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Agricultura

Lagarta é uma espécie que pode destruir jardins e plantações

A lagarta é uma espécie encontrada em qualquer parte do mundo

A lagarta é uma espécie tão bonita quanto perigosas. Coloridas, exuberantes e ávidas por alimentos, as lagartas assumem esta condição temporariamente para, depois, se tornarem lindas borboletas ou mariposas. No entanto, é necessário ficar bem alerta diante dessa espécie, pois quanto mais chamativas as lagartas, mais venenosas elas são.

A lagarta, aliás, exibe tantas cores justamente para comunicar à natureza sua toxidade. Além de queimar a pele, elas destroem os jardins e a plantações.

O que é lagarta?

A lagarta pertence a espécie dos lepidópteros, que são insetos holometabólicos. Ou seja, insetos que sofrem metamorfose completa, com estágios de ovo, larva (lagarta), pupa (crisálida) e adulto. Os lepidópteros compõem a segunda maior diversidade de insetos do planeta.

Em quase todas as regiões do mundo, as lagartas são encontradas, principalmente em locais tropicais. Estima-se que há 150.000 espécies de lepidópteros no planeta. No Brasil, mais de 3.500 espécies de borboletas já foram descritas e 57 espécies de lepidoptera estão ameaçadas de extinção.

Em suma, a lagarta consiste na forma do primeiro estágio do processo de metamorfose de alguns insetos. Após semanas se alimentando e mudando de pele, a lagarta limpa o estômago e se fixa num local. Começa, então, a segunda fase de sua existência, com o surgimento da pupa ou crisálida.

Tipos de lagartas

As lagartas apresentam muitas peculiaridades. Podem causar, por exemplo, danos a plantações inteiras, já que são desfolhadoras. Existem lagartas que comem outras partes dos vegetais, como raiz, caule, flor e até o fruto. Também há tipos de lagartas que consomem grãos armazenados, cera de colmeias e roupas.

A maioria das lagartas, no entanto, devora plantas de jardins, hortaliças, madeiras nobres, frutíferas, plantas cultivadas de modo geral.

Lagarta venenosa

Lagarta-de-fogo, taturana e bicho-cabeludo são pertencentes a diversas famílias de lepidópteros noturnos. Os megalopigídeos, artídeos, saturnídeos, eucleídeos e limantrídeos são as mais comuns. Suas cerdas estão ligadas a glândulas hipodérmicas que produzem substâncias urticantes.

Essas cerdas se quebram com facilidade quando tocadas, liberando as substâncias que podem causar vermelhidão local passageira, ligeira queimadura, lesões mais extensas com formação de vesículas e sintomas como náuseas, gânglios infartados, febre e até hemorragias locais e generalizadas.

Uma lagarta venenosa, portanto, possui toxinas que podem ser mortais. Conheça algumas espécies de lagartas tóxicas que não podem ser tocadas em nenhuma hipótese.

Lagarta de fogo

A lagarta de fogo é o nome popular da Taturana (Megalopyge lanata). Provoca prejuízo em culturas de abacate, café, citros, goiaba, manga, pera, pêssego, rosa, entre outras.

A lagarta de fogo causa destruição das folhagens ou atraso no desenvolvimento normal da planta. Suas lagartas são brancas, com pelos urticantes de coloração castanha avermelhada.

O controle desta lagarta é feito com pulverizações ou polvilhamento de inseticidas específicos. Essa espécie dá origem a uma mariposa de 70 mm de envergadura, corpo robusto, de cor preta e rósea e asas brancas com a base escura.

Lagarta verde

A lagarta verde também conhecida como lagarta verde do coqueiro, tem o nome científico de opsiphanes invirae. São insetos facilmente visualizados, uma vez que apresentam hábito diurno. Geralmente aparece em bananeiras, mas também podem ser encontradas na cultura do coqueiro.

Estas lagartas atacam sobretudo as folhas e podem até destruir o limbo foliar, deixando apenas as nervuras centrais. O ataque, portanto, resulta em cachos de tamanho reduzido e anormalidade no desenvolvimento.

O controle é feito por meio de venenos como por exemplo os inseticidas à base de carbamatos e/ou fosforados, registrados para as culturas, na cobertura nas folhagens.

Lagarta preta

A lagarta preta das folhas, com nome científico de Chlosyne lacinia saundersii, ataca principalmente o girassol. As larvas raspam as folhas, que ficam completamente destruídas com o passar do tempo. O resultado é que a planta perde em área foliar e, consequentemente, em produção.

Na última etapa da metamorfose, viram borboletas de coloração preta e asas anteriores que mesclam o preto e o alaranjado, formando desenhos. Medem 40 mm de envergadura. Colocam seus ovos sobre as folhas, de onde nascem as lagartas de coloração preta.

Soro para tratamento

A lagarta pode provocar lesões, popularmente conhecidos como queimaduras, em contato com a pele humana. As lagartas do gênero lonomia, para exemplificar, são as que têm maior relevância para a saúde pública. Podem provocar acidentes e até mortes pela inoculação do veneno no organismo. Para minimizar a dor, contudo, devem ser usadas compressas de água gelada e procurar um posto de saúde para avaliação.

O tratamento disponível para reverter os efeitos do envenenamento por lagartos é a utilização do soro antilonômico. O Instituto Butantan, em São Paulo, é o único produtor do medicamento no mundo desde 1994. O soro é obtido a partir do próprio veneno da Lonomia. No processo, os animais são imunizados com antígenos específicos e preparados com a toxina da lagarta.

Para manter a disponibilidade do medicamento, o Instituto recebe lagartas por meio de parcerias com secretarias de saúde da região Sul do país, geralmente entre os meses de dezembro e fevereiro.

Proliferação de lagartas e descontrole ambiental

A lagarta e outros animais igualmente peçonhentos se proliferam sobretudo quando há desmatamento de área nativas e o consequente desequilíbrio ambiental. Surpreendentemente, o problema pode acontecer até em regiões próximas a áreas urbanas. A lagarta também se prolifera com a extinção de predadores naturais. Esse problema, a propósito, também é provocado pelo desequilíbrio ambiental.

Entre os inimigos naturais dessa espécie destacam-se, por exemplo, a mosca e a vespa. Por outro lado, o vírus loobMNPV é nocivo apenas para a lonomia.

Lagartas de Jardim

Lagartas podem ser encontradas facilmente em jardins, como as famosas lagartas de jardim, ou próximas a pequenas plantações. Em cidades grandes com parques ecológicos e áreas verdes, como o Rio de Janeiro, há ocorrência de lagartas. Mas isto não representa exatamente perigo.Lagartas são lindas, coloridas e fundamentais para o equilíbrio ambiental.

No entanto, manusear a lagarta pode ser perigoso. Além disso, é importante aplicar medidas preventivas para que elas não se alastrem em plantações. Com a adoção de algumas medidas simples, portanto, é possível conviver pacificamente com lagartas, além de apreciar as borboletas no jardim sem preocupação.

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