Galinha da Angola chegou ao Brasil durante a colonização portuguesa
A galinha da Angola (ou galinha d’Angola) é conhecida pela beleza de sua plumagem, por sua carne saborosa e, claro, por ser muito barulhenta. Até mesmo o poeta Vinícius de Moraes falou sobre a inquietação do animal no álbum infantil “A Arca de Noé”, na década de 80. Apesar da enorme popularidade, trata-se de um animal nobre, com uma carne muito utilizada na alta gastronomia.
A galinha da Angola fornece carne e ovos para venda. Mas também gera lucro por meio do comércio de exemplares como matrizes e para criações ornamentais. Ela também pode ser usada para ajudar no controle biológico de pragas e na guarda da propriedade.
A galinha da Angola se locomove em bando e é muito organizada. Cada grupo tem sua líder, facilmente identificada no momento da alimentação. Enquanto o bando se alimenta, por exemplo, a líder vigia e só come quando percebe que todas estão em segurança.
Características da galinha da Angola
A galinha da Angola (cujo nome científico é numida melagris galeata) é uma espécie avícola de características bastante parecidas com as dos faisões. É muito comum nas regiões norte e nordeste do país, onde se concentram o comércio da carne e ovos da ave. Também é chamada de galinha-d’Angola, galinha da Guiné e galinhola.
O nome do animal sofre variações regionais, um fenômeno típico do Brasil. No estado do Piauí, por exemplo, é conhecida como capote.
Origem da galinha da Angola
A galinha da Angola é pertencente à ordem Galliforme, oriunda da África, mais precisamente da região ao Sul do Saara. Foi introduzida no Brasil na época da colonização portuguesa.
Tipos de galinhas
São encontradas três tipos de galinhas desta raça, que se diferenciam sobretudo pelas características físicas:
- Pedrês: mais comum, é cinza com bolinhas brancas
- Galinha branca: inteiramente branca
- Pampa: resultado do cruzamento da pedrês com a branca
Como criar galinha da Angola
Existem duas formas de criar galinhas da Angola:
- Sistema extensivo de criação: No sistema extensivo, as galinhas são criadas soltas pelo pasto, exploram todo o território, têm dieta livre e reproduzem-se sem a intervenção do criador. Além disso, põem ovos em lugares de difícil acesso.
- Sistema intensivo de criação: é mais difícil, por inviabilizar uma produção significativa de ovos e exigir cuidados mais eficientes por parte do criador. No sistema intensivo, o criador controla rigidamente, através de tecnologia, o desempenho das aves.
Altamente resistente e rústica, a galinha-d’Angola raramente adoece. A criação é de baixo custo, com engorda rápida e produtiva. As ninhadas são de até 60 ovos. É um animal ideal para viver em sítios, fazendas e em quintais de residências, onde em um pequeno espaço um galinheiro pode ser montado pelo próprio criador e com materiais existentes no local, como pedaços de madeira, pregos e telas de arame.
Esta ave não exige alimentação muito elaborada ou de preço elevado para sobreviver. O manejo da ave, portanto, é considerado barato. Além de ração, ela come insetos, gafanhotos, cigarrinhas das pastagens, lagartas de esterco de gado, formigas, cupins e carrapatos. Por essa razão, a galinha d’Angola é considerada importante no controle biológico do meio ambiente.
Instalações para a criação
As instalações são praticamente as mesmas das demais espécies de galinha, ou seja, não exigem alto investimento. Recomenda-se contudo espaços de quatro metros por cabeça e ambientes distintos para impedir que espécies diferentes de galinha d’Angola se cruzem.
Os dormitórios podem ser tanto de madeira quanto de alvenaria, e compostos de poleiros para a correta acomodação das aves. O calor é fundamental para o sucesso da criação, principalmente nos primeiros meses de vida da ave. Por isto, as campanulas e cortinas são fundamentais para o aquecimento da galinha da Angola filhote nos primeiros 30 dias de vida.
Como iniciar a criação
A galinha da Angola tem hábito diurno e vive em grupo. Porém, devido ao fato de ser muito barulhenta, deve se manter distante de outros animais que precisem de silêncio para se desenvolver e reproduzir.
Outro cuidado é com a prevenção do newcastle e da bouba aviária, doenças que comumente atingem esta raça. As vacinas, portanto, devem estar sempre em dia.
Alimentação da galinha da Angola
A alimentação deste tipo de ave, como foi mencionado, é bastante variada. Inclui desde grãos e hortaliças até insetos. Em cativeiro, todavia, é comum os criadores preferiram as rações. Nos primeiros meses de vida, é necessária uma ração especial para acelerar o crescimento. A partir dos seis meses, entretanto, o ideal é introduzir uma combinação balanceada de ração com grãos e vegetais.
As refeições devem ser servidas três vezes ao dia, em comedouros limpos, para não misturar o alimento com sobras que podem ter sido fermentadas pela ação do calor.
Benefícios dos ovos da galinha da Angola
Os ovos da galinha da Angola possuem sabor semelhante aos ovos de galinha. Os ovos são boas fontes de nutrientes e proteínas. Além de aminoácidos, vitaminas A, B12, E, D, e K, folato e sais minerais. Além de nutritivos, ainda contribuem para aumentar a renda das famílias.
Galinha da Angola filhote
As galinhas da Angola são criadas em uma proporção de quatro ou cinco fêmeas para cada macho. No entanto, na época de reprodução, recomenda-se que haja uma redução para apenas três fêmeas para cada macho. Em seguida, na primavera, as fêmeas põem os ovos e 25 dias após eles são eclodidos.
Durante este período, deve-se reforçar a ingestão de vitaminas, mas que as galinhas se fortaleçam e tenham um melhor desempenho na reprodução.
Assim que nascem, os pintinhos devem ser protegidos de todos os fatores que prejudicam seu desenvolvimento ou ameaçam sua sobrevivência. Diversos fatores apresentam risco para o filhote de galinha d’Angola, entre eles umidade, variação de temperatura e ambientes propícios ao aparecimento de predadores.
Informações sobre a galinha da Angola
Nome científico: Numida meleagris
Número de ovos: 6 – 12
Peso médio: 1,3 quilos quando adulto
Altura média: de 53 a 58 centímetros quando adulto
Classificação superior: Numidia
Raças: Gnaphalium affine
Comercialização
A fase de engorda dos pintinhos dura mais de um mês e até dois meses e meio de idade, seu crescimento é lento. Por volta dos quatro meses, entretanto, os pintinhos alcançam dois quilos e já podem ser comercializados para o abate. O preço da galinha da Angola varia muito de acordo com o criador e pode ser consultado pela internet.
O comércio de matrizes, filhotes e aves ornamentais é mais uma opção para o produtor. A galinha da Angola fornece carne com sabor de ave de caça, lembrando a do faisão, e ovos nutritivos, que podem contribuir para a renda mensal do criador, caso a intenção seja vender os produtos para obter lucro com a atividade.