Jumentos, asnos ou jegues? Não importa o nome que você dá, esses são animais de ótimo custo benefício para os criadores. Além da manutenção barata e de uma criação que exige o mínimo de recursos, a raça serve no campo como animal de sela, tração e carga.
E mais uma boa oportunidade surgiu para os criadores de jegues nos últimos dois anos: a importação do animal para o mercado chinês. Ficou curioso? Confira a seguir o que é jegue e o que esse animal representa para o trabalho e a economia!
O que são jegues?
Jegues são animais inteligentes, dóceis e dotados de um senso de sobrevivência desenvolvido. A expectativa média de vida desses animais é de aproximadamente vinte e cinco anos. Quanto ao habitat, a espécie pode ser encontrada em quase todo o mundo, com exceção de regiões com climas frios.
O seu nome recebe variações de acordo com a região do Brasil. Por exemplo, os jegues podem ser chamados alternativamente de asnos domésticos, jericos ou jumentos. Cientificamente falando, todos essas nomeações vulgares se referem à espécie Equus asinus.
Desde a primeira aurora da humanidade, esses animais são usados para transporte de carga (como, por exemplo, cangalhas e carroças). Além disso, também são úteis na tração com plantadeiras, carpideiras, arados e outros.
Assim sendo, os jegues sempre consistiram em peças cruciais para a realização dos trabalhos de campo mais pesados. Seu uso em sela ainda se estende para outras atividades relativas, como enduros, concursos de marcha, passeios e lida de gado.
Asininos
Enganam-se aqueles que associam os asininos a características como ignorância e limitação intelectual. Afinal de contas, esses animais são dotados de uma inteligência notável. O que é lido como um comportamento teimoso e desobediente, na verdade, se trata de um super desenvolvido detector de perigos.
Ou seja, os jegues possuem um “sentido de alerta” que faz com que se neguem a seguir e responder os comandos do seu condutor às cegas. Em outras palavras, eles ficam paralisados no mesmo lugar quando pressentem o mais vago sinal de risco.
Assim sendo, para uma lida eficiente com essa raça, é preciso ser duplamente mais inteligente que a própria. Do contrário, será muito custoso manejar um jegue e fazê-lo trabalhar para você.
Jegue
Jegue, asno ou jumento: todos esses nomes nada mais são do que variações regionais atribuídas ao mesmo animal, isto é, o Equus asinus, espécie prima do cavalo comum. Registros indicam que a existência de jegues se originou nas zonas desertas ao redor do mundo.
Desde o princípio, os jegues são famosos por sua alta resistência. Por essa razão, desde o princípio da civilização, essa raça é usada como animal de tração, sela e carga, representando uma mão na roda para os trabalhos de campo. Em geral, os jegues medem um metro e trinta de altura e chegam a pesar quatrocentos quilos.
Mula e burro
Burro e mula são espécies de animais concebidos por intermédio da cruza de uma égua e um jegue. Isto é, quando o filho da cruza é uma fêmea, ela leva o nome de “mula”. Em contrapartida, quando a cruza nasce macho, ele é chamado popularmente de burro.
Independente do sexo, o animal é, por via de regra, mais parecido fisicamente com a égua, isto é, a mãe. Contudo, os filhotes, sejam machos ou fêmeas, herdam a resistência e a força do pai, o jegue.
Por obra do seu equilíbrio notável, o burro (ou a mula) são capazes de andar por trajetos íngremes em morros e montanhas, servindo igualmente como um animal de transporte.
Qual a diferença entre cavalos e jumentos?
Apesar de algumas similaridades físicas e do parentesco, cavalos e jumentos não dividem os mesmos traços e características. Por exemplo, velocidade e agilidade são atributos associados aos cavalos. Jegues, em contrapartida, são caracterizados pela paciência, resistência e força acima do comum. Esses atributos conferem aos jumentos uma adaptabilidade maior aos serviços rotineiros e longos.
Além disso, devido às suas origens, os jegues tiveram que se adaptar às temperaturas do deserto, os ambientes precários e escassos de recursos como comida e água. Essa adaptação foi responsável pela capacidade incomum de sobrevivência desenvolvida pelos jegues. Por essa razão, eles são capazes de viver bem com uma dieta escassa e grosseira, que os classifica como animais rústicos.
Mercado brasileiro de asininos
O asno, jegue ou jumento desembarcou no Brasil há cinco séculos, acompanhado pela colonização portuguesa. Essa espécie asinina teve uma adaptação tão boa ao clima e condições semi-áridas do solo brasileiro que se sagrou como um símbolo do serviço pesado, sobretudo na região interiorana do Nordeste.
De acordo com Luiz Gonzaga, o jegue foi o maior dos desenvolvimentistas do sertão brasileiro. Entretanto, nos últimos dois anos, os jumentos passaram a desaparecer da vista dos sertanejos após o país fechar um negócio com a China.
Afinal de contas, o país, localizado na Ásia, demonstrou um interesse acima da média, sobretudo pela pele do jegue. Na China, o couro da espécie recebe a qualidade de matéria-prima para a fabricação de “Ejiao”, uma espécie de gelatina medicinal e cosmética.
Em 2018, esse inusitado interesse foi responsável por movimentar estimadamente vinte e dois bilhões de reais. Nessa conta, a carne do jegue acaba secundarizada como um subproduto comumente consumido na região norte.
Esse negócio rentável não é à toa, e tende a manter seu potencial nos próximos anos, correspondendo a uma expectativa otimista para os criadores de jumentos. Isso ocorre porque, sozinho, o país asiático é incapaz de suprir e atender a demanda de criação da raça.
Em média, são necessárias cerca de dez milhões de cabeças anuais levadas ao abate para serem transformadas em produto cosmético e medicinal. Para fechar o cálculo e conseguir dar conta da demanda, a China importa jegues de países da América do Sul (como o Brasil) e da África.
Para os criadores de jegues, essa é uma boa notícia para ser comemorada. Afinal, em 2018 e 2019, o Brasil estreou com força total nesse mercado, angariando lucros com a criação de um animal barato e rentável.