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Meio Ambiente

Igarapé é um pequeno curso d’água típico da região amazônica

Igarapé é um caminho percorrido por um rio ou canal de pequenas dimensões

Igarapé é, resumidamente, um pequeno rio navegável, geralmente afluente de rios maiores. Sobre o igarapé, vale destacar uma particularidade: eles praticamente só existem na bacia amazônica, na zona norte do Brasil.

O igarapé geralmente é afluente de um rio maior e, por essa razão, possui as mesmas características destes rios (embora sejam mais estreitos).

O que é igarapé?

Além das definições já citadas, um igarapé é, em outras palavras, um curso d’água amazônico de primeira, segunda ou terceira ordem. Ele é constituído por um braço longo de rio ou canal.

No dicionário, o significado de igarapé é “riacho que nasce na mata e deságua em rio”. É um nome proveniente do tupi-guarani e significa “caminho de canoa” no idioma indígena.

Suas principais características, contudo, são a pouca profundidade e o fato de correr praticamente no interior da mata. Também possui águas escuras.

O igarapé pode ser estreito, ou uma simples linha de água que separam duas ilhas. Além disso, ele pode se apresentar como uma espécie de divisória entre uma ilha e a terra firme. Na estação das chuvas na região amazônica, esses rios aumentam significativamente de volume, tornando-se uma atração turística.

Importância do igarapé

O igarapé corre na mata e está estreitamente ligado à floresta. Por essa razão, qualquer mudança que ocorra neste ecossistema irá afetá-lo. As alterações ambientais causadas por desmatamento e construção de estradas, por exemplo, pode acabar com os igarapés pequenos, especialmente os que se encontram junto a cidades.

Em 2001, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) criou o Projeto Igarapés, com o intuito de estudar os efeitos do desmatamento e as alterações que ele provoca na fauna dos igarapés.

Embora seja um rio pequeno, estreito e raso, os igarapé é amplamente utilizado para navegação de pequenas embarcações, entre elas barcos e canoas de pequeno porte.

Além disso, um estudo feito por cientistas da Rede Amazônia Sustentável (RAS) destacou a importância desses pequenos cursos d’água para a conservação da biodiversidade.

Igarapé é abrigo de espécies da fauna aquática

O estudo, realizado em em 83 igarapés (com até três metros de largura) nos municípios de Santarém e Paragominas, no Pará, mostrou que eles são responsáveis pela conexão entre os ambientes terrestres e aquáticos.

Este tipo de rio, que ocupa 80% da área das bacias hidrográficas, também abriga uma variada diversidade de espécies da fauna aquática. De acordo com biólogos, em um igarapé típico, de um a três metros de largura, podem ser encontradas até 50 espécies nativas de peixes.

No entanto, quando o ambiente é degradado estas espécies podem simplesmente desaparecer. A retirada da floresta e da mata ciliar, além da poluição e do despejo de lixo nas águas são as principais causas de degradação do igarapé.

Igarapé: presença extensiva na bacia amazônica

Embora apresentem dimensões modestas quando comparados com grandes rios amazônicos como o Tapajós, os igarapés correspondem a 80% de toda a extensão dos cursos d’água das principais bacias hidrográficas de Santarém e Paragominas

A presença destas formações também é extensiva no restante da Amazônia.

A fauna aquática pode diferir bastante, mesmo entre igarapés próximos dentro da mesma bacia hidrográfica. Na região de Santarém, por exemplo, as espécies aquáticas estão distribuída em toda a paisagem.

Da mesma forma, os igarapés apresentam diversidade em suas próprias características ambientais, como tipos de fundo e correnteza. As variações aparecem tanto em áreas de floresta quanto em áreas de uso agropecuário.

Em um igarapé também é possível encontrar uma enorme diversidade de espécies raras, ou seja, aquelas que ocorrem em baixo número de indivíduos e são encontradas em poucos locais.

Preservação do igarapé

Um estudo realizado por cientistas de de 30 instituições do Brasil e do exterior alerta para a importância dos igarapés e para as fragilidades da legislação brasileira no que diz respeito à proteção desses cursos d’água.

O estudo apontou que, entre as ações prejudiciais aos igarapés estão:

O trabalho foi elaborado com o intuito de pesquisar temas relacionados à conservação e ao uso sustentável da terra na região amazônica. Os resultados da pesquisa foram publicados no periódico britânico Journal of Applied Ecology e estão disponíveis para consulta.

Outra pesquisa científica, desenvolvida com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, também foi feita. O trabalho avaliou a classificação química da água em mais de 400 rios e igarapés, incluindo os principais rios da região amazônica sendo eles: rio Juruá, Jutaí, Tefé, Tapajós, Uatumã e Jaú, dentre outros.

A pesquisa teve a finalidade de subsidiar novos estudos para práticas de conservação e manejo dos recursos hídricos em áreas úmidas da Amazônia (AUs).

Diferença entre igarapé e igapó

Embora as palavras tenham sonoridade parecida e, igualmente origem indígena, elas possuem significados distintos.

Igapó, em suma, é um tipo de vegetação da Amazônia que se prolifera em áreas inundadas. Em outras palavras, é a mata que cresce dentro da água.

As plantas do igapó, em sua maioria, são hidrófilas ( que sobrevivem permanentemente na água). A vitória-régia, a orquídea, o mucuri e as bromélias, por exemplo, são plantas muito frequentes na flora dos igapós. Em tupi-guarani, igapó significa “raiz de água”.

Outros significados para igarapé

Além de designar os pequenos rios da bacia amazônica, a palavra igarapé é empregada para denominar diversos municípios brasileiros. São eles:

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