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Veterinária

Natimorto é o feto que morre dentro do útero ou no trabalho de parto

A morte por si só já é um tabu, e quando se fala em morte de crianças, a situação piora, mas e quando a criança nem teve a chance de nascer? É isso que chamamos de natimorto, um tema que não é geralmente tão abordado por ser bastante delicado.

Em meio a discussões sobre o aborto, que tomam tanto espaço na mídia, esquece-se aquelas mulheres que abortam contra a própria vontade. O filho natimorto, seus direitos, possíveis causas e impactos são tópicos que você poderá conferir nesse texto que aborda, inclusive, curiosidades como chás com propriedades abortivas.

O que é natimorto?

Provém das palavras nati + morto, em que a primeira palavra tem origem latina, natus, que vem do verbo nascere, que significa nascer. A palavra morto já indica, por si só, o seu significado, mas saiba que ela também vem do latim, mortus. Etimologicamente, em tradução literária seria “nasceu morto” ou “nascido morto”.

São denominados assim os fetos que não nasceram com vida no momento do parto, ou que já foram descobertos mortos no útero da mãe. Aqueles que morrem no trabalho de parto também são considerados natimortos. Mas saiba que existem algumas diferenças entre o natimorto e o aborto espontâneo.

Diferença entre os natimortos e um aborto espontâneo

A partir da vigésima semana de gestação, todo o ser que morrer no útero é considerado natimorto. O aborto espontâneo é quando essa morte ocorre, mas em fetos com menos de 20 semanas de vida. É um detalhe simples, mas fácil de confundir.

Outro fator é que para o feto ser considerado realmente um feto precisa ter pelo menos 9 semanas de gestação, pois antes disso é apenas um embrião.

Quais são os direitos de um natimorto?

Por incrível que possa parecer, eles possuem direitos. Podem ser registrados com um nome, possuem direito a fotos e a serem devidamente enterrados, com um funeral. Todos os direitos de um nascituro (aquele que está por nascer) alcançam também o natimorto. Eles não possuem certidão de nascimento (pois não nasceram), mas possuem certidão de óbito.

Vale ressaltar que os direitos como licença maternidade, salário maternidade e outros, concedidos aos pais, também são assegurados mesmo que o feto esteja morto. Então, não apenas os direitos do feto são assegurados, mas também dos pais.

O que pode causar a morte ainda no útero?

Por um lado, o próprio corpo da mãe possui uma série de defesas para o bebê, mas por outro a gravidez é sensível e pode haver diversas reações. A verdade é que boa parte (se não a maioria) dos casos de natimortos não possuem causas conhecidas, assim como abortos espontâneos.

Uma das causas mais comuns é o rompimento da bolsa muito precoce, que força o feto ao nascimento sem estar preparado. Abaixo você pode conferir outros motivos possíveis para a morte de fetos:

Vale lembrar que existem uma série de chás que possuem propriedades abortivas como a canela, boldo, erva-doce, camomila e hortelã. São bem comuns no dia a dia de muitas pessoas, mas devem ser evitados por grávidas, assim como o consumo excessivo de cafeína.

Também existem alimentos que podem provocar abortos, sendo que qualquer alimento cru é um risco (é muito comum citarem sushi ou mariscos), além de atum e carnes mal passadas. A má alimentação é um fator que pode prejudicar bastante o feto.

Cada grávida reagirá de maneira diferente, mas todas podem evitar substâncias que possuem propriedades abortivas. Sem contar que a parte psicológica também é essencial para o crescimento e bem-estar do bebê, pois suas sensações afetam o metabolismo e, consequentemente, o do feto.

Existe algum risco do natimorto para a mãe?

Sim, e muitos, pois nem sempre a mãe descobre em tempo que o feto não está vivo. Dependendo da quantidade de tempo que permanecer morto dentro do útero, pode haver complicações, como coagulações e infecções, então, a mãe precisa remover o mais cedo possível após ficar ciente do ocorrido.

Outro fator é que, após a morte do feto, o psicológico e a parte metabólica da mãe ficam bastante alterados e precisarão de acompanhamento profissional. Não existe muita atenção para as mamães de filhos que não chegaram a nascer, então, o apoio psicológico é essencial para lidar com essa etapa difícil.

Os natimortos podem provocar um grande impacto na vida dos pais e todos ao redor deles, mas nem sempre isso ganha atenção. É comum considerarem que esses fetos nem ao menos são filhos e isso não funciona para todas as mães, pois algumas guardam para sempre o nome, fichas, fotos, etc.

A criança que morre pouco depois do parto é natimorto?

Não, pois nesse caso são chamados de neomorto, em que neo significa “novo”. Esse termo é válido para crianças que morrem após o parto entre 0 e 28 dias depois do nascimento. Nesse caso, o termo com o prefixo “nati” não se encaixaria, pois elas já nasceram – e vivas. A morte ocorreu depois.

Aquele que é abortado intencionalmente também é natimorto?

Sim, mas vale lembrar que o aborto legal só pode ser feito até a décima segunda semana e sob condições específicas, caso contrário, seria crime. Claro que isso envolve uma série de questões e opiniões políticas, mas até então o aborto legal possui condições para ser cumprido.

O natimorto que foi abortado intencionalmente ainda é considerado natimorto, mas se comprovada a intenção, os pais não possuem direito à licença maternidade e auxílio maternidade, além de precisarem responder judicialmente. Isto, é claro, exceto em casos delicados, como uma cirurgia em que é preciso escolher entre a mãe ou a criança.

Existem animais natimortos?

Sim, e isso pode acontecer tanto com animais domésticos quanto com o gado, ovinos, caprinos, suínos e demais animais de fazenda e produção.

Para evitar que um animal venha a ser natimorto, é necessário acompanhar sua saúde de perto, preocupando-se sempre com vacinas e com a alimentação, bem como com a higiene e a qualidade de vida de um modo geral.

O natimorto é um tema tabu na sociedade por envolver uma série de outros tabus como o aborto, a morte de fetos, a morte em si e a mulher. No entanto, precisa ser estudado e discutido abertamente, principalmente por aqueles que prestarão auxílio psicológico para os pais, pois é necessário.

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