O IDH surgiu principalmente para que as Nações Unidas conseguissem mensurar com maior precisão o Desenvolvimento Humano em todo o mundo
Decerto você já se deparou na mídia com notícias que divulgam as melhores cidades ou os melhores países para se viver. Como eles são elaborados? A princípio, estes rankings são desenvolvidos conforme o IDH destes locais.
Mas, você já parou para se perguntar o que IDH significa? A fim de responder esta questão, neste texto você saberá como este índice funciona. Além disso, poderá conhecer a posição que alguns dos principais países e até mesmo que algumas cidades brasileiras ocupam no ranking. Continue a leitura para saber mais.
O que é IDH?
IDH é a sigla para Índice de Desenvolvimento Humano, batizado dessa forma pela Organização das Nações Unidas. O significado de IDH é, portanto, essencial para entendermos mais sobre nosso desenvolvimento. Ainda que hoje a sigla seja amplamente utilizada, muita gente ainda não conhece seu real significado.
A princípio, a qualidade de vida de um país era medida de acordo com a sua situação econômica. Porém, Mahbub Ul Haq e Amartya Sem, pesquisadores do Paquistão e da Índia, de modo a melhorar a medição, argumentaram que este tipo de cálculo era inadequado. Eles desenvolveram, então, o que hoje chamamos de IDH.
Ao invés de utilizar apenas a riqueza local como parâmetro para a qualidade de vida, os pesquisadores passaram, então, a utilizar três informações consideradas essenciais:
- Renda;
- Longevidade;
- Educação.
Com a finalidade de sugerir a mudança no tipo de medição, os pesquisadores se pautaram na seguinte teoria: a economia não é a única base para compreender a qualidade de vida de uma população.
Todavia, é possível melhorar o cálculo quando consideramos outros campos além do monetário. Isso, é claro, sem deixar de fora aquele que anteriormente foi o norteador.
Ou seja, a renda (per capita) permanece sendo parte do cálculo, mas deixa de ser o único status a ser considerado.
A adição da longevidade e da educação ao cálculo surgiu para que as pesquisas pudessem igualmente considerar as oportunidades que as pessoas encontravam em cada localidade.
O que significa cada um dos marcadores?
Em princípio, para compreender a forma como é medido o IDH, é importante se aprofundar em cada um dos marcadores e seu significado dentro do cálculo.
A renda, que era o principal marcador anteriormente, permanece dentro do cálculo. Isso porque a sua importância não é anulada, mas apenas somada a outros pontos importantes. Assim como os demais marcadores, ela é considerada apenas mais um dos meios que um indivíduo tem de atingir um objetivo.
A longevidade não apenas considera uma série de outros aspectos, como também é uma forma de compreender a expectativa de vida de uma pessoa desde a infância dentro daquele meio.
Assim sendo, indiretamente, isso pode ainda englobar diversos aspectos da qualidade de vida daquela localidade. Afinal, entende-se que um local onde as pessoas vivem mais, tem maiores chances de contar com um bom sistema de saúde, acesso a alimentação saudável, entre outros.
Já a educação é medida de acordo com os anos que uma pessoa frequenta a escola. Países, estados e cidades onde é mais possível que as crianças finalizem toda a jornada escolar comum, com efeito, têm uma pontuação maior do que aqueles onde há abandono dos estudos.
Isso porque o tipo de educação recebida pelos habitantes locais conta como uma das formas de fazer com que um indivíduo possa atingir seus objetivos, possibilitando assim um desenvolvimento maior dentro da sociedade.
Para que serve o IDH?
Segundo a Organização da Nações Unidas, o IDH foi criado justamente para apresentar uma nova visão frente à medida utilizada até então, o PIB (produto interno bruto).
Sua aceitação acabou se tornando muito grande ao longo dos anos e, hoje, quanto maior o IDH de uma localidade, melhor a sua posição no ranking.
O método desenvolvido por Mahbub Ul Haq e Amartya Sem calcula um valor entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, melhores são consideradas as condições de ser viver na localidade avaliada.
É importante notar, todavia, que não há uma única localidade no mundo que tenha registrado a pontuação mínima (0). Igualmente, nenhum país jamais conquistou a pontuação máxima (1).
Entretanto, a ONU disponibiliza em seu website os relatórios mais recentes. Assim, qualquer pessoa com acesso à internet pode conferir a lista completa de países, estados e cidades com os Índices de Desenvolvimento Humano mais altos e mais baixos.
Neste texto, disponibilizamos alguns destaques:
Países com Índice de Desenvolvimento Humano considerado Muito Alto
- 1º, Noruega, com IDH de 0,944;
- 2º, Austrália, com IDH de 0,935;
- 8º, Estados Unidos, com IDH de 0,915;
- 9º, Canadá, com IDH de 0,913;
- 40º, Argentina, com IDH de 0,836.
Países com Índice de Desenvolvimento Humano considerado Alto
- 50º, Federação Russa, com IDH de 0,798;
- 52º, Uruguai, com IDH de 0,793;
- 69º, Irã, com IDH de 0,766;
- 75º, Brasil, com IDH de 0,755;
- 101º, República Dominicana, com IDH de 0,715.
Países com Índice de Desenvolvimento Humano considerado Mediano
- 107º, Moldávia, com IDH de 0,693;
- 110º, Indonésia, com IDH de 0,684;
- 116º, África do Sul, com IDH de 0,666;
- 121º, Iraque, com IDH de 0,654;
- 130º, Índia, com IDH de 0,609.
Países com Índice de Desenvolvimento Humano considerado Baixo
- 147º, Paquistão, com IDH de 0,538;
- 152º, Nigéria, com IDH de 0,514;
- 163º, Haiti, com IDH de 0,484;
- 171º, Afeganistão, com IDH de 0,465;
- 188º, Níger, com IDH de 0,348.
Índice de Desenvolvimento Humano de Estados Brasileiros
- 1º, Distrito Federal, com IDH de 0,824;
- 2º, São Paulo, com IDH de 0,783;
- 9º, Minas Gerais, com IDH de 0,731;
- 18º, Amazonas, com IDH de 0,674;
- 27º, Alagoas, com IDH de 0,631.
Índice de Desenvolvimento Humano de Municípios Brasileiros
- 1º, São Caetano do Sul (SP), com IDH de 0,862;
- 9º, Brasília (DF), com IDH de 0,824;
- 17º, Nova Lima (MG), com IDH de 0,813;
- 45º, Rio de Janeiro (RJ), com IDH de 0,799;
- 5565º, Melaço (PA), com IDH de 0,418.
Considerações finais
De acordo com a própria Organização das Nações Unidas, porém, o IDH ainda proporciona resultados que podem ser considerados genéricos.
Isso acontece porque, apesar de ser mais abrangente que o PIB, há diversos aspectos que este tipo de índice ainda deixa de fora. Por isso, foram criadas subdivisões, como o Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade (IDHAD), o Índice de Desigualdade de Gênero (IDG) e o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM).
Em conclusão, o IDH não deixa de ser, como era proposto inicialmente, uma forma mais efetiva de calcular o desenvolvimento humano, quando comparado à renda. No entanto, ele ainda está longe de ser o modelo ideal. Afinal, o modelo ainda deixa de fora informações que podem ser bastante importantes Alguns exemplos são a qualidade de saúde e ensino ofertado, assim como a efetividade da distribuição de renda.