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Agronegócio

A frutose pode ser prejudicial se consumida em excesso

A frutose é um açúcar natural presente nas frutas

A frutose é um monossacarídeo (um tipo de carboidrato) cuja combinação de átomos forma o carboidrato simples. Presente sobretudo nas frutas, é encontrada também no mel, em vegetais e em cereais. Além disso, é empregada em produtos industrializados. Seu nome vem da palavra latina fructus e foi dado pelo químico inglês William Miller, em 1857, após ser isolada em laboratório.

A frutose tem basicamente a função de fornecer energia para o corpo tal como a glicose. Esta é um açúcar simples, de moléculas simples. A sacarose, presente no açúcar mais popular, o de cana-de-açúcar, se transforma em glicose e frutose depois de ingerida.

A frutose deve ser consumida com moderação. Estudos médicos já comprovaram que a glicose em excesso não faz bem, porém, mais recentemente, pesquisadores descobriram que a frutose pode ser mais danosa ainda para o organismo humano. Além de ter alto poder adoçante, ela absorve e retém água.

O que é frutose?

A frutose é o elemento responsável pelo sabor doce que encontramos em alimentos como as frutas e o mel, por exemplo. Em outras palavras, ela é, basicamente, um tipo de açúcar natural. No entanto, a partir dos anos 60 do século passado – com o aparecimento do xarope de milho, composto por glicose e frutose , os malefícios da última começaram a se destacar como responsáveis pelo aumento de obesidade.

Primeiro detectada nos norte-americanos e depois confirmada em outros países, a doença passou a ser uma epidemia a partir da primeira década do século 21. Ficou comprovado que a frutose engorda.

Xarope de milho, o vilão da vez

A razão é que o xarope de milho é intensamente utilizado pela indústria alimentícia em bolos, doces, molhos prontos, sucos, refrigerantes e guloseimas em geral. E o consumo vem aumentando em todo o mundo.

O xarope de milho, em suma, é transformado em frutose após processos industriais. Ele é obtido por meio do amido de milho e é cada vez mais comum na alimentação diária. Por essa razão, é arriscado consumir frutose em excesso.

Outro fator de preocupação é a ingestão cada vez maior de refrigerantes e sucos em caixinha. Esse hábito, somado ao consumo de alimentos sólidos gordurosos, resulta em um consumo de calorias em excesso.

Consumo liberado, precaução dobrada

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite o uso do xarope de milho sem limite de idade. O que faz acender a luz vermelha para produtos destinados aos bebês, que podem incluir o produto em papinhas doces e salgadas, além de outros alimentos para uso infantil. O excesso de consumo, contudo, pode provocar a obesidade já na infância.

A maioria dos cientistas aponta que o crescimento do consumo de frutose, já embutida nos mais diversos alimentos e bebidas processados, é um dos fatores que leva à obesidade.

Ação da frutose

Os pesquisadores descobriram que após os dois açúcares serem absorvidos pelo corpo, a frutose é transformada no fígado antes que a glicose. Essa situação provoca um excesso de glicose no organismo que resulta em uma resistência à insulina. Quando a frutose é metabolizada pelo fígado ela produz radicais livres, triglicérides e ácido úrico.

Os radicais livres são nocivos às enzimas e estruturas das células. Os triglicérides são uma espécie de gordura que causa lesões ao fígado e leva ao acúmulo de placas de gordura nas artérias, para se ter uma ideia. E para completar, o ácido úrico impede a produção de óxido nítrico responsável pela proteção das paredes das mesmas artérias e dos vasos que são danificadas pelas triglicérides.

Além disso, a ingestão excessiva de frutose produz um processo inflamatório das células endoteliais que recobrem a face interna dos vasos sanguíneos e do coração. A partir daí, vários órgãos internos têm o funcionamento prejudicado.

Trabalhando em descompasso, o corpo humano desenvolve problemas como por exemplo a obesidade, a hipertensão arterial, o aumento de triglicérides e diabetes.

Frutas com frutose

Algumas frutas têm um alto índice de frutose, além de glicose. Um bom exemplo são as uvas, a base do vinho. Resumidamente, com a ação das leveduras sobre os dois açúcares há a transformação deles em álcool etílico e gás carbônico. Outras frutas com muita concentração de frutose devem ter o consumo moderado para não levar à obesidade.

Em 100 gramas de alimento as frutas com maior concentração de frutose são:

As frutas que tem menos frutose, por outro lado, são: ameixa fresca, pêra, melão e damasco. Mas nem só as frutas frescas possuem frutose. As frutas secas, por exemplo, também contêm o açúcar e mais concentrado do que nas frutas normais porque as primeiras ao serem desidratadas têm uma perda parcial de água. São exemplos de frutas secas desidratadas ricas em frutose, que aumenta o nível geral de açúcar:

Além das frutas in natura ou secas, a frutose está presente também em vegetais (como o alho, a cebola, o repolho etc.) e as leguminosas (como o feijão, lentilha, soja e ervilha). O mel, que vem do néctar das plantas, também tem uma concentração tão forte de frutose que é tido como um adoçante natural: em suma, são 39 gramas em 100 gramas.

Alimentos ricos em frutose

Além das frutas, há no mercado diversos alimentos industrializados que contém grande quantidade de frutose, como por exemplo:

Além disso, a frutose está presente em uma série de bebidas processadas, entre elas:

Outro grupo de alimentos ricos em frutose é o composto por molhos processados, geleias e coberturas para sorvetes.

É preciso evitar a frutose?

A sugestão, em suma, é cortar da dieta diária os produtos processados como por exemplo os enlatados, refrigerantes, bebidas alcoólicas à base de frutas e alimentos que fornecem poucos nutrientes.

Os cientistas alertam, entretanto, que não há razão para deixar de comer frutas por causa da frutose. Isso porque, apesar de conter a sustância, elas também são ricas em vitaminas, sais minerais, fibras e antioxidantes que são fundamentais para a saúde. O segredo, portanto, é o equilíbrio.

Como observado, a frutose está presente em diversos grupos de alimentos. Portanto, é preciso atenção à dieta para evitar os malefícios que esse elemento provoca ao organismo.

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