Conhecido como bagre-sapo, o jundiá habita rios com fundo arenoso
O jundiá é um peixe de couro, assim como outros bagres de água doce. A espécie tem cor marrom de tons variáveis, com manchas pretas circulares pelo corpo. Existem também o jundiá cinza e o jundiá albino.
Por essa característica, o jundiá também é conhecido no Brasil como peixe-onça. Em seu habitat natural, costuma se esconder sob pedras, troncos e galhos durante o dia. Por outro lado, é mais ativo à noite e no começo da manhã.
Onde encontrar o jundiá?
O jundiá é um peixe encontrado exclusivamente na Bacia Amazônica. A sub-bacia do Teles Pires/Juruena, especificamente, é o local no qual se concentra a maior quantidade dos animais da espécie.
No entanto, é possível (e relativamente simples) criar esse peixe em cativeiro.
Criação de jundiá
Segundo pesquisadores, a espécie chega a ter taxa de 90% de sobrevivência dos alevinos. Em habitat natural é onívoro, ou seja, se alimenta de insetos terrestres e aquáticos, crustáceos e restos vegetais, além de outros peixes como os lambaris e os guarus.
Em cativeiro, pode ser alimentado com rações concentradas e balanceadas. Se adaptam bem a alimentos industrializados, chegando a atingir na engorda o crescimento de 1,54% de seu peso por dia. Além disso, aceitam minhoca e peixes vivos.
Eles preferem águas mais mornas. Portanto, o ideal é mantê-los em ambientes na faixa de 27 graus. No entanto, são peixes rústicos e resistentes e podem sobreviver bem a temperaturas mais baixas. São características positivas do jundiá:
- Alta taxa de fertilidade
- Adaptabilidade
- Carne saboroso e com pouca gordura
- Raios e espinhosos venenosos
O desenvolvimento da espécie em aquários e represas impressiona. O peixe jundiá apresenta taxa de conversão alimentar de 1,3 quilo de ração para cada quilo de peso. Para se ter uma ideia do desempenho, cabe uma comparação.
A tilápia, por exemplo, possui conversão de 1,5 quilo. Ou seja, o jundiá se desenvolve com uma quantidade bem menor de comida.
Por ser um peixe versátil, quase sem espinhas e muito saboroso, o jundiá é uma boa alternativa para a piscicultura. Além disso, tem boa velocidade de crescimento e resistência à condições comuns de cultivo
A criação do peixe, além de tudo, exige baixo custo. Portanto, é uma espécie que pode proporcionar bons resultados econômicos em piscicultura.
No entanto, especialistas recomendam não criar esse peixe junto com outras espécies, uma vez que as experiências com o policultivo não foram bem sucedidas.
Pescaria de jundiá
O jundiá é considerado um dos bagre mais fortes dos rios. Sua carne é nobre, tem sabor e textura que lembram a da lagosta. Por isso, o peixe é muito cobiçado por pescadores.
Para fisgar esse belo animal, o pescador deve usar equipamento médio ou pesado, com iscas naturais de peixes ou minhocuçu. As varas devem ter comprimento entre 6 e 7,0 pés para linhas de 20 a 45 libras.
O uso do empate de chumbo na pescaria do jundiá é opcional. Carretilhas ou molinetes devem comportar cerca de 120 metros da linha escolhida.
Pode atingir um tamanho 47 centímetros e tem peso de quatro a seis quilos. Possuem uma expectativa de vida de aproximadamente 10 anos ou mais. Outra característica desse peixe é a força, que o torna muito procurado pelos praticantes de pesca esportiva.
Reprodução do jundiá
Esse peixe desova em áreas de águas limpas e calmas, com fundo pedregoso; e realiza migrações reprodutivas. O jundiá é uma espécie que não têm cuidado parental, ou seja, não protegem os filhotes depois da desova. Apresentam desova múltipla e têm dois picos reprodutivos por ano: um no verão e outro na primavera.