada de luz e resulta em uma vegetação arbustiva diversificada. Nela, há quatro estratos principais:
- Estrato arbóreo: árvores altas, de 18 a 30 metros de altura, como, por exemplo, a faia, o carvalho, o bordo e o vidoeiro.
- Estrato arbustivo: composto por amoreiras silvestres de 3 a 5 metros.
- Estrato herbáceo: composto por ervas e capins, ou seja, plantas que florescem na primavera.
- Estrato rasteiro: composto por musgos e líquens.
Devido à grande variação sazonal, plantas e animais também são impactados. As árvores chegam a perder suas folhas no final do outono. Antes mesmo de cair, as folhas vão se tornando vermelhas e depois douradas. A perda das folhas significa uma preparação para o inverno, período que as árvores ficam cobertas por neve. Elas voltam a crescer na primavera e voltam a se desenvolver no verão, quando a umidade e a temperatura já estão adequadas. A queda delas faz com que o solo fique rico em matéria orgânica.