Embora o javali levante opiniões divergentes, é importante ressaltar sua relevância dentro do cenário agropecuário brasileiro
Mesmo considerada uma espécie invasora e danosa ao meio ambiente, o javali também tem importância e espaço no mercado do setor agropecuário. Isto, mesmo que certas medidas tenham sido criadas para seu estudo e até mesmo um maior controle populacional.
O javali é antigo é muito criado em diversos locais no mundo. Entretanto, para desvendar essas dúvidas, criamos este artigo visando uma melhor análise dessa caça controlada, a criação de javali e o direcionamento da carne para os fins alimentícios.
O que é javali?
Javali é um animal parecido com o nosso conhecido porco, embora ele apresente dentes maiores parecidos com arpões. Sua origem remete a área que compreende locais da Ásia, Europa e norte da África.
Mesmo em terras americanas, conferimos a presença de três espécies semelhantes ao javali, como o queixada, o cateto e, o mais incomum, o porco-dos-chacos. Entretanto, o javali, parente de porcos selvagens com pele áspera e escura, se difere dos demais por algumas particularidades.
Como características evidentes, ele tem o focinho cilíndrico, orelhas pequenas e a cabeça maior. Sem falar que sua cauda é menor, ou nem é visível, em alguns casos. Por outro lado, ele tem uma glândula que secreta forte odor.
Vivendo em grupos, ele tem como alimentação principal uma grande variedade de vegetais. Embora o javali ainda cace animais de pequeno porte e aproveite restos de presas abandonadas, sua preferência ainda é vegetal.
Outra particularidade do javali é que ele emite um som incomum, similar a um alto alarme. No caso de ameaças, o comum é o ranger dos dentes e a emissão de sons estridentes.
A presença e as características do javali
Com presença em quase todos os continentes do planeta, o javali selvagem apresentou uma das maiores distribuições geográficas entre os animais. Isso inclui, em especial, diversas ilhas dos oceanos Pacífico e Atlântico.
E foi essa proximidade com os seres humanos que ajudou no processo de criação e colonização. Assim como os porcos, grupo em que o javali está abrangido, sua domesticação ocorreu há pelo menos cinco mil anos em diversos locais do globo.
Tal fato se deu de forma simultânea. Afinal, eles eram transportados para essas áreas e criados ao ar livre, ajudando no estabelecimento de culturas e populações selvagens. Sendo assim, apenas no século XVI o seu comércio ganhou fama e rentabilidade.
Capaz de se reproduzir com velocidade e prover ninhadas enormes, tudo dependeu do ambiente e oferta de recursos. Sendo assim, em locais como Austrália, América do Norte e do Sul, o javali é um invasor temível.
Sendo natural de outros locais, ele acabou por estabelecer uma população que impactou as espécies nativas. Com isso, ele começou a ser estudado, embora sua influência seja incerta nesses ambientes e sua alteração entre as demais espécies endêmicas.
O impacto do javali no meio ambiente
Fica difícil entender o comportamento do javali em certos Estados do Brasil, assim como sua importância e possíveis consequências. Dessa forma, para avaliar sua presença, tanto positiva quanto negativa, as dúvidas ainda são muitas.
Mesmo com a importância da carne de javali no mercado nacional, são vistos pontos como a interferência no desequilíbrio ecológico e o ambiente onde ele está inserido. Ou seja, sua introdução chega a gerar tipos diferentes de impacto. Elencamos alguns deles a seguir:
- Nas atividades antrópicas;
- No solo para plantio de culturas;
- Nos ecossistemas aquáticos;
- Em manejos animais;
- No bioma de plantas.
Nessa busca por sobrevivência, o javali revira e pisoteia largas extensões de solo vegetal. Tudo para construir ninhos e ter comida. Dessa forma, seu comportamento ataca e remove organismos e elementos do solo.
O resultado é a modificação das estruturas de cada área e seus inúmeros processos benéficos à natureza. Sem contar que o javali pode eliminar os recursos presentes no ambiente. Aliás, esse dano é visto como presença certa desses animais, em especial do javali europeu.
Curiosidades sobre o javali
Espécie de porco selvagem mais comum, o javali pode ser perigoso e agressivo. Apesar de várias subespécies ao redor do mundo, é interessante conhecer algumas curiosidades sobre esses animais.
Para começar, sabia que o javali bate um tubarão em número de ataques aos seres humanos. Mas os fatos vão além.
O javali macho é bem maior que a fêmea, sem falar dos caninos maiores, corpos estreitos e robustos. Dessa forma, não se assuste se você encontrar um exemplar com dois metros de comprimento, uma vez que os javalis são os maiores suínos do planeta.
Outro fato interessante é saber que seu olfato é mais importante que qualquer sabor. Ou seja, um javali é menos exigente com alimentos, mesmo sendo onívoro. Dessa forma, conclui-se que a visão e a audição são pouco desenvolvidas. Interessante, não é mesmo?
Por outro lado, eles farejam odores a quilômetros de distância. Claro que, mesmo assim, eles não se importam com fortes odores e teor de sal nas presas. Sem falar que um javali ainda se alimenta de animais em decomposição.
Na área da ciência, vale citar estudos sobre sua mutação genética. De acordo com pesquisadores, um estudo diz que o genoma do javali apresenta uma genética próxima a de seres humanos, indicando doenças como diabetes, obesidade, Alzheimer e até Parkinson. Dessa forma, o javali ainda tem utilidade para uma série de estudos.
Agricultura e a presença territorial do javali
Sim, o javali é totalmente territorial, assim como o javali gigante. De acordo com dados, o javali mata muito mais pessoas do que os lendários tubarões pelo mundo. Além de terríveis para a criação de animais e plantas, eles são extremamente ferozes e territoriais e, em alguns casos, podem ser mais perigosos até do que os temidos ursos.
Mesmo com uma visão falha e fraca, eles podem atacar presas e inimigos sem medo algum. Além do mais, seus dentes afiados, longas presas e peso monstruoso matam até mesmo um ser humano sem problemas. Isso significa que, ao avistar um javali, chegou a hora correr pela sua vida como se não houvesse amanhã!